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O pioneiro na criação da raça Quarto de Milha, homenageado no 8º Hall da Fama da ABQM, ele foi criador do Nelore Mocho e do Paint Horse!
Faleceu nesta quarta-feira, 14, aos 92 anos, Ruy Moraes Terra, considerado um dos pioneiros na criação de cavalos quarto de milha no Brasil. O titular do Haras Terra, foi homenageado no 8º Hall da Fama, em 2018. Ruy Terra fez escolha pelo quarto de milha graças à King Ranch, a introdutora da raça no Brasil.
Os animais chamaram a sua atenção pela qualidade, docilidade, beleza, conformação e agilidade. O seu primeiro animal PO foi Uirapuru, nascido em 1965, filho de Caracolito, primeiro cavalo registrado no Brasil. A raça inteira no país, com certeza, sente a grande perda. Desejamos a toda a família e amigos os nossos sentimentos!
O seu primeiro animal PO foi Uirapuru, nascido em 1965, filho de Caracolito, primeiro cavalo registrado no Brasil. Ele acumulou importantes vitórias com a sua criação, especialmente nas modalidades de Conformação e Corrida, em eventos oficiais da ABQM, por todo o Brasil.
O criador foi o primeiro presidente do Rancho QM, em Presidente Prudente. Também foi responsável pela construção do tattersall, onde ocorreram os primeiros leilões da raça, e pela obra de uma das primeiras arenas cobertas do país, uma das maiores da América Latina.
O quartista, que tanto incentivou os Esportes Equestres, deixa a esposa, Silvia Volpon Terra, e filhos, Denise, Márcia, Renata, Ruy e Silvana. A ABQM agradece por toda a sua dedicação à raça Quarto de Milha e incentivo aos Esportes Equestres e se solidariza com os familiares e amigos.
Contabilista de formação, Ruy Moraes Terra veio para a Presidente Prudente em meados da década de 50. Ministrou aulas no ensino público de Anhumas, entre 1955 e 1956, e depois rumou para os setores em que construiu um legado: a pecuária de corte; a seleção de bovinos da raça nelore mocho; e a equinocultura das raças quarto de milha e, posteriormente, paint horse.
Ruy Moraes Terra Filho, o Ruyzinho, que trabalhava com o pai, fala sobre a contribuição de “Seu Ruy” para a pecuária. “Ele começou no ramo com o cunhado e pecuarista Domingo de Souza Medeiros. Meu pai foi um dos fundadores da raça nelore mocho, na fazenda Uirapuru, em 1955”, conta.
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A região de Prudente, também, foi um dos núcleos pioneiros da cultura do cavalo quarto de milha. Em 1968, “Seu Ruy” começou com a criação da raça no Haras Terra. Na década 90, ele também se dedicou à cultura da variação paint horse. “Era um homem simples, do campo e apaixonado pela pecuária e por cavalos”, lembra o filho.
Amigo próximo e também criador equino, Marcos Sá, lembra com alegria de “Seu Ruy”. “Um cara bom. Criador renomado, deixa um legado tanto na seleção do nelore quanto do quarto de milha.
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Quarto de Milha no Brasil
Tudo começou em 1955, quando a Swift-King Ranch (SKR) importou seis animais dos Estados Unidos para o Brasil, vindos de sua matriz norte-americana, a famosa King Ranch, no Texas, a maior fazenda dos EUA. À medida que vários pecuaristas, banqueiros e homens de negócios tiveram a oportunidade de conhecer os animais Quarto de Milha, começaram a pressionar a SKR para que lhes vendessem alguns exemplares.
A companhia atendeu a poucos criadores, vendendo um número reduzido de potros. Em 15 de agosto de 1969, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), no Parque da Água Branca, em São Paulo, onde se encontra atualmente.
A indústria Quarto de Milha
O plantel Quarto de Milha no Brasil é composto segundo dados fornecidos pelo Stud Book da ABQM, até 13/01/2017, por 514.316 animais registrados, representados por 104.238 proprietários. Desse número, 50.403 são criadores e 30.492 associados cadastrados, espalhados por todos os estados brasileiros. Seus haras distribuídos em aproximadamente 1 milhão de hectares, são avaliados em mais de R$ 20 bilhões, onde são consumidos anualmente em ração em torno de 918 mil toneladas, com gasto de cerca de R$ 730 milhões.
A mão-de-obra empregada diretamente também é bastante significativa, oferecendo mais de 310 mil empregos diretos (média de 3 funcionários para cada propriedade), sem contar com veterinários, agrônomos, zootecnistas, ferradores, centros de treinamento, centros de reprodução, leiloeiros, leiloeiras, carpinteiros, pedreiros, eletricistas, marceneiros, transportadores de cavalos, fabricantes de equipamentos e indústria de ração e produtos veterinários, entre outros.
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Nos últimos cinco anos o Stud Book da ABQM registrou mais de 130 mil potros. Também neste mesmo período, a raça movimentou em leilões por todo o país em torno de R$ 1 bilhão com a comercialização de aproximadamente 27 mil animais, pela média geral de R$ 37 mil.
Anualmente nos eventos oficiais e apoiados pela ABQM são entregues milhares de fivelas aos campeões e troféus aos três primeiros colocados, além de proporcionarem premiações que passam da casa dos R$ 4 milhões.
Perfil do Quartista
Empresário do setor industrial e agropecuário.