Para a ABPA, guerra comercial dos chineses com os Estados Unidos pode incluir tarifa sobre o produto, direcionando demanda para o Brasil
A guerra comercial entre China e Estados Unidos pode trazer reflexos positivos para a indústria brasileira de carne suína. É em que acredita a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que divulgou nota sobre o assunto, nesta sexta-feira (23/3).
Nesta semana, o presidente americano Donald Trump anunciou a imposição de restrições à importação de produtos chineses. O valor das sanções é calculado em pelo menos US$ 50 bilhões. O governo da China prepara uma retaliação a diversos produtos dos Estados Unidos. Em relação à carne suína, existe a possibilidade de imposição de uma tarifa de 25%.
Com as vendas do produto suíno dos Estados Unidos mais caras, a expectativa da ABPA é da indústria brasileira ganhar mais espaço no mercado chinês. O país asiático, aliás, vem aumentando sua representatividade nas exportações de carne suína do Brasil, até mesmo amenizando os efeitos do embargo recentemente imposto pela Rússia.
Em fevereiro, os chineses compraram 11,959 mil toneladas do produto, o equivalente a 28,4% do total embarcado pelos exportadores. No primeiro bimestre, as remessas mais que dobraram em relação ao acumulado de janeiro e fevereiro do ano passado, totalizando 25,5 mil toneladas.
“Houve um notável incremento nos negócios com o mercado chinês no primeiro bimestre deste ano. Neste contexto, o Brasil sempre manifestou seu interesse em fortalecer as parcerias pela segurança alimentar na China. Vemos que, a partir deste novo cenário, esta parceria pode ser significativamente ampliada”, diz, na nota, o presidente da ABPA, Francisco Turra.
POR REDAÇÃO GLOBO RURAL