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Neste domingo, 18, a Cidade do Cabo foi surpreendida por um odor desagradável e a origem veio de um navio brasileiro. A embarcação transportava mais de 19 mil cabeças de gado que estavam com fezes acumuladas; confira
Na manhã de domingo, a pitoresca Cidade do Cabo, na África do Sul, foi surpreendida por um odor desagradável que se espalhou pelo centro da cidade. Inicialmente, moradores e autoridades locais especularam sobre a causa do mau cheiro, pensando que poderia ser algum problema no sistema de esgoto ou encanamento doméstico.
No entanto, a verdadeira fonte do odor repugnante foi revelada quando um conselheiro municipal confirmou que o navio “Al Kuwait“, vindo do Brasil e carregando cerca de 19 mil cabeças de gado, era o responsável pelo cheiro nauseante que invadiu a cidade.
O cargueiro, que tinha como destino final o Iraque, atracou na Cidade do Cabo para abastecer e passar por avaliações veterinárias para os animais a bordo. No entanto, o que deveria ser uma breve parada se transformou em uma experiência sensorial desagradável para os residentes locais.
Inspeções realizadas por autoridades do Conselho Nacional de Sociedades para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (NSPCA) revelaram condições chocantes a bordo. Os animais, que passaram mais de duas semanas confinados, estavam cercados por fezes acumuladas, resultando em um ambiente insalubre e nauseante.
Grace le Grange, inspetora sênior da NSPCA, que embarcou no navio para avaliar as condições dos animais, descreveu a situação como alarmante. Ela relatou que vários animais precisaram ser sacrificados devido a ferimentos e que as condições a bordo representavam sérios riscos para o bem-estar dos animais.
“As fezes que o gado estava depositando já estavam basicamente até o topo de seus cascos em alguns currais”, destacou a inspetora.
A NSPCA, que há muito tempo faz campanha contra o transporte de animais vivos, denunciou as condições no navio, apelidando-o de “navio da morte do Kuwait“. A organização ressaltou a preocupação não apenas com o tratamento dos animais durante a viagem, mas também com o impacto ambiental das fezes e detritos acumulados a bordo.
“Em geral, o gado em si não estava em condições fisicamente ruins em termos de peso, mas nossa preocupação é o que acontece quando isso volta para o oceano”, ressaltou Grace.
Enquanto as autoridades portuárias trabalham para garantir que o navio cumpra os requisitos de segurança e bem-estar animal antes de prosseguir viagem, a polêmica em torno do transporte de animais vivos continua a gerar debate e indignação na África do Sul e além.
Principais estados brasileiros exportadores de gado
Ao longo dos anos, o Pará tem mantido a liderança. Até setembro, foram exportadas pelo estado, 132.464 cabeças, gerando um faturamento de US$137.787 milhões. Esses números correspondem a 38,0% do faturamento total das exportações desse setor. Na sequência estão Rio Grande do Sul e São Paulo.
Tabela 1. Desempenho na exportação de bovino em pé, dos principais estados, em 2023*.
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Desde 2022, o embarque de bovinos vivos no Rio Grande do Sul vem aumentando, e em setembro, o estado exportou 116.642 cabeças, resultando em um faturamento de US$82.868 milhões, o que representa 23,0% do faturamento total.
Figura 4. Representatividade dos principais exportadores de bovinos em pé no Brasil, por faturamento, nos últimos anos.
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Principais compradores
Os principais destinos das exportações de bovinos do Brasil, em 2023, se concentram nos países do Oriente Médio. A Turquia comprou 293.290 cabeças ou 83,75% da exportação. Seguido pelo Egito que comprou 25.853 cabeças, Líbano (24.945) e Iraque (14.233).
Figura 5. Participação dos principais países importadores de bovinos em pé do Brasil, nos últimos anos.
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Figura 6. Principais países importadores de bovinos em pé do Brasil, em porcentagem, em 2023*.
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Em resumo, o mercado de bovinos vivos é promissor, com perspectiva de crescimento. O rebanho brasileiro atende de forma satisfatória às demandas dos compradores em qualidade, raça, quantidade e preço.
As expectativas iniciais para 2023 apontavam para a exportação de cerca de 207 mil bovinos, o que representaria um aumento de 6,25% em relação a 2022. No entanto, surpreendentemente, o Brasil já exportou 385.168 cabeças até o início de outubro. As expectativas foram não apenas alcançadas, mas superadas de maneira notável, resultando em um aumento de 98,0% em comparação com 2022, até o momento.
Escrito por Compre Rural com informações do Mapa e Scot Consultoria.
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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