
Segundo Léo Montesanto, filho do fundador do Grupo Montesanto Tavares, o cerne da crise financeira que levou à recuperação judicial está relacionado ao não cumprimento de contratos por parte dos agricultores.
O Grupo Montesanto Tavares (GMT), um dos maiores exportadores de café arábica do Brasil, com participação de 8% nos embarques nacionais dessa variedade, entrou com um pedido de recuperação judicial, que foi aceito pelo juiz da 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte no último dia 20 de março. A dívida total do grupo é estimada em R$ 4,96 bilhões. Segundo Léo Montesanto, filho do fundador Ricardo Tavares, o cerne da crise financeira que levou à recuperação judicial está relacionado ao não cumprimento de contratos por parte dos agricultores, segundo matéria do Diário do Comércio.
A raiz do pedido de recuperação judicial do GMT está em mais de meio milhão de sacas de café arábica que foram compradas por preços futuros entre 2021 e 2023, mas que não foram entregues pelos produtores.
O valor acordado com os cafeicultores variava de R$ 600 a R$ 700 por saca, sendo que a entrega estava prevista para setembro de 2024. No entanto, com o mercado alcançando preços recordes, superando os R$ 2.000 por saca, os produtores preferiram vender seus lotes de café por valores mais elevados no mercado à vista, descumprindo o contrato.
O impacto no Grupo Montesanto Tavares e a crise de liquidez
Sem a entrega do café acordado, o Grupo Montesanto Tavares se viu incapaz de honrar seus compromissos com os clientes internacionais. Para cumprir os contratos de exportação, o grupo precisaria adquirir o café no mercado físico, no momento de disparada dos preços, o que demandaria cerca de R$ 1,6 bilhão para comprar as 700 mil sacas não entregues. O GMT não possui caixa suficiente para essa operação, agravando a crise financeira e levando à decisão de pedir recuperação judicial.
“O produtor, em vez de cumprir o acordo, foi no mercado e vendeu o café dele à vista. Consequentemente, (o GMT) não cumpriu o acordo pra frente, não tem dinheiro pra fazer isso, porque isso (700 mil sacas) hoje custa R$ 1,6 bilhão, se tiver que entrar no mercado à vista, comprar, para cumprir os acordos”, explica Léo Monsanto.
Medidas jurídicas e acordos com produtores
Léo Montesanto destacou que, ao longo de mais de 15 anos de operação com os produtores, nunca havia ocorrido situação semelhante. Para tentar recuperar a produção não entregue, o grupo iniciou um processo jurídico contra os produtores que descumpriram os contratos, buscando reaver as sacas não entregues. Até o momento, o volume de café que foi acertado entre as partes é insignificante frente ao montante devido.
Sem receber as sacas previamente compradas, o Grupo Montesanto, um dos maiores exportadores de café do País, não teve caixa suficiente para completar a outra ponta da operação e cumprir os contratos de venda!
“Quem colocou o grupo nessa situação foram os próprios produtores de café, que têm contrato com o grupo, e agora, o Monsanto Tavares precisou pedir recuperação judicial para pedir fôlego e tempo aos credores, para voltar aos produtores, seja no amor ou na dor, para poder continuar com o negócio”, disse Léo Monsanto.
O processo de recuperação judicial
O pedido de recuperação judicial envolve quatro empresas do grupo: Atlântica Exportação e Importação, Cafebras Comércio de Cafés do Brasil, Montesanto Tavares Group Participações e Companhia Mineira de Investimentos em Cafés. O passivo total de R$ 4,96 bilhões será renegociado com os credores, que incluem grandes bancos como o Banco do Brasil, com cerca de R$ 742 milhões a receber, Santander e Banco Pine, entre outros. O GMT tem 60 dias para apresentar o seu plano de reestruturação, que precisa ser aprovado pelos credores em assembleia.
O futuro do Grupo Montesanto Tavares dependerá da capacidade da empresa de renegociar suas dívidas e reestabelecer a confiança com os produtores de café, garantindo o cumprimento dos contratos e a continuidade de suas operações no mercado de exportação.
Compre Rural com informações da Reuters e Diário do Comércio.
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