Gigante da cana ganha R$ 480 milhões do BNDES para ampliar produção de etanol

BNDES aprova R$ 480 milhões para a CMAA expandir a produção de etanol e energia e modernizar unidades industriais, com R$ 220 milhões do Fundo Clima para etanol e biomassa e R$ 260 milhões do BNDES Máquinas e Serviços para modernização.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 480 milhões para a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA). O objetivo é impulsionar a produção de etanol, ampliar a geração de energia a partir da biomassa e modernizar as unidades industriais e agrícolas do grupo.

Atualmente, a Vale do Pontal tem capacidade para processar 2,7 milhões de toneladas de cana por safra (abril a novembro), produzindo etanol hidratado (mercado interno), açúcar do tipo VHP (predominantemente direcionado para exportação) e energia elétrica, que atende o consumo industrial e a área agrícola. O excedente é injetado no Sistema Interligado Nacional. Com o financiamento, a usina passará a processar 4 milhões de toneladas de cana por safra.

Financiamento dividido em duas frentes

  • Fundo Clima: R$ 220 milhões para expansão sustentável
    Destinado à unidade Vale do Pontal, localizada em Limeira do Oeste (MG), o financiamento permitirá:
    • Aumento da produção de etanol anidro: a capacidade passará de 120 mil m³ para 205 mil m³ por safra;Ampliação da geração de energia a partir da biomassa: com incremento de 34 MW, atingindo 68 MW;Expansão da capacidade de geração de vapor: de 230 t/h para 430 t/h.

O investimento total no projeto é de R$ 289,4 milhões, com potencial para gerar mais de 500 empregos diretos e indiretos. Com as melhorias, a Vale do Pontal aumentará sua capacidade de processamento de cana de 2,7 milhões para 4 milhões de toneladas por safra, garantindo mais eficiência e produção.

  • BNDES Máquinas e Serviços: R$ 260 milhões para modernização
    Os recursos serão divididos entre as três unidades industriais da CMAA:
    • Vale do Pontal: R$ 50 milhões;Vale do Tijuco: R$ 160 milhões;Canápolis: R$ 50 milhões.

Essa verba será utilizada na aquisição de máquinas, sistemas industriais e equipamentos agrícolas. Também permitirá a compra de bens nacionais e importados, com foco na modernização das operações.

Sustentabilidade em foco

Além de aumentar a produção, a Vale do Pontal reforçará a emissão de Certificados de Carbonização (CBios), que integram a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Cada CBio equivale à redução de uma tonelada de dióxido de carbono, ajudando a compensar emissões de gases de efeito estufa. Com isso, a unidade contribuirá diretamente para as metas de descarbonização do Brasil.

Gigante da cana ganha R$ 480 milhões do BNDES para ampliar produção de etanol
Foto: CMAA

Alinhamento com a política governamental

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o projeto está em sintonia com as diretrizes do governo federal, que visam a ampliação da produção de biocombustíveis e energia limpa. “Esse financiamento fortalece o papel do Brasil como líder em transição energética, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa por meio da biomassa, especialmente o bagaço da cana”, afirmou.

Carlos Eduardo Turchetto Santos, CEO da CMAA, celebrou a parceria com o BNDES: “Este apoio é crucial para nossos planos de longo prazo e reafirma nosso compromisso com soluções sustentáveis. O impacto positivo se estenderá a toda a cadeia produtiva que apoiamos, beneficiando o desenvolvimento econômico e ambiental do Brasil.”

Perspectivas para o setor de produção de etanol

Com o financiamento, a CMAA reforça sua posição no mercado de biocombustíveis e energia renovável, setores estratégicos para o Brasil. Segundo José Luís Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo e Inovação do BNDES, “a produção de biocombustíveis é um diferencial competitivo do país, alinhado à nova política industrial e ao Plano Mais Produção”.

Essa expansão não apenas fortalece o compromisso do grupo com a sustentabilidade, mas também solidifica o papel do Brasil como um dos líderes globais na transição energética e no combate às mudanças climáticas.

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