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Index Asbia é o mais importante relatório estatístico da genética bovina brasileira; confira os principais dados apresentados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial
A ABCZ TV, diretamente do Parque Fernando Costa em Uberaba – MG, transmitiu nesta terça-feira (14) o lançamento do novo relatório da ASBIA, o Index Asbia 2022, documento produzido pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), em parceria com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Durante a live foram apresentados um panorama com dados estatísticos sobre o mercado de genética bovina no Brasil, incluindo comercialização, importação, exportação, prestação de serviços e produção de aptidão de corte e leite.
“O Index Asbia é o mais importante relatório estatístico da genética bovina brasileira. Trata-se de um material valioso para o mercado, já que apresenta o desempenho completo do setor em 2022. A divulgação dos dados do ano passado permite o planejamento aprimorado e eficaz do próximo ciclo reprodutivo. Onde tem matriz sendo inseminada, temos melhoramento genético e, obrigatoriamente, outras empresas do setor, como as de nutrição animal, saúde animal e associações de raças com seus técnicos e comunicações.”, destaca Cristiano Botelho.
Destacamos aqui os principais dados apresentados pelo relatório. Segundo o relatório a inseminação artificial atingiu cerca de 4.464 municípios brasileiros durante o ano de 2022, considerando-se corte e leite, o que representa cerca de 80,1% do total de municípios que o país detém. Este mesmo percentual foi obtido em 2021, demostrando a perenidade do uso da tecnologia.
Importações – Um dos mercados que registrou queda foi o de importação de sêmen, em 2022 foram importadas 3.371.851 doses de sêmen (aptidão corte), frente aos 7.901.567 doses de 2021, uma redução de 57%. Quando falamos em aptidão leiteira a queda foi menor, em 2022 foram importadas 3.051.596, frente aos 4.077.095 de 2021, uma redução de 25%.
Exportações – O Brasil tem se tornado referência em genética bovina, tendo em vista o crescimento das exportações nos últimos anos, foram 110% nos últimos cinco anos. O país exportou 472.426 doses de sêmen, aptidão corte, em 2022, frente aos 467.964 em 2021, crescimento de 1%. Já a aptidão leiteira o país exportou 409.659 doses de sêmen em 2022, frente aos 397.773 doses em 2021, um aumento de 3%.
Mercado interno de genética bovina
Já o mercado interno apresentou um leve recuo frente ao ano de 2021, refletindo o pessimismo de parte dos pecuaristas – especialmente no segundo semestre, principalmente com os valores pagos da arroba pela indústria frigorífica. Apesar de um 2022 turbulento, com muita volatilidade no preço da arroba e altos custos de produção, o preço do animal para abate encerrou 2022 com média de preço (Cepea) acima do praticado nos anos anteriores.
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Quando falamos em doses de sêmen comercializadas no mercado interno, vamos um leve recuo. O total de sêmen, aptidão corte, distribuídas ao cliente final foi de 18.036.210 doses em 2022, frente aos 19.891.859 de 2021, uma queda de aproximadamente 9,3%. Já na aptidão leiteira a queda foi menor, foram vendidas 5.104.924 doses em 2022, frente aos 5.558.098 doses em 2021, uma redução de 8%.
Outros dados interessantes disponibilizados pelo relatório foram o quanto cada estado têm adotado a tecnologia da inseminação artificial na atividade pecuária. No relatório é possível observar que cerca de 20,81% do total de matrizes que o país possui são inseminadas artificialmente. Confira o top 10 estados que mais inseminam suas vacas:
- Santa Catarina – 41,3%
- Alagoas 32,4%
- Paraná – 30,9%
- Rio Grande do Sul – 29,7%
- Mato Grosso do Sul 28,9%
- Tocantins – 27,3%
- Mato Grosso 26,7%
- Goiás + Distrito Federal – 23,8%
- Acre – 22,6%
- Maranhão – 19,5%
Se olharmos para os números absolutos, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são os estados campeões de inseminação artificial quando o assunto é corte. Só no Mato Grosso a adoção da tecnologia alcançou o número de 2.786.825 matrizes de corte inseminadas, já no Mato Grosso do Sul a adoção alcançou 1.936.294 matrizes.
ABCZ celebra aumento em vendas de sêmen de genética zebuína de corte em 2022
Segundo o Index Asbia 2022, as vendas de doses de sêmen bovino de corte das raças zebuínas registraram aumento de 2% em 2022, na comparação com o ano anterior. Em 2021, o número de doses vendidas foi de 10.767.848, ao passo que, ano passado o número saltou para 10.962.332.
Vale ressaltar que o mercado de genética bovina teve um crescimento expressivo nos últimos três anos, mas de 2021 para 2022 o setor sofreu um pequeno recuo. Apesar da queda, as raças zebuínas continuaram em ascensão. No ranking das raças de corte que mais comercializaram número de doses em 2022 o destaque absoluto para a raça Nelore com 10.579.950 onde o Nelore PO (Puro de Origem) cresceu 3%.
Para o gerente de Fomento dos Programas de Melhoramento Genético da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Ricardo Abreu, o aumento das vendas foi impulsionado pela valorização do sistema de cria, e consequentemente das fêmeas. “O crescimento reflete que o mercado se atentou com foco nas matrizes, na correta reposição buscando sêmen de touros registrados PO e melhoradores no sumário do PMGZ. Tanto é que observamos um crescimento exponencial na presença de touros jovens das raças zebuínas nas centrais de genética. Um crescimento de 2% nas doses de corte Zebu no ano quando o mercado total decresceu 9% comprova a força da genética zebuína utilizada nos projetos de inseminação artificial”, comenta Ricardo, mostrando ainda que todas as raças zebuínas registraram um posicionamento expressivo.
“A Inseminação Artificial é uma importante ferramenta de tecnologia que dissemina o melhoramento genético das raças zebuínas puras pelo Brasil e o mundo, democratizando a genética registrada e avaliada para os pequenos, médios e grandes criadores. Agradecemos a contínua parceria e a confiança das Centrais de Genética nos produtos da ABCZ em especial o PNAT (Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens)”, comenta o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.
O mercado de genética bovina é um dos poucos segmentos onde o país consegue agregar valor, diferente das commodities onde o país não consegue agregar valor. Nós importamos o zebu da Índia, e com seleção e melhoramento genético estamos exportando esse genética com alto valor agregado.
Para ter acesso ao relatório completo acesso o site da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA).
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