
Com 1,5 km de extensão, o túnel Santos-Guarujá conectará as duas cidades e vai otimizar o transporte de mercadorias no maior porto da América Latina
Representantes dos governos federal e de São Paulo iniciaram nesta segunda-feira (21) uma missão internacional com o objetivo de atrair investidores estrangeiros para um dos empreendimentos mais ambiciosos da engenharia brasileira: o túnel submerso que ligará Santos a Guarujá. Será o primeiro projeto do tipo realizado no Brasil e, quando concluído, se tornará o maior da América Latina.
O roteiro da comitiva começou em Lisboa, onde o projeto foi apresentado à Mota-Engil, gigante portuguesa da construção civil com presença consolidada em mais de 20 países e forte atuação no setor de infraestrutura. A reunião contou com a participação do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que destacou o potencial transformador da obra e os atrativos para investidores privados.
Durante o encontro, Carlos Mota Santos, CEO da Mota-Engil, demonstrou interesse direto no projeto e manifestou o desejo de integrar a iniciativa. A empresa portuguesa mantém parceria estratégica com a China Communications Construction Company (CCCC), responsável por megatúneis subaquáticos na Ásia, como os de Shenzhen-Zhongshan, Dalian e o icônico Hong Kong–Zhuhai–Macau, considerados entre os mais complexos do mundo.
Com mais de 70 anos de atuação no mercado, a Mota-Engil desenvolve projetos em setores como estradas, aeroportos, portos, ferrovias, mineração, geotecnia e até plataformas de apoio ao setor de Óleo e Gás, o que a credencia fortemente a atuar em iniciativas dessa magnitude.
O projeto do túnel
Com 1,5 km de extensão, dos quais 870 metros serão imersos sob o leito marinho, o túnel Santos-Guarujá terá três faixas de rolamento por sentido, incluindo uma exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Haverá também acessos independentes para pedestres e ciclistas, proporcionando maior integração urbana e mobilidade sustentável.
Atualmente, a travessia entre as duas margens é feita por balsas e catraias, com uma média diária de mais de 21 mil veículos, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres. O novo túnel promete reduzir drasticamente o tempo de deslocamento, oferecendo mais conforto, segurança e eficiência logística.
Segundo o secretário nacional de Portos, Alex Ávila, o empreendimento representará um avanço não só para a mobilidade regional, mas também para a competitividade do Porto de Santos, ao eliminar interferências marítimas, minimizar impactos ambientais e agilizar o fluxo de cargas.
Segurança para o investidor
Outro ponto de destaque é a segurança jurídica do projeto. De acordo com o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carreiro, que também integra a comitiva, a modelagem do túnel foi estruturada com garantias legais que asseguram proteção aos operadores privados e trazem estabilidade ao investimento.
Impactos positivos para o Porto de Santos
O governo federal afirma que a obra trará reflexos imediatos no desempenho do Porto de Santos. Espera-se uma melhora significativa na fluidez logística, com redução de custos operacionais, desafogo no tráfego de caminhões, aumento da competitividade e maior segurança no transporte de mercadorias.
Expansão internacional da agenda
Depois da visita a Portugal, a missão segue para a Holanda, onde a comitiva terá encontros com representantes de fundos de investimento e operadores logísticos em Amsterdã, nos dias 22 e 23 de abril. A última parada será na Dinamarca, país referência em infraestrutura sustentável, onde os representantes brasileiros apresentarão os detalhes técnicos, econômicos e ambientais do projeto a potenciais parceiros globais.
Com essa estratégia, o Brasil busca consolidar alianças internacionais e garantir o suporte necessário para tirar do papel uma das obras mais ousadas da história da engenharia nacional.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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