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Os avanços da informação genômica trarão mais precisão e seleção por novas características ao rebanho Angus brasileiro.
O projeto, ainda embrionário, permitirá análise de critérios como consumo e eficiência alimentar, resistência a doenças e parasitas, habilidade materna e qualidade da carne. O tema foi abordado pelo médico veterinário da Embrapa Pecuária Sul Fernando Cardoso durante a Jornada Técnica Angus, em Porto Alegre (RS). Contudo, para que funcione, será preciso empenho de todo setor, com união por parte da Associação Brasileira de Angus e empresas para desenvolver um modelo possível para que o investimento traga retorno ao criador.
A Angus deu início à genotipagem de alguns animais e à contagem de carrapatos. Já são 1.060 animais avaliados em duas contagens (2013 e 2016). “Se dobrarmos esse número, já conseguimos fazer a roda andar. Já temos uma semente, mas precisamos regar”, frisou. Cardoso ainda citou exemplos relacionados ao ganho que a genômica trouxe ao gado leiteiro e apresentou os dados obtidos com a avaliação do rebanho Angus dos Estados Unidos.
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Em uma apresentação extremamente didática, o professor da faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba, José Fernando Garcia, explicou como funciona o processo, os benefícios que pode trazer e garantiu: “É um caminho sem volta”. Segundo ele, há 50 milhões de variações passíveis de ocorrer em um bovino quando se analisa o genoma. Atualmente, há ferramentas disponíveis para trabalhar, mas para usá-las, é preciso saber ao certo as aplicações que se busca. “A percepção de caro e barato depende do retorno que traz”, salientou, reforçando que os custos da tecnologia e dos testes está caindo muito.