
Mesmo diante de volatilidades externas e internas, os preços atuais da soja são considerados atrativos para a comercialização no Brasil, segundo avaliação de especialistas.
A semana no mercado brasileiro de soja foi marcada por uma postura mais cautelosa dos produtores e tradings. Embora o cenário internacional tenha registrado uma leve recuperação nos preços em Chicago, a queda do dólar frente ao real acabou neutralizando boa parte desse movimento, reduzindo o apetite por novos negócios no país.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos de soja com vencimento em julho acumularam uma alta de 1,93% até a manhã desta sexta-feira, 25 de abril. Essa valorização foi motivada pela expectativa de reaproximação nas relações comerciais entre China e Estados Unidos, o que reduziu a aversão ao risco nos mercados financeiros internacionais.
Entretanto, no Brasil, o bom desempenho em Chicago foi ofuscado pela queda de 1,93% do dólar comercial frente ao real até quinta-feira (24). O movimento de migração de capital estrangeiro para mercados emergentes fortaleceu o real e, como consequência, limitou a valorização da soja em moeda nacional.
Preços da soja apresentam leve recuo nas praças brasileiras
Entre 17 e 24 de abril, a cotação da saca de 60 quilos recuou em várias regiões produtoras:
- Passo Fundo (RS): de R$ 132,00 para R$ 130,00
- Rondonópolis (MT): de R$ 119,00 para R$ 116,50
- Porto de Paranaguá (PR): de R$ 137,00 para R$ 134,00
Em algumas áreas do interior gaúcho, os preços se mantiveram estáveis, na casa de R$ 131,00.
Oportunidade para negociar, diz analista
Apesar do recuo observado nas cotações domésticas, Rafael Silveira, analista da consultoria Safras & Mercado, aponta que o atual patamar de preços é excelente para negociação, considerando os fundamentos de oferta e demanda no cenário global.
Segundo Silveira, mesmo com a pressão da safra recorde da América do Sul, os valores praticados no mercado interno ainda são atrativos para os produtores que buscam boas oportunidades de venda.
Perspectivas para o mercado
O foco do mercado agora se volta para o início do plantio da nova safra nos Estados Unidos. O ritmo acelerado dos trabalhos no campo é acompanhado de perto pelos investidores, que também monitoram possíveis reduções na área plantada em razão de ajustes de mercado.
Esses fatores, somados às flutuações cambiais e ao comportamento das exportações brasileiras, serão determinantes para a precificação da soja nas próximas semanas.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.