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Plantação de Mogno Africano gera lucro de mais de R$10 milhões a cada 6 hectares, indica projeção; ciclo da árvore leva 18 anos, mas o investimento começa a dar retorno no 8º ano
O ciclo do Mogno Africano, uma espécie de árvore que produz madeira nobre, dura em torno de 18 anos, quando já está pronta para o corte final. Baseando-se em um plantio de 6 hectares, a venda desta matéria-prima pode render um lucro estimado em mais de R$ 10 milhões. A projeção é do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), que tem atraído investidores para o Polo Florestal de Pompéu, em Minas Gerais.
Os rendimentos começam a aparecer no oitavo ano de manejo da floresta, onde a madeira pode ser vendida jovem, ainda sem valor nobre agregado. Neste momento a receita pode chegar a R$ 13 mil. Já no 13º ano, momento em que ocorre a maturidade biológica das árvores, é possível vender madeiras com alto valor comercial, gerando uma receita bruta estimada em R$ 1 milhão, baseado na projeção financeira do Instituto.
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“Nesta projeção levamos em conta uma floresta de 6 hectares de Mogno Africano no Polo Florestal, o preço atual da madeira, as premissas de produtividade, cenário da inflação futura, a valorização do material e o investimento de aproximadamente R$ 729 mil que envolve a produção das mudas, plantio, acompanhamento e condução da floresta. Mas, para melhor compreensão dos números, o ideal é que o produtor faça suas próprias projeções levando em conta as expectativas do mercado em que vai atuar e o manejo”, explica Gilberto Capeloto, gerente comercial do IBF.
O manejo também conhecido como desbaste, é uma técnica da silvicultura usada para potencializar o desenvolvimento florestal e a qualidade da madeira. São retiradas árvores consideradas mais inferiores, com copas mais baixas, diâmetro menor ou que se encaixam nos critérios do tipo de desbaste a ser realizado. Isso diminui a competição por água, luz, nutrientes, potencializando o crescimento das árvores, a fim de promover o retorno financeiro esperado.
O mercado consumidor da madeira de Mogno Africano é tanto interno quanto externo. “Quando falamos no mercado externo, existe um comércio tanto para a madeira com algum grau de processamento (madeira serrada ou produto acabado) que ocorre em países europeus e norte-americanos e a madeira in natura, ou seja em tora, que é adquirida por países asiáticos” – nos revelou Renata Brito, diretora executiva do IBF.
O Mogno pode ser usado na indústria naval, moveleira, construção civil, piso laminado e várias outras finalidades. Além disso, a plantação comercial reduz a pressão nas matas nativas.
No caso do IBF, o investidor pode acompanhar o crescimento das árvores de longe, por meio de um aplicativo e contato com os profissionais da área. Quem realiza todos os processos, desde o plantio até o corte, são os profissionais do Instituto.
Posso integrar o Mogno Africano com Pecuária ou Lavoura?
Uma outra árvore amplamente usada no Brasil é a Teca, segundo a Embrapa Florestas, a maior parte dos plantios no Brasil se encontra nos estados de Mato Grosso e do Pará. O uso de clones de alto desempenho e o aprimoramento de técnicas de plantio e de manejo têm permitido ao Brasil atingir produtividades acima da média mundial. Produtores do Mato Grosso tem usado, através do apoio da Embrapa Agrossilvipastoril, a Teca como componente arbóreo em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
Segundo Renata também é possível realizar a integração do Mogno Africano com lavoura e pecuária, porém é necessário que a floresta tenha uma certa idade para ser consorciada com a pecuária, a fim de evitar que os animais causem danos na floresta como: comer folhas, pisoteio e tombamento de árvores. “Quando falamos de um consórcio com lavouras é preciso estudar bastante a cultura e a sua compatibilidade com a espécie de árvore plantada, a fim de evitar riscos e prejuízos futuros, já que cada cultura possui uma especificidade de plantio, manutenção, insumos e irrigação” – ressaltou a diretora executiva do IBF.
Renata destaque que no Polo Florestal eles realizam apenas o plantio puro do Mogno Africano, visando maior produtividade por hectare plantado, mais qualidade da madeira no corte raso, otimização do crescimento em altura e diâmetro das árvores, além de evitar a competição por luz e nutrientes com outras espécies.
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Quais as principais diferenças entre o Mogno Africano e a Teca?
As principais diferenças são o tempo de crescimento das árvores e o retorno sobre o investimento. Quando falamos no retorno sobre o investimento, a partir do 13º ano, momento em que ocorre a maturação biológica – estágio em que a árvore atinge plenamente o seu desenvolvimento físico e funcional como uma árvore adulta – de uma floresta de Mogno Africano, é possível vender madeiras com valor agregado. O corte final da floresta de Mogno Africano pode ocorrer a partir dos 17 anos.
Quem dá mais lucro: Mogno Africano x Teca?
Ainda segundo Renata não há uma análise financeira detalhada sobre o projeto da Teca para fazer essa comparação. No entanto, quando falamos sobre o Mogno Africano percebemos um retorno mais rápido, uma vez que ele atinge a sua maturidade biológica quando as árvores atingem o 13º ano e já possuem seu cerne (parte dura da madeira) formado. A Taxa Interna de Retorno (TIR), estimada no investimento em Mogno Africano no Polo Florestal de Minas Gerais, é acima de 18% ao ano. Nos cálculos, consideramos todos os custos de operação, receitas obtidas ao longo do projeto e a valorização média do preço da madeira no mercado internacional.
Especialistas do mercado consideram o investimento em Mogno Africano como de longo prazo. Muitos apostam no cultivo para obter os lucros como garantia de aposentadoria, outros investem capital para proteger o patrimônio.
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