
Projeto Sucuriú – maior fábrica de celulose do mundo – será a primeira unidade da chilena Arauco no Brasil e promete revolucionar o setor com tecnologia de ponta, geração de energia limpa e capacidade recorde de produção.
A chilena Arauco deu início à construção da maior fábrica de celulose do mundo, no município de Inocência, em Mato Grosso do Sul, com investimento estimado em cerca de R$ 27,3 bilhões (US$ 4,6 bilhões). Batizado de Projeto Sucuriú, o empreendimento terá capacidade de produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose de fibra curta por ano. Quando pronta, será a maior fábrica de celulose do mundo, superando o Projeto Cerrado da Suzano, em Ribas do Rio Pardo (MS), que pode produzir 2,55 milhões de toneladas por ano.
A pedra fundamental foi lançada no dia 9 de abril e marcou o começo da fase de construção civil da planta. As obras de terraplanagem foram iniciadas em junho de 2024 e devem ser finalizadas em meados de 2025. A previsão é que a unidade entre em operação no último trimestre de 2027. O projeto marca a entrada da Arauco no setor de celulose no Brasil.
“Sucuriú representa um grande desafio para a Arauco, não apenas por ser o maior investimento da nossa história, mas porque nos permite projetar o futuro com entusiasmo”, disse Cristian Infante, presidente global da Arauco.
Maior fábrica de celulose do mundo e sua alta tecnologia
A planta contará com duas linhas de fibras, três secadoras, seis picadoras, dois digestores, uma caldeira de recuperação e uma planta de gaseificação para produção de biocombustível que abastecerá os fornos de cal da operação. A fornecedora finlandesa Valmet responde por cerca de 50% da estrutura industrial e será responsável por instalar a maior caldeira do mundo, com capacidade para queimar mais de 15 mil toneladas de resíduos por dia.
“Esse é o projeto mais importante da história da Valmet. Será a maior fábrica do mundo e contará com o que há de mais moderno em termos de tecnologia”, afirmou Fernando Scucuglia, diretor de celulose e energia da Valmet.
Energia limpa e circularidade
Um dos diferenciais do Projeto Sucuriú está na geração de energia. A fábrica produzirá mais de 400 megawatts (MW) a partir de biomassa e resíduos industriais, sendo 200 MW utilizados internamente e o excedente suficiente para abastecer uma cidade com mais de 800 mil habitantes, que será injetado no sistema nacional.
A estrutura segue os princípios da indústria 4.0, com controles automatizados, simuladores operacionais e conectividade integrada desde o processamento da madeira até a saída da celulose. Isso deve aumentar a eficiência, reduzir custos e minimizar emissões.
Geração de empregos e qualificação local
Durante o pico da obra, a fábrica deve gerar cerca de 14 mil postos de trabalho. Para garantir a qualificação da mão de obra regional, a Arauco firmou parceria com o Senai para oferecer cursos gratuitos em áreas como operação de trator, caminhão basculante, motoniveladora e retroescavadeira.
“Desde que chegamos, mantemos um diálogo transparente e contínuo com as comunidades de Inocência e região”, destacou Carlos Altimiras, presidente da Arauco no Brasil.

A aposta de MS no Vale da Celulose
A escolha do Mato Grosso do Sul para sediar o megaprojeto não é por acaso. A Arauco já atua na região desde 2009, com manejo florestal, e destaca o clima favorável ao eucalipto, que atinge o ponto de corte em sete anos — metade do tempo registrado no Chile.
Para o governador Eduardo Riedel, a instalação do Projeto Sucuriú reforça a confiança dos investidores e consolida o protagonismo do Estado na bioindústria. “Estabelecemos uma estratégia de desenvolvimento sustentável baseada na atração de grandes investimentos e geração de emprego. Este projeto é reflexo disso”, disse.
Com a maior fábrica de celulose do planeta sendo erguida em seu território, o Brasil reafirma sua posição de liderança no setor florestal e abre um novo capítulo na industrialização sustentável baseada em inovação e economia verde.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.