Marfrig vai construir frigorífico no Paraguai

O movimento aconteceu após a firma de Marcos Molina desistir de comprar o Frigonorte, uma companhia em dificuldades financeiras. 

A Marfrig comprou um terreno para construir um frigorífico no Paraguai, projeto de cerca de US$ 100 milhões que já estava no radar. Em setembro do ano passado, a companhia havia anunciado um acordo não vinculante com a associação de pecuaristas do país para construir uma unidade. O movimento aconteceu após a firma de Marcos Molina desistir de comprar o Frigonorte, uma companhia em dificuldades financeiras. 

Já no Brasil, a empresa já comprou quase um quarto das ações circulantes da BRF e, agora, vai aumentar sua participação para 31,6%. Até então, os maiores acionistas da BRF tinham no máximo 6% do capital da empresa.

Ao se associar a um grupo de pecuaristas que possui uma oferta de 350 mil cabeças de gado por ano, a companhia busca resolver o problema de erguer uma nova fábrica, que é contar com matéria-prima, explicou o CEO da Marfrig, Miguel Gularte, em um evento do Credit Suisse em 2020. 

O investimento marcará a entrada da companhia no país, onde a rival brasileira Minerva é a maior indústria frigorífica. Atualmente, a Marfrig produz carne bovina no Brasil, na Argentina, no Uruguai e nos Estados Unidos. A companhia também produz carne de cordeiro no Chile. 

A expectativa é que o abatedouro paraguaio, com capacidade para abater até 1,2 mil animais por dia, fique pronto até o fim de 2022. De acordo com uma fonte, o abatedouro será construído na cidade de Yby Yaú, no Departamento de Concepción. A informação sobre a compra do terreno pela Marfrig foi divulgada em primeira mão na imprensa paraguaia.

Marfrig e BRF podem virar uma empresa só?

A compra da participação da BRF pela Marfrig pode ser o primeiro passo para uma fusão entre as duas empresas, segundo informações que constam em relatório do BTG Pactual divulgado hoje. Na sexta-feira, a empresa controlada por Marcos Molina adquiriu 24,23% do capital social da BRF por cerca de US$ 830 milhões (R$ 4,4 bilhões).

Thiago Duarte e Henrique Brustolin, analistas do BTG que assinam o relatório, lembraram que o estatuto da BRF estabelece que qualquer acionista que adquirir uma participação maior que 33,3% deve lançar uma oferta pública para a compra de todas as ações remanescentes com um ágio de 40% sobre a média de preço das ações dos 30 ou 120 dias anteriores.

Sendo assim, um acordo de acionistas que leva a uma posição consolidada acima desse limite também acionaria uma nova oferta pública, o que provavelmente limita qualquer associação entre a Marfrig e outros grandes acionistas da BRF.
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“O raciocínio que vemos é que a Marfrig coloque um pé na BRF e comece a trabalhar para uma integração mais profunda que eventualmente resultaria em uma fusão”, escreveram os analistas.

Com informações da Valor Econômico.

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