O país asiático importa mais de 600 mil cabeças de bovinos em pé por ano e pretende aumentar as relações comerciais com o Brasil; Delegação do Mapa se reúnem com associação de confinadores da Indonésia para aumento das exportações de gado vivo
Na missão oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) à Indonésia, o ministro Carlos Fávaro tem entre os principais objetivos a ampliação da relação comercial entre os dois países, entre eles o aumento das exportações de bovinos em pé. Junto com o embaixador do Brasil na Indonésia, George Prata, e a delegação do Mapa, Fávaro se reuniu com a Associação dos Confinadores de Gado (Gapuspindo) na manhã desta segunda-feira (30/10), em Jacarta.
Aberto em agosto deste ano pela Indonésia, o mercado de exportação de gado em pé é bastante relevante para a pecuária brasileira. O país asiático importa mais de 600 mil cabeças por ano e pretende aumentar as relações comerciais com o Brasil. Delegação do Mapa se reúnem com associação de confinadores da Indonésia para aumento das exportações de bovinos em pé.
Apesar da regulamentação em vigor que permite a exportação do gado brasileiro, a associação busca alternativas para intensificar as relações comerciais entre os empresários do setor.
Dois importantes protocolos relativos à inspeção e aprovação do país e estabelecimentos para exportação de produtos da agropecuária brasileira foram firmados entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e as autoridades sanitárias da Indonésia, em agosto deste ano.
De acordo com os protocolos firmados, poderão ser exportados gado, que contribuirá para o melhoramento genético do rebanho da Indonésia, e subprodutos de animais para alimentação animal.
“A melhor fórmula para ampliarmos nossos negócios é deixarmos os privados ajustarem as relações comerciais. Nós, governo brasileiro e empresários brasileiros, estamos aqui com objetivo de melhorar a nossa cooperação junto ao governo indonésio”, destacou o ministro.
O presidente da Gapuspindo, Didiek Purwanto, lembrou que, além do aumento da população da Indonésia, o controle de doenças no Brasil o torna um grande exportador de carnes. A importação do gado vivo visa a recomposição do rebanho da Indonésia e o melhoramento genético.
Atualmente, a Indonésia importa principalmente da Austrália. No entanto, o Brasil possui um rebanho de cerca de 200 milhões de cabeças com características muito similares e adaptáveis ao clima do gado da Indonésia. Também há o interesse no rebanho de gado leiteiro.
Somente entre os meses de janeiro a julho deste ano, as exportações de produtos brasileiros para a Indonésia somaram mais de U$ 1,98 bilhão. Farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais representam 51% dos produtos exportados para o país no período.
“Ao longo destes sete meses estamos trabalhando com muito afinco na expansão dos nossos mercados, na pauta de exportações com valor agregado, que gera emprego tanto para o campo, quanto para a cidade”, comentou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Participaram da audiência a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Associação Brasileira dos Exportadores de Gado (Abeg) e Associação Brasileira dos Exportadores de Animais Vivos (Abev), o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Pedrosa; o diretor de Promoção Comercial e Investimentos, Marcel Moreira Pinto; o auditor fiscal federal agropecuário da Secretaria de Defesa Agropecuária, Allan Alvarenga; o adido agrícola em Jacarta, Bruno Breintenbach e o chefe da Divisão de Promoção da Agricultura do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Bruno Leite.
Principais estados exportadores
Ao longo dos anos, o Pará tem mantido a liderança. Até setembro, foram exportadas pelo estado, 132.464 cabeças, gerando um faturamento de US$137.787 milhões. Esses números correspondem a 38,0% do faturamento total das exportações desse setor. Na sequência estão Rio Grande do Sul e São Paulo.
Tabela 1. Desempenho na exportação de bovino em pé, dos principais estados, em 2023*.
Desde 2022, o embarque de bovinos vivos no Rio Grande do Sul vem aumentando, e em setembro, o estado exportou 116.642 cabeças, resultando em um faturamento de US$82.868 milhões, o que representa 23,0% do faturamento total.
Figura 4. Representatividade dos principais exportadores de bovinos em pé no Brasil, por faturamento, nos últimos anos.
Principais compradores
Os principais destinos das exportações de bovinos do Brasil, em 2023, se concentram nos países do Oriente Médio. A Turquia comprou 293.290 cabeças ou 83,75% da exportação. Seguido pelo Egito que comprou 25.853 cabeças, Líbano (24.945) e Iraque (14.233).
Figura 5. Participação dos principais países importadores de bovinos em pé do Brasil, nos últimos anos.
Figura 6. Principais países importadores de bovinos em pé do Brasil, em porcentagem, em 2023*.
Em resumo, o mercado de bovinos vivos é promissor, com perspectiva de crescimento. O rebanho brasileiro atende de forma satisfatória às demandas dos compradores em qualidade, raça, quantidade e preço.
As expectativas iniciais para 2023 apontavam para a exportação de cerca de 207 mil bovinos, o que representaria um aumento de 6,25% em relação a 2022. No entanto, surpreendentemente, o Brasil já exportou 385.168 cabeças até o início de outubro. As expectativas foram não apenas alcançadas, mas superadas de maneira notável, resultando em um aumento de 98,0% em comparação com 2022, até o momento.
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