Com o “boi a termo” e o “boi de confinamento”, as indústrias conseguem controlar a alta nos preços do boi gordo. Apesar disso, os preços da arroba se mantiveram estáveis durante a semana, gerando boas expectativas para o início do próximo mês.
O mercado físico do boi gordo voltou a se deparar com um perfil lateralizado e misto de negociações em grande parte das praças pecuárias do Brasil. Com a chegada da segunda quinzena do mês de julho, período em que o escoamento de carne bovina tende a se retrair por questões econômicas da população, as indústrias se aproveitaram do certo “conforto” nas escalas de abate e compraram apenas o necessário para cumprir os contratos a termo.
Segundo a consultoria Agrifatto, em seu relatório diário, ao longo da semana, “o maior número de contratos a termo está auxiliando os frigoríficos a manterem suas escalas alongadas e reduzir a intensidade da alta observada nas últimas semanas“. Além disso, continua a consultoria “os preços nacionais da arroba do boi gordo se mantiveram firmes no mercado físico”.
Nas negociações de “boi a termo”, a indústria “encomenda” ao pecuarista um número específico de bovinos para entrega em um prazo acordado e com valor pré-fixado no mercado futuro do boi gordo da B3.
“Em algumas regiões, os frigoríficos ainda enfrentam dificuldades na compra de boiadas gordas. No entanto, a entrada de animais confinados no mercado, esperada para agosto de 2024, poderá aliviar essas praças pecuárias“, afirma a consultoria.
O encerramento da semana com estabilidade nos preços da arroba, para os pecuaristas acaba levando boas expectativas para a virada do mês.
Para a Scot Consultoria, o mercado paulista, na finalização da semana, encerrou sem alterações nos preços. As escalas de abate permanecem bem-posicionadas, em média, para 9-10 dias.
Com isso, continuar a Scot, a cotação da arroba do boi está em R$227,00, a da vaca em R$202,00 e a da novilha em R$217,00, preços brutos e a prazo. O “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade e com destino a exportação, está cotado em R$230,00/@. Ágio de R$3,00/@, preço bruto e a prazo.
Já para o Cepea, os preços do Indicador encerram a semana em um dos melhores patamares das últimas semanas com uma valorização mensal de 3,20% que, nesse momento, mantém os preços do boi gordo em R$ 232,35/@. Confira o gráfico abaixo com o comportamento da arroba.
“A proximidade do final do mês deixou o mercado um pouco mais arrastado em termos de preço, com os frigoríficos conseguindo manter a dianteira nas escalas de abate, inviabilizando movimentos mais agressivos de alta no valor da arroba”, de acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias.
Ainda segundo o analista da Safras, a entrada de animais confinados em maior proporção é aguardada ao longo de agosto, com grande incidência de contratos a termo, o que pode resultar em alguma queda das cotações do boi gordo após a primeira quinzena do próximo mês.
Exportações
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 717,441 milhões em julho (15 dias úteis), com média diária de US$ 47,829 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 162,524 mil toneladas, com média diária de 10,835 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.414,40.
Em relação a julho de 2023, houve alta de 31,8% no valor médio diário da exportação, ganho de 41,5% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 6,9% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Escalas de abate, segundo a Agrifatto
A evidência da semana é o Tocantins, que registrou acréscimo de 3 dias úteis em suas programações de abate, encerrando o período com 11 dias úteis. Em seguida, e fechando os estados com avanço nas escalas de abate, São Paulo, apresentou aumento de 1 dia útil perante a semana passada, fechando suas escalas em 11 dias úteis.
Goiás apontou recuo de 1 dia útil em suas programações de abate, resultando em 7 dias úteis em suas programações de abate. O Paraná também indicou queda em suas escalas, sendo de 1 dia útil, fechando a semana com 7 dias úteis de escalas já programadas. E fechando os estados com declínio, Rondônia, com decréscimo de 1 dia útil, encerrando a semana com suas programações de abate
atendendo 12 dia úteis.
Por fim, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Pará apresentaram estabilidade entre as semanas, com suas programações atendendo 8, 9, 9 e 9 dias úteis, respectivamente.
Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País:
- São Paulo (Capital) – R$ 230,00 a arroba, estável frente à semana passada.
- Goiás (Goiânia) – R$ 223,00 a arroba, avanço de 1,36% em relação aos R$ 220,00 a arroba da última semana.
- Minas Gerais (Uberaba) – R$ 220,00 a arroba, mesmo valor praticado na semana passada.
- Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 223,00 a arroba, aumento de 1,36% em relação aos R$ 220,00 a arroba da última semana.
- Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 211,00 a arroba, queda de 0,47% frente aos R$ 212,00 praticados no encerramento da última semana.
- Rondônia (Vilhena) – R$ 185,00 a arroba, inalterado perante a semana passada.
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