A New Beef Company, produtora de carne e frigorífico, deve cerca de R$ 70 milhões aos pecuarista da região e, sem pagar dívida, quer recuperação judicial!
Uma das grandes promessas do mercado da carne, a New Beef Company, chegou ao mercado com um grande holofote em sua marca. Colocando na diretoria um dos maiores nomes da carne, Sr. James Cruden. Infelizmente, o frigorífico não conseguiu, ainda, cumprir com os compromissos junto aos pecuaristas e funcionários.
Agora, a empresa quer uma recuperação judicial. Ela entrou com pedido de Recuperação Judicial na 4ª Vara Cível de Rondonópolis. A empresa alegou uma sequência de ocorrências negativas que inviabilizaram a manutenção das atividades.
Com dívidas acumuladas em R$ 18,2 milhões, o Frigorífico New Beef LTDA, sediado em Nova Xavantina (651 km de Cuiabá), entrou em recuperação judicial. Na verdade, esse valor é superior ao citado acima, a indícios de que o frigorífico deve cerca de R$ 70 milhões aos pecuaristas da região.
A autorização foi dada no dia 2 deste mês pelo juiz da 4ª Vara Cível de Rondonópolis, Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento. A pedido da banca de advogados, foi decretado segredo de Justiça nos autos.
A recuperação judicial é um processo que permite a reorganização econômica, administrativa e financeira de uma empresa, feita com a intermediação da Justiça. A ideia é evitar a decretação de falência e preservar os empregados.
Agora, o frigorífico New Beef tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação que contemple todos aqueles que têm dinheiro a receber.
Nesta manhã de quinta feira , funcionarios reúnem e pedem esclarecimentos aos diretores do frigorífico New beef e são informados que estarão de aviso prévio. Confira o vídeo abaixo com as informações completas:
Pelo período de seis meses, todas as ações de execução deverão permanecer suspensas.
Motivos da crise
O Frigorífico New Beef Carne alegou à Justiça uma sequência de episódios que teriam impactado suas finanças. Na petição inicial, é narrado que as atividades de produção, desde janeiro de 2011, vinha mantendo bom ritmo com o abate de suínos e bovinos.
Porém, em março de 2017, quando foi deflagrada pela Polícia Federal a Operação Carne Fraca, o frigorífico diz que começou a entrar em crise financeira por conta de dificuldades para concretizar transações comerciais.
A operação policial investigou fraudes laboratoriais no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e irregularidades cometidas por grandes frigoríficos.
Outra alegação da empresa é que o couro teria sofrido redução de preço em quase 50%. Com a greve dos caminhoneiros deflagrada em maio de 2018, o frigorífico diz que sofreu novos prejuízos.
Isso porque houve uma paralisação dos abates de porcos e bois, e o que estava disponível na região estava com preço inflacionado.
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Empréstimos com juros altos
Para não suspender a produção, a empresa teria sido obrigada a recorrer a empréstimos bancários com juros de até 14% ao mês para arcar com os altos custos do gado disponível na região e assim evitar a paralisação geral das funções e demissão em massa de funcionários.
Com o reconhecimento da pandemia do coronavírus pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em março de 2020, o frigorífico se viu obrigado a reduzir a carga horária dos empregados e, consequentemente, a produção, agravando ainda mais a crise financeira.