Invasoras ameaçam produção agrícola na América Latina

Evento realizado pela primeira vez no País oferece soluções para combater plantas daninhas de difícil controle, que causam prejuízos na ordem de US$ 9 bilhões apenas nas lavouras brasileiras.

A América Latina possui 57 milhões de hectares cultivados com soja, milho e trigo, entre outras grandes culturas, sendo apontada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) como celeiro do mundo. Isso porque é uma das poucas regiões com condições de elevar substancialmente a produtividade agrícola e pecuária até 2050, quando a população mundial deverá aumentar de 7 para 9 bilhões de pessoas.

Entretanto, a produção de alimentos vem sendo ameaçada por um inimigo comum a todos os países sul-americanos: as plantas daninhas de difícil controle (PDDC), assim chamadas por serem resistentes à aplicação de herbicidas sistêmicos, o manejo mais utilizado atualmente. Dados recentes divulgados pela Embrapa Milho e Sorgo apontam que somente no Brasil quase metade das lavouras já estão comprometidas.

Os prejuízos são assombrosos, pois cerca de US$ 7 bilhões/ano são gastos com o manejo de plantas daninhas resistentes. O número ainda sobe para US$ 9 bilhões quando se computa as perdas registradas pela baixa produtividade das lavouras afetadas, devido à competição por água, luz e nutrientes. É exatamente este cenário desafiador que trouxe para o Brasil um evento inédito dedicado exclusivamente ao tema, o Simpósio América Latina de Plantas Daninhas de Difícil Controle.

A primeira edição do evento itinerante aconteceu no Paraguai e, neste ano, será realizado em solo brasileiro, no dia 6 de junho, no espaço Villa Planalto, localizado na cidade de Londrina (PR). O objetivo é um só: municiar os produtores rurais com informações relevantes sobre o manejo correto e tecnologias para vencer as PDDC.

A escolha de Londrina para sediar o encontro promovido pela Farm Consultoria & Investigacion Agronomica em parceria com a F&B Eventosnão foi feita ao acaso, pois o município paranaense está na vanguarda do desenvolvimento de várias tecnologias e conceitos agrícolas, especialmente no complexo soja.

Estarão presentes grandes autoridades no assunto, como pode ser visto na programação anexa, que vão tratar de temas diversos, com ênfase no controle integrado, uso de herbicidas em pré-emergência, tecnologia de aplicação, manejo de resistência e controle da buva (Conyza spp)  e do capim amargoso (Digitaria insularis), duas das espécies que mais impactam a agricultura brasileira.

Completam a lista o capim pé-de-galinha (Eleusine indica), a buva (Conyza spp), a erva-quente (Spermacoce latifólia) e a trapoeraba, pertencente à família Commelinaceae, com destaque a Cammelina difusa, Cammelina erecta Cammelina villosa. Essas  espécies estão presentes em todas as áreas produtoras brasileiras.

“O nível de infestação, hoje, é alarmante, tanto que os órgãos de pesquisa estimam que o custo do controle das ervas daninhas resistentes a herbicidas deve duplicar nos próximos anos”, adverte Luís Carlos Cavalcante, gerente geral da ORO AGRI na América do Sul, uma das empresas que ajudaram a trazer o SIMAL para o Brasil.

Segundo Cavalcante,  entre R$ 250 e R$ 400 são gastos por hectare/ano para controlar PDDC, incluindo o valor do herbicida e as despesas  de aplicação. “Em produto, equivale a cerca de 15 sacas de soja por hectare/ano, o que é muito elevado. Por isso o SIMAL é muito aguardado. É uma oportunidade única dos produtores adquirirem subsídios técnicos para vencerem esse grande desafio”, complementa.

Brasil sai na frente

O SIMAL também é o palco do lançamento de uma nova tecnologia que será um divisor de águas no controle de PDDC. Batizado de Detonator® e desenvolvido pela unidade brasileira da ORO AGRI, após alguns anos de pesquisas, o produto é um surfactante específico para herbicidas sistêmicos. Em todos os testes realizados, o rebrote das principais espécies de PDDC ficou próximo a zero, ou seja, praticamente, inexistiu.

“DETONATOR® possui uma tecnologia chamada PowerStrain™, que ativa o processo de translocação de seiva transportando os herbicidas sistêmicos mais rapidamente, e diretamente ao sítio de ação dos ingredientes ativos, o que melhora o controle de forma significativa”, explicaCavalcante. A previsão é de que o produto seja exportado para todos os continentes.

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