
Semana começa com frigoríficos apostando em uma pressão de baixa nas ofertas, mas encontram pecuaristas de porteiras fechadas para vendas abaixo da referência média das cotações do boi gordo.
O mercado físico do boi gordo iniciou a semana com acomodação nos preços, refletindo um cenário de tentativas de compra abaixo da referência média por parte das industrias e, por outro, com pecuaristas retendo os machos no pasto, aguardando melhores ofertas para comercialização dos animais. A expectativa fica para a entrada da massa salarial nessa primeira quinzena, o que pode melhorar o escoamento da carne no varejo.
Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, o momento sugere que a entrada dos salários na economia pode reaquecer a demanda. “As escalas de abate no geral estão apertadas, entre cinco e sete dias úteis na média nacional. As exportações seguem no radar, com imposições tarifárias dos Estados Unidos em relação a outros países, podendo gerar efeito positivo sobre as vendas brasileiras”, afirma Iglesias.
Pressão negativa sobre os preços
As consultorias especializadas apontam que fevereiro começa sob pressão baixista para o boi gordo nas principais praças do país. Apesar disso, a queda dos preços tem sido limitada pelo bom suporte das pastagens, resultado das chuvas frequentes dos últimos meses.
A consultoria Agrifatto destaca que o pecuarista está controlando a oferta, o que impede desvalorizações mais intensas. No entanto, a recuperação das pastagens naturais no Brasil Central tem acelerado a oferta de animais terminados, principalmente fêmeas descartadas após o fim da estação de monta. Esse fenômeno, que atinge o pico em março, tem levado os frigoríficos a priorizar vacas e novilhas, pressionando os preços do boi gordo comum.
Demanda enfraquecida e impactos do Ano Novo Chinês
Outro fator que pesa sobre a arroba é a fraqueza do consumo interno. Segundo a Agrifatto, janeiro/25 foi marcado por uma demanda reduzida por carne bovina, especialmente na segunda quinzena, quando há menos dinheiro em circulação.
Nas exportações, as festividades do Ano Novo Chinês impactaram o apetite do maior comprador da carne brasileira, reduzindo as compras das indústrias e ampliando a pressão sobre os preços.
Mesmo com a entrada dos salários em fevereiro, a recuperação da demanda interna ainda depende dos altos estoques acumulados nas últimas semanas. Com isso, as indústrias seguem cautelosas, restringindo as compras e influenciando os preços negativamente.
Cotação do boi-China e mercado físico do boi gordo
Dados da Scot Consultoria apontam que, nesta segunda-feira (3/2), o boi com padrão de exportação caiu R$ 2/@ em São Paulo, fechando a R$ 327/@. O boi gordo comum segue cotado a R$ 325/@, enquanto a vaca e a novilha são comercializadas a R$ 298/@ e R$ 312/@, respectivamente.
A Agrifatto indicou que as 17 praças monitoradas mantiveram suas cotações inalteradas no início da semana.
Mercado futuro: balanço dos contratos
O contrato de janeiro/25 do boi gordo foi liquidado a R$ 325,64/@ na B3, representando um aumento de R$ 9,38/@ em relação ao contrato de dezembro/24 (R$ 316,26/@) e uma valorização expressiva de R$ 78,53/@ frente ao preço de janeiro/24 (R$ 247,11/@).
Entre os contratos ainda vigentes:
- Fevereiro/25 caiu 0,68%, fechando em R$ 319,75/@;
- Março/25 recuou 0,49%, sendo negociado a R$ 318,30/@;
- Maio/25 apresentou a maior queda, de 0,94%, encerrando em R$ 315,3/@.
Cenário no atacado e impacto do consumo
O mercado atacadista iniciou a semana com preços acomodados para a carne bovina. Conforme Iglesias, a entrada dos salários pode gerar algum aquecimento na demanda, especialmente para os cortes mais baratos, como dianteiro e ponta de agulha.
“Grande parcela da população prioriza o consumo de proteínas mais acessíveis neste período do ano, devido a despesas fixas como IPTU, IPVA e material escolar”, destaca Iglesias.
Cotações dos cortes bovinos:
- Quarto traseiro: R$ 24,50/kg
- Ponta de agulha: R$ 17,50/kg
- Quarto dianteiro: R$ 17,50/kg
Câmbio: influência do dólar
O dólar comercial fechou a segunda-feira em queda de 0,34%, sendo negociado a R$ 5,8154 para venda e R$ 5,8134 para compra. Durante o pregão, a moeda variou entre R$ 5,8109 e R$ 5,9044.
Perspectivas para o mercado do boi gordo
O início de fevereiro deve ser marcado por um mercado ainda pressionado, com frigoríficos segurando as compras e o consumo interno em ritmo lento. O fluxo de exportação é um fator a ser observado, especialmente diante dos impactos do Ano Novo Chinês e das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a outros mercados.
A tendência é de acomodação dos preços no curto prazo, com oscilações de acordo com a oferta de animais terminados e a recuperação do consumo doméstico ao longo do mês.
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