O texto segue agora para o Senado e, se aprovado, encerrará definitivamente a possibilidade de retorno do seguro obrigatório, conhecido como Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), o extinto DPVAT.
A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira, 18, a revogação do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), recriação do extinto DPVAT. O texto segue agora para o Senado e, se aprovado, encerrará definitivamente a possibilidade de retorno do seguro obrigatório. A medida faz parte de um pacote de cortes de gastos do governo, aprovado em meio a um acordo político.
O que é o SPVAT?
O SPVAT foi criado para substituir o DPVAT, extinto em 2020. Ele teria o mesmo propósito: oferecer proteção financeira para vítimas de acidentes de trânsito, cobrindo despesas médicas e indenizações por morte ou invalidez. O seguro seria pago anualmente por proprietários de veículos, com valores ajustados conforme o tipo de veículo e corrigidos anualmente.
Por que o SPVAT foi revogado?
A recriação do seguro gerou resistência entre governadores e proprietários de veículos, especialmente pelo impacto financeiro para os contribuintes e pela complexidade de sua implementação. O governo federal, buscando garantir a aprovação de outras medidas fiscais prioritárias, cedeu às pressões para retirar o SPVAT. O acordo político também limitou o bloqueio de emendas parlamentares, reduzindo o alcance das medidas de contingenciamento de gastos.
Como era o funcionamento planejado do SPVAT?
Caso o SPVAT entrasse em vigor em janeiro de 2025, o seguro teria as seguintes características:
- Valores estimados: entre R$ 50 e R$ 60 anuais, dependendo do veículo.
- Obrigatoriedade: o pagamento seria condição para o licenciamento anual do veículo.
- Gestão: os recursos seriam administrados pela Caixa Econômica Federal, com repasses para vítimas de acidentes.
- Multas: a inadimplência resultaria em multa de R$ 293,47, perda de sete pontos na CNH e remoção do veículo.
Impactos da revogação do DPVAT
Se a decisão for confirmada pelo Senado, os proprietários de veículos não precisarão pagar o SPVAT. No entanto, o fim do seguro pode deixar lacunas na assistência às vítimas de acidentes de trânsito, que antes contavam com uma cobertura universal.
Alterações no pacote fiscal com fim do SPVAT
Além da revogação do SPVAT, o governo concordou em limitar o bloqueio de emendas parlamentares não impositivas a 15% do total. Isso reduz o impacto dos cortes no orçamento, restringindo a economia potencial de R$ 7,6 bilhões para R$ 1,7 bilhão. Medidas como esta fazem parte de um esforço para equilibrar as contas públicas, sem perder apoio político.
Próximos passos
O texto agora será analisado pelo Senado. Caso aprovado, o projeto será encaminhado para sanção presidencial. A revogação do SPVAT representa um marco na revisão de políticas fiscais, com foco na redução de gastos e no realinhamento de prioridades orçamentárias.
Resumo
- SPVAT revogado: Seguro obrigatório, recriação do DPVAT, não será implementado.
- Impacto no bolso: Proprietários de veículos não terão novo custo anual, mas vítimas de acidentes ficam sem cobertura específica.
- Pacote fiscal: Limitações no bloqueio de emendas parlamentares e gatilhos de controle de despesas foram mantidos.
- Próximos passos: O Senado decidirá o futuro da medida, que pode ser sancionada pelo presidente Lula (PT).
Com a decisão da Câmara, o debate sobre a responsabilidade e o financiamento da assistência às vítimas de acidentes de trânsito continua em aberto.
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