
Segundo Cepea, maior aumento real foi da soja (43%), mas também houve alta para arroz (30%), algodão (22%), milho (19%) e trigo (11%). Confira abaixo!
Os preços da maioria dos produtos agropecuários cresceram 14,1% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq / USP), que atualizou seu Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA).
O avanço é decorrente, sobretudo, da valorização dos grãos. O aumento real foi de 32,8% no primeiro trimestre de 2021, com destaque para o crescimento de 43% para soja, 30% para o arroz, 22% para o algodão, 19% para o milho e 11% para o trigo .
O indicador de pecuária também subiu, mas de forma intensa: 4,7%. Por outro lado, houve recuo de 10,8% no índice que mede os preços de cana e café, bem como queda de 9,8% para produtos hortifrutícolas.
Já entre o último trimestre de 2020 (outubro a dezembro) e o primeiro de 2021, o IPPA teve queda real, de 5,1%. Segundo pesquisadores do Cepea, isso se deve, especialmente, à redução observada para o indicador de pecuária (-7,1%), pressionado pelas desvalorizações dos suínos e do leite nos três primeiros meses deste ano.
Aqueles pecuaristas da recria e ou terminação a pasto, já começam a disponibilizar esse ” boi magro” nas praças para os “gigantes da pecuária”. Outra opção que temos visto crescendo no país, para essas categorias, é a utilização do BOITEL, prática que auxilia na terminação dos lotes.
Em relação à alta no preço das commodities e da arroba do boi, o sócio da Radar Investimentos, Douglas Coelho, afirma que é a pior relação de troca em 12 meses. “A gente vê não só o boi, mas o milho, trigo e café num patamar relativamente alto. Hoje temos a pior relação de troca dos últimos meses”, diz.
Por conta da alta nos preços dos insumos, o pecuarista antecipou o confinamento do gado. “Quando a gente vê o cenário como um todo, a questão da seca e das commodities anteciparam o confinamento. Os animais de pasto foram concentrados em grandes confinadores e é possível, sim, dizer que houve uma concentração”, adiciona.
Por conta da alta nos preços dos insumos, o pecuarista antecipou o confinamento do gado.
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E com a possibilidade de quebra na safrinha do milho, a relação de custo pode ficar ainda pior. “O mercado está todo voltado aos riscos climáticos, não só o Brasil, mas os Estados Unidos também, e isso reflete na Bolsa de Chicago, que segue registrando novas altas a cada dia. O mercado terá mais dias de estresse até ter a sensibilidade do tamanho da safrinha do Brasil”, completa.
O cenário atual é de preços firmes ao longo deste ano. A safra chegou, mas não deve ser grande, já que a oferta de animais prontos para abate oriundos do pasto é baixa. Com o aumento da demanda externa e a perspectiva de avanço da economia ao longo do ano pode trazer preços acima de R$ 330/@ no final do ano, assim como mostra o mercado futuro!