Opção para cruzamento industrial, a raça Murray Grey se apresenta com pelagem clara, mucosa preta, marmoreio diferenciado e baixo teor de gordura na área subcutânea
O Murray Grey surgiu a partir do cruzamento de um touro Aberdeen Angus com uma vaca White Shorthorn. Os primeiros animais nasceram em 1905, no vale do Rio Murray, na Austrália.
A capacidade de produzir carne marmorizada, sem excesso subcutâneo ou intermuscular de gordura, tornou a raça competitiva nos mercados mundiais, propiciando a difusão para a Nova Zelândia, Ásia, Canadá, EUA, Europa e Brasil. Sua adaptação no Brasil, foi muito fácil, tanto os exemplares vindos da Argentina como os oriundos do Uruguai.
O primeiro registro da presença da raça bovina Murray Grey em território brasileiro aconteceu em Goiás, no ano de 2002. No entanto, foi mais tarde, a partir de 2008, que os primeiros exemplares P.O da raça chegaram ao país.
A porta de entrada foi o município de Palmeiras das Missões, região das missões, através da iniciativa pioneira do produtor rural, Luiz Carlos Ardenghy Sobrinho, sócio proprietário da cabanha Guarita e presidente da Associação Brasileira de Murray Grey e Greyman.
“Além da resistência natural aos diferentes climas, também pela escolha que fizemos dos indivíduos que importamos. Selecionamos sempre pela pelagem clara (branco/prata), pelagem curta. O Murray tem também a mucosa escura e são muito dóceis. Temos o conhecimento que importamos da Argentina e do Uruguai, e a nossa própria experiência com os animais aqui no Rio Grando do Sul vivendo e reproduzindo exclusivamente a campo. Como touros PO que cobriu a campo em MG na região de Uberlândia, Minas Gerais” – nos contou Luiz Carlos.
De porte exuberante, a raça se apresenta com pelagem clara, mucosa preta, marmoreio diferenciado e baixo teor de gordura na área subcutânea. Os animais são rústicos, precoces e dóceis. As fêmeas têm facilidade de parto e são ótimas mães. A raça apresenta ótima conversão alimentar nos mais diferentes sistemas de alimentação.
O padrão racial e o biótipo funcional do Murray Grey ajudam a estabelecer e adaptar a raça em diversos países. No Brasil, atualmente, a raça Murray Grey e Greyman (raça sintética resultado da cruza com Zebu) já contam com criadores de animais P.O e cruzados em Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, além do Rio Grande do Sul.
Greyman: sintético com zebu
A raça Murray Grey é uma excelente ferramenta para usarmos tanto nos animais PO (puros de origem) como nos mais diversos cruzamentos. Pois as suas caraterísticas predominam. A raça sintética Greyman que é a causa do Murray Grey com o Brahman ou com o Nelore , já está adaptado em diversas regiões do Brasil , como Paraná , São Paulo, Minas Gerais , Goiás , Mato Grosso , Rondônia entre outros .
A raça Murray Grey transmite suas principais características nos mais diversos cruzamentos. Seus produtos são animais precoces, de ótimo relevo muscular, produzindo uma carne saborosa, macia , com pouca gordura subcutânea é um marmoreio diferenciado.
São animais que dão ótima resposta de desenvolvimento tanto em regime extensivo de campo como nos confinamentos. São dóceis e as fêmeas tem uma grande habilidade materna uma característica distinta, os terneiros quando longe das mães, mamam nas vaca mais próxima, para depois se juntar a mãe verdadeira. As vacas têm facilidade em parir, e são muito leiteiras. Portanto, facilidade também em criar.
A pelagem clara e a mucosa escura fazem com que o Murray Grey e seus cruzamentos tenham uma grande resistência ao calor. Também são muito resistentes ao carrapato. O sintético Senegrey q é o cruzamento do Murray Grey com a raça Senepol, bastante usado na Argentina, também vem tendo ótimos resultados no Paraná, região de Castro e Minas Gerais, região de Uberlândia.
Vai bem no cruzamento com raças zebuínas?
No cruzamento específico de Murray Grey com zebuínos ( Brahman ou Nelore) elas formam a raça sintética Greyman, a qual também surgiu na Austrália e existe nos mais diversos países .
O Greyman é um animal de ótimo relevo muscular, de fácil acabamento, muito dócil e de fácil manuseio. São animais de pelagem clara, e mucosa escura, também possuem bastante marmoreio e menos gordura subcutânea. Por estas características o Greyman é muito usado em zonas de climas quentes.
Murray Grey no calor dos trópicos
A região de Rondônia tem na produção pecuária e de grãos as principais atividades econômicas. O pecuarista e zootecnista Carlos Henrique Andrade De Carli conta que as primeiras tentativas de trazer a raça para o estado começaram há seis anos, com a chegada dos primeiros sêmens de Murray Grey vindas do sul do país. “Nós procurávamos uma raça que fosse ao mesmo tempo produtiva e compatível com as condições de produção a campo da nossa região. E foi quando conhecemos o pecuarista gaúcho Luiz Carlos Ardenghy Sobrinho, que nos apresentou a raça e nos enviou do Rio Grande do Sul os primeiros sêmens da raça Murray Grey” – Carlos Henrique.
E finaliza – “É uma das melhores raças que já trabalhei. Aqui no estado, a raça se adaptou perfeitamente ao nosso clima quente, principalmente devido ao pelo claro e a mucosa escura. Além disso, oferece uma carne com o nível ideal de gordura subcutânea e excelente marmoreio”.
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Características morfológicas do Murray Grey
- Tamanho Moderado
- Um animal adulto atinge entre 750 e 800 quilos. Seu peso médio indica compatibilidade com as possibilidades de alimentos disponíveis no campo.
- Virtude
- As vacas são ótimas reprodutoras. Alcançam alta porcentagem de desmama e bezerros mais pesados.
- Qualidade
- Carne macia com baixo teor de gordura intramuscular, marmoreio adequado e 55% de aproveitamento da carcaça.
- Tenacidade
- O padrão racial e o biótipo funcional do Murray Grey ajudam a estabelecer e adaptar a raça em diversos países.
- Os animais exibiram traços maravilhosos, como docilidade, facilidade de parto e ordenha. O gado convertido alimentava-se bem na grama, bem como em confinamentos, resultando em carcaças de alto rendimento.
- Costelas
- Possui ossos refinados e grande profundidade de costelas, adequados para comer em pastagens de baixa qualidade, por seu grande espaço ruminal.