A Nova Zelândia anunciou na quarta-feira que está proibindo a exportação de vacas vivas e outros animais de fazenda por mar devido a preocupações com o bem-estar. ; Brasil pode ser beneficiado neste mercado!
A Nova Zelândia anunciou na quarta-feira que está proibindo a exportação de vacas vivas e outros animais de fazenda por mar devido a preocupações com o bem-estar. O ministro da Agricultura, Damien O’Connor, disse que a proibição levaria até dois anos para ser totalmente aplicada para dar aos que investiram no negócio a chance de fazer a transição.
O país suspendeu temporariamente essas exportações no ano passado depois que um navio que transportava 5.800 cabeças de gado com destino à China afundou em um clima tempestuoso perto do Japão, matando mais de 40 tripulantes e os animais. As autoridades já haviam iniciado uma revisão das exportações de animais vivos no ano anterior.
O’Connor disse que o risco para a reputação do país supera qualquer ganho financeiro porque não há como proteger o bem-estar dos animais depois que eles deixam as costas da Nova Zelândia.
“A Nova Zelândia deve ficar à frente da curva em um mundo onde o bem-estar animal está sob crescente escrutínio se realmente quisermos ser os produtores de alimentos mais éticos”, disse ele.
O valor das exportações de animais vivos do país no ano passado foi de 261 milhões de dólares neozelandeses (US$ 184 milhões), um aumento de três vezes em relação ao ano anterior, depois que os exportadores correram para superar qualquer possível proibição. Ainda representava apenas uma pequena fração das exportações agrícolas globais do país, que são sua maior fonte de renda externa.
O’Connor disse que as autoridades informaram a China sobre os planos para a proibição, mas ainda não ouviram uma resposta. Ele disse que não estava preocupado em ofender a China, que é o maior parceiro comercial da Nova Zelândia e um grande comprador de gado vivo.
“Não é sobre a China. É sobre o bem-estar animal”, disse O’Connor. “Temos um relacionamento maduro com eles e tenho certeza de que eles entendem nossa posição.” A proibição não afeta animais vivos transportados por via aérea, como cavalos de corrida.
A Federated Farmers, um grupo de lobby para agricultores, disse que seus exportadores aderiram a padrões muito altos de bem-estar animal e ficaram surpresos com a proibição. Ainda assim, o grupo disse que o período de transição daria aos agricultores a chance de honrar os compromissos existentes e considerar suas opções futuras.
O deputado da oposição Mark Cameron, do partido libertário ACT, disse que a decisão foi emotiva, cara e um “chute no estômago” para os agricultores.
O grupo de direitos dos animais SAFE, que há muito busca a proibição, saudou a notícia. A executiva-chefe Debra Ashton disse que os animais não sofreriam mais em países com padrões de bem-estar mais baixos. Ainda assim, Ashton disse estar preocupado que centenas de milhares de vacas ainda possam ser exportadas por mar nos próximos dois anos e que as exportações aéreas de animais como pintinhos e enguias continuem.
Projeto no Brasil quer barrar exportações
Em pronunciamento, nesta quarta-feira (29), o senador Zequinha Marinho (PSC-PA) discordou da tramitação do projeto de lei (PL) 3.093/2021 que proíbe a exportação de animais vivos para abate no exterior. Para o senador, essa matéria, que está na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), poderá prejudicar bastante esse segmento econômico, relevante para o País, principalmente para o estado do Pará, que ele representa, e para parte do Maranhão, que também exporta gado vivo.
Zequinha esclareceu ainda que tanto os produtores, quanto os transportadores e os comercializadores dessas cargas vivas estão sempre atentos e prezam muito pela qualidade de vida dos animais que são comercializados.
“Esse tratamento envolve várias coisas; não só a questão da sanidade animal, mas também o bem-estar de modo geral, a alimentação, o trato, o cuidado, o manejo sob todos os aspectos”, declarou.
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Zequinha ressaltou ainda ser de total interesse dessa cadeia produtiva tratar esse segmento comercial com muita “responsabilidade e competência”, em razão de os exportadores desses animais não se interessarem em “comprar um animal que esteja machucado, maltratado, mal alimentado, e assim sucessivamente”.
“Portanto, digo a todos os colegas da CDH, que é muito importante a gente conhecer esse processo de exportação in loco para tirar todas as possíveis dúvidas e permitir que o segmento econômico, que é significativo no e para o Brasil, possa continuar, porque quem compra o animal vivo o faz porque não quer comprar a carne. E se nós não vendermos, ele vai lá no Uruguai e compra, porque lá também se vende animal vivo. Se não tiver no Uruguai, ele vai à Colômbia e compra, porque lá também há, naturalmente, sendo muito grande o potencial desses dois países. Assim sendo, nós não podemos desconsiderar esse mercado sob alegações sem conhecimentos de causa, não têm nenhum fundamento”, afirmou Zequinha.
Compre Rural com informações traduzidas da ApNews e da Agência Senado