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Indaiatuba é palco da 43ª Exposição Nacional do Cavalo Árabe, que tem entrada gratuita e acontece entre os dias 3 e 8 de julho.
Detentor de uma linhagem ancestral, o cavalo árabe é considerado uma das raças mais antigas do mundo. Conhecidos pela resistência física, eles participam de provas onde atravessam até 160 km em apenas um dia e exemplares premiados podem valer milhões de reais.
E esses animais podem ser vistos de forma gratuita na 43ª Exposição Nacional do Cavalo Árabe, que acontece entre os dias 3 e 8 de julho, em Indaiatuba (SP).
De 20 a 500 mil… dólares
O presidente da associação comenta que o valor dos cavalos árabes pode variar bastante e alguns ultrapassam os 500 mil dólares (cerca de R$ 2,7 milhões), caso sejam vencedores de exposições e torneios. Mas é possível encontrar exemplares a partir de US$ 20 mil.
Para manter um animal desse porte, principalmente se o objetivo for participar de eventos e competições, é comum gastar, em média, R$ 3 mil por mês com o cavalo. Esse gasto vai principalmente em alimentação com rações especiais, alfafa e feno, mas também envolve atenção para a higiene com xampus e condicionadores, além de cocheiras amplas para não estressar o animal.
“Eles são muito bem tratados. É que nem um atleta, se não tiver condição, não vai conseguir fazer nada”, afirma Carrasco.
Origem
Carrasco explica que o nome não engana: os cavalos árabes têm origem na península arábica. A raça teria surgido há mais de 3 mil anos e se espalhou pelo Ocidente, principalmente na época da expansão árabe no século VIII. Esse fato contribuiu para disseminar o gene, sendo uma das únicas raças modernas que podem ser consideradas primárias – a linhagem do cavalo árabe pode ser encontrada em outras raças.
“Os cavalos eram utilizados pelos beduínos que precisavam atravessar longas distâncias do deserto praticamente sem água. Às vezes, passava o dia inteiro e só iria beber água no dia seguinte durante a noite”, conta Carrasco. Essa característica de resistência é a que mais se sobressai e faz com que os cavalos desta raça participem de provas que apenas eles estão aptos a participar. Segundo Carrasco, quando a distância passa de 80 km, “a predominância do cavalo árabe é total”.
“Hoje em dia é a única raça de cavalo que faz aquelas provas de Enduros de 100 milhas. Aqui [no Brasil] tem as provas de 160 km, e é a única raça que consegue fazer essas provas […] e o recorde mundial é cruzar essa distância em 6h40.” Tais provas são feitas em um único dia, como uma corrida contra o tempo – quem fizer mais rápido, vence.
O presidente da associação explica que funciona de uma forma semelhante ao rali de veículos, em que os cavalos devem descansar de trechos em trechos pré-estabelecidos, mas tudo acontece em apenas um dia. Nestas paradas, o tempo é paralisado e só retomado quando o cavaleiro volta ao percurso. Além disso, explica Francisco, durante esses descansos, os animais passam por checagens feitas por veterinários em pontos de apoio com água.
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Criação no Brasil
Embora os cavalos árabes “puro-sangue” tenham chegado ao Brasil pela primeira vez em 1929, importados do país vizinho, Argentina, o Brasil ganhou bastante destaque na criação da raça. Segundo Carrasco, isso ocorreu a partir de um investimento realizado nos anos 1980 e início dos 1990, de importação de cavalos vindos principalmente dos Estados Unidos e Europa.
“Nós temos cavalos ganhando exposições nos Estados Unidos, na Europa, nos países árabes, até na Austrália. Então a gente tem uma criação muito bem cotada”, afirma Carrasco. O presidente da associação conta que cerca de 80% da criação de cavalos árabes no Brasil se concentra nas cidades das regiões de Campinas e Sorocaba.
“Grande parte da criação de cavalo árabe vem daqui. Nós temos os grandes criadores em Indaiatuba, Monte Mor, Jaguariúna. Então pega o cinturão de Campinas até Sorocaba, Tatuí, Araçoiaba.” Muitos destes cavalos participam de eventos e são premiados mundialmente, sendo vendidos para diversos países, inclusive para os árabes, que nos últimos anos estão investindo na raça como iniciativa de recuperar o animal que já foi historicamente importante, um dos três grandes símbolos da região, junto aos camelos e falcões.
“Eles voltaram a criar e compraram animais do mundo inteiro. Até que hoje a criação de cavalos árabes na Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes são das melhores do mundo”, explica Carrasco.
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Evento em Indaiatuba
A ABCCA, que completa 60 anos em 2024, passou a fazer a exposição nacional em Indaiatuba desde 2010. De acordo com Carrasco, a localidade favorece pela proximidade com São Paulo e do Aeroporto Internacional de Viracopos.
As provas:
- Conformação: procura-se encontrar o animal mais próximo “do perfeito”. Carrasco explica que é tipo um “concurso de miss”, dividido em categorias por idades e sexo.
- Performance: refletem estilos de montaria e são divididas em Hunter Pleasure, Western Pleasure, English Pleasure.
- Traje Típico: com cavaleiros em vestimentas tradicionais.
- Prova em Liberdade: onde os cavalos são avaliados sem cavaleiro.
O evento reúne provas de duas competições: a Copa Brasil e a etapa sul-americana da Emirates Arabian Horse Global Cup, com disputa entre animais nascidos no Brasil e prêmios de até R$ 320 mil.
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Serviço
43ª edição da Exposição Nacional do Cavalo Árabe
- Data: 3 a 8 de julho
- Local: Helvetia Riding Center
- Endereço: Estrada Municipal 2 – 13.337-300 – Indaiatuba/SP.
- Mais informações: pelo site
Fonte: G1
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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