Michel Teló é multado por desmatamento de 1,5 hectares de mata nativa em fazenda

Em uma dessas áreas, foi construído um tanque em região úmida, o que agrava a situação; as áreas desmatadas estão situadas na área de proteção ambiental municipal da bacia do córrego Ceroula; confira

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para investigar o desmatamento em área de preservação permanente (APP) na Fazenda Esperança, de propriedade do cantor sertanejo Michel Teló, localizada em Campo Grande. Conforme o processo, imagens de satélite revelaram o desmatamento de vegetação nativa em duas áreas distintas da fazenda.

Em uma dessas áreas, foi construído um tanque em região úmida, o que agrava a situação, dada a sensibilidade ambiental dessas zonas. As áreas desmatadas estão situadas na área de proteção ambiental municipal da bacia do córrego Ceroula. O desmatamento foi realizado com o intuito de abrir espaço para cultivo agrícola.

Em um programa recente no YouTube, Michel Teló apresentou a propriedade e falou sobre os planos de investir na agricultura, mostrando o início do plantio de soja. Segundo ele, a primeira etapa do plantio cobriria 200 hectares. Após a constatação do desmatamento, os proprietários da fazenda foram multados em R$ 4 mil pelo desmatamento em área de proteção permanente. Além disso, foram notificados para regularizar a área desmatada.

Resposta dos proprietários

Diante das matérias veiculadas na imprensa mencionando que Michel Teló foi multado por desmatar uma área de preservação, sua assessoria esclarece que, em abril de 2023, houve uma autuação administrativa do IMASUL (órgão ambiental do Mato Grosso do Sul) por supressão vegetal na propriedade rural Fazenda Esperança.

Seu sócio e administrador nesse empreendimento, César Teló, atendeu a todas as solicitações do órgão ambiental para a regularização da área autuada, apresentando o PRADA – Projeto de Recuperação de Área Alterada (para a APP de 0,604 hectares) e o licenciamento corretivo (para a área sem especial proteção de 0,992 hectares). Além disso, foi respondido ao Ministério Público, que abriu inquérito sobre o mesmo fato, anexando todos os documentos comprobatórios da regularidade ambiental da área e da propriedade.

Toda a regularização da área autuada foi realizada conforme solicitado pelos órgãos competentes.

Solicitação de arquivamento

César Augusto Teló argumentou que as áreas a recuperar representam apenas 0,1% da propriedade e que a reserva legal está preservada na íntegra. Portanto, ele solicitou o arquivamento da apuração. O Ministério Público afirmou que não é possível arquivar um inquérito civil envolvendo danos ambientais sem a formalização de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mesmo com a apresentação do PRADA. O promotor Luiz Antônio Freitas de Almeida, da 34ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, transformou a notícia de fato em inquérito civil para apurar a devida reparação da área de preservação permanente da fazenda.

Como diligência preliminar, o promotor requisitou que o Imasul forneça uma resposta conclusiva sobre os autos, essencial para esclarecer os fatos e determinar as medidas corretivas necessárias. O caso evidencia a complexidade de conciliar atividades agrícolas com a preservação ambiental, especialmente em áreas de proteção permanente.

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