
Paralelamente, uma onda de compras chinesas de carne bovina do Brasil levou o país a patamares históricos nas vendas externas.
A combinação entre um recuo nos preços da arroba bovina, que já se desenhava ao longo do ano, com vendas externas da carne em atual patamar recorde formou uma conjuntura favorável à melhora de margens para os grandes frigoríficos do Brasil, conforme analistas ouvidos pela Reuters.
A situação só não é perfeita porque o volume de carne que vai para exportação corresponde a cerca de 30% da produção, o restante é consumido no mercado interno, e a demanda doméstica ainda patina, pressionada pela inflação e menor poder de compra.
“A margem dos frigoríficos que exportam melhorou sim”, disse o diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. Ele ressaltou, porém, que a conversão destas margens em ganhos de lucro depende dos custos que cada companhia possui.
Nos cálculos da Scot, a média trimestral de preços do boi gordo, com base em São Paulo, vem em trajetória de baixa. A arroba esteve em 332,23 reais de janeiro a março, passando para 305,56 reais de abril a junho. E ainda recuou para 294,94 reais no terceiro trimestre. Até a última quinta-feira, a média para o quarto trimestre estava em 278,79 reais, conforme os dados.
Paralelamente, uma onda de compras chinesas de carne bovina do Brasil levou o país a patamares históricos nas vendas externas. A China foi responsável por 52,8% das aquisições da proteína bovina brasileira em setembro, quando o país sul-americano renovou sua máxima histórica mensal nos embarques totais, a 231,4 mil toneladas. Neste mês, as vendas externas já superam outubro do ano passado.
O forte desempenho dos embarques deve aparecer como um ponto alto nos próximos balanços de companhias como Minerva, JBS e Marfrig, apesar das duas últimas terem como contrapeso um cenário mais adverso para as operações nos Estados Unidos.
“O recorde de exportações de carne bovina em agosto e setembro deverá favorecer o resultado do terceiro trimestre dos frigoríficos listados“, disse à Reuters a analista de agronegócios, alimentos e bebidas do BB Investimentos, Mary Silva.”
Acreditamos que a mais beneficiada tenha sido a Minerva, cujas operações de bovinos são majoritariamente exportadoras“, acrescentou a especialista.
Para ela, Marfrig e JBS, apesar de favorecidas pela operação no Brasil, também tendem a reportar uma queda de volumes e maior pressão de margens em suas unidades de bovinos nos EUA, em razão da elevação do custo do gado e potencial arrefecimento da demanda por carne bovina em meio à pressão inflacionária entre os norte-americanos.
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“Então os resultados (para os frigoríficos) em termos de Brasil, do terceiro trimestre, devem vir bons e dos EUA devem vir ruins”, disse o sócio da Criteria Investimentos, Rodrigo Brolo, considerando que as operações dos EUA pesam mais na composição dos balanços no caso de empresas como Marfrig e JBS.
Fonte: Reuters
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