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Abate formal de bovinos no Brasil deve encerrar o ano expandindo 6% em comparação a 2021, chegando à casa das 29,4 milhões de cabeças
As fêmeas chegaram – Produção de carne bovina cresce em 2022 com mais fêmeas na linha de abate. Segundo a Agrifatto, a participação das fêmeas crescendo 3 p.p., o abate formal de bovinos no Brasil deve encerrar o ano expandindo 6% em comparação a 2021, chegando à casa das 29,4 milhões de cabeças. Conforme destacado, a expansão no abate se deve as fêmeas, a estimativa é que o total de fêmeas abatidas no país aumente em 1,4 milhão de cabeças em comparação a 2021, crescimento de 15%, enquanto isso o total de machos deve crescer cerca de 300 mil cabeças.
Seguindo o caminho do abate, a produção de carne bovina também fecha o ano de 2022 com crescimento. A projeção atual é de 7,91 milhões de toneladas que serão produzidas formalmente, 6% a mais que em 2021. O avanço da produção é levemente menor que o abate por conta do menor peso das carcaças dos animais abatidos, visto que as fêmeas normalmente tem peso de abate menor que os machos. Para 2023 espera-se um incremento tanto no abate de bovinos (e fêmeas) quanto na produção de carne bovina.
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Ciclo pecuário brasileiro
O ciclo pecuário brasileiro está de mudança. É nesse momento em que há a troca da retenção para o abate de fêmeas bovinas. Este ano, por exemplo, o Brasil já abateu 15% a mais de vacas em relação a 2021.
O ciclo pecuário é um fenômeno caracterizado por flutuações nos preços do gado e da carne, com períodos de baixa e alta, que se repetem de tempos em tempos. Essa volatilidade é causada pela natureza da pecuária de corte, atividade de ciclo longo em que a produção responde muito lentamente a estímulos externos, como os preços recebidos, por exemplo.
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Assim, quando a oferta de gado mais gordo aumenta, os preços caem e outras categorias (gado magro, bezerros e barragens) também se desvalorizam. Sob pressão econômica, os criadores venderam mais vacas para abate. O abate de fêmeas aumenta a oferta de carne e os preços caem ainda mais.
Com a redução do número de matrizes, a produção de bezerros, a reposição de animais do rebanho reprodutor e a futura oferta de gado para abate foram afetados. Alguns anos depois, a escassez de touros para abate e novilhas para substituir as vacas descartadas obrigou os preços a subir, reiniciando o ciclo.
O pecuarista que conseguiu aproveitar as oportunidades se deu bem nesses últimos cinco anos. Um dado relevante sobre isso foi a evolução do ágio do boi pago ao produtor, comparando a média de preços da arroba do boi nos anos de 2018 e 2022. “O ágio cresceu 120%, o que é uma correção importante para a base do produtor”, disse o zootecnista Eduardo Pedroso, diretor executivo de Originação da Friboi ao Giro do boi do Canal Rural.
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Associado a essa evolução de ganhos, o perfil de abate de bovinos da Friboi mudou no País, em termos de peso e idade. A média de peso das carcaças bovinas era de 18,5 arrobas em 2018 e este ano está passando de 20 arrobas. Quanto à idade, em 2018, 70% dos abates eram de bovinos de até quatro dentes. Essa taxa foi para 88% de bovinos com até quatro dentes em 2022.
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Como fica o cenário pecuário para 2023?
As tendências apontam para um pico nos custos por conta de investimentos do produtor. São custos demandados por conta da adoção de tecnologias como genética, nutrição e sanidade para a manutenção da produtividade na fazenda. Apesar de uma retração esperada no mercado de exportação e um mercado interno ainda enfraquecido, é importante lembrar que o mercado de carne bovina voltará a demandar.
E o produtor, para não perder a oportunidade, deverá ter um foco redobrado na gestão da propriedade. “Cada vez mais seremos dependentes da exportação e 85% dos mercados requerem animais jovens de até 30 meses”, diz Pedroso.
Este tipo de bovino precisa de pasto de qualidade, suplementação, uma sanidade devidamente assegurada e uma boa genética que garanta mais potencial na engorda.
Com informações da Agrifatto, Giro do Boi e Rehagro
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