Exportadores russos relataram à embaixada brasileira em Moscou que a medida não afetará os negócios em curso com as empresas do Brasil.
Em nota, o Ministério da Agricultura afirmou que a recomendação do governo russo para suspender as exportações de fertilizantes do país “ainda não está afetando o comércio para o Brasil”. Exportadores russos relataram à embaixada brasileira em Moscou que a medida não afetará os negócios em curso com as empresas do Brasil.
A Acron, uma das maiores do ramo de adubos no país, teria informado, inclusive, que um navio carregado de fertilizantes saiu da Rússia nesta sexta-feira (04/03) com destino ao Brasil. “O Ministério da Agricultura recebeu a informação de embarque de fertilizantes, ocorrido hoje (04/03), da empresa russa Acron para o Brasil”, completou a pasta, em nota postada no Twitter.
“Não temos nenhum elemento incontestável de que os embarques serão interrompidos. As coisas estão fluindo, mas o preço explodiu. Se houvesse sanção, o carregamento não sairia”, afirmou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Ribeiro.
- Turquia vai intensificar a compra de 600 mil bovinos vivos do Brasil para frear alta da carne
- ‘Boicote ao boicote’: cadeia produtiva de bovinos quer deixar o Carrefour sem carne
- Vaca Nelore Carina FIV do Kado bate recorde mundial de valorização
- Jonh Deere enfrenta possíveis tarifas com sólida estratégia, diz CEO
- Maior refinaria de açúcar do mundo terá fábrica no Brasil para processar 14 milhões de t/ano
Demais agentes do mercado, no entanto, são mais céticos quanto ao cenário de fornecimento de fertilizantes. A avaliação é que a recomendação do Kremlin para interromper as exportações é um recado claro aos europeus e americanos que aplicaram sanções financeiras contra a Rússia, mas também vai afetar quem não os retaliou, como o Brasil.
“O comércio está fechado. As restrições no sistema Swift vão ficar cada vez piores, não se faz mais seguro para os carregamentos nos navios, os portos são controlados por empresas de países membros da OTAN. Como não vai afetar?”, questionou uma fonte.
Fonte: Valor Econômico