O principal destino das exportações de gado vivo brasileiro, a Turquia, se retirou do mercado e trouxe grande queda no volume no ano de 2020.
Segundo os dados divulgados, no acumulado de janeiro a novembro de 2020, foram embarcados 317 mil cabeças de gado vivo, um recuo de 40,8% frente ao mesmo período do ano passado. Quando comparamos os dados atuais com os de 2018, o melhor ano das exportações nesse setor, o recuo foi ainda maior, chegando a 59%. O que esperar para 2021?
De acordo com o Analista de Mercado da Scot Consultoria, Rodrigo Queiroz, essa queda nas exportações se deve a ao recuo das compras da Turquia, que é o principal comprador nesse setor. O cenário trouxe um grande impacto no mercado brasileiro de exportação de gado vivo.
“O Brasil vinha de uma crescente no volume exportado desde 2016, impulsionado pela Turquia, visto que o país se tornou o nosso principal importador desse produto, depois que a Venezuela (principal país importador de 2007 a 2015) entrou em uma crise política e financeira grave, em que a Venezuela importava, em média, no período de 2007 a 2016, 70% dos animais.”, informou analista.
Segundo os dados da Scot, a redução no volume exportado foi de 63,4% em 2019 e 47,4% em 2020, quando comparado o acumulado de jan-nov 2019/2020, mostrando ainda mais o impacto da Turquia nos volumes exportados.
Perspectiva para 2021
Para o futuro, o analista acredita que o mais importante é tentar abrir mercados. “Criamos uma expectativa grande com o Iraque em 2018, mas este ano ele diminuiu as importações. E a Arábia Saudita que antes não importava, agora está adquirindo um volume maior de animais”, completa.
A Scot Consultoria aponta que a perspectiva para o próximo ano ainda será de oferta restrita de animais no Brasil, apesar da maior retenção de fêmeas nesse ano. A oferta de animais de reposição mais erados (boi gordo e garrote), não ocorrerá de maneira expressiva o ano que vem, mas sim com maior força em 2022.
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Abrir novos mercados internacionais seria fundamental para evitar quedas mais expressivas nas exportações. O retorno da Turquia, e o crescimento das exportações para países como Egito, Iraque, Arábia Saudita podem trazer volumes recordes em 2021.
Lembrando que a Arábia Saudita, sozinha representa um mercado de 48 mil cabeças em um ano de “crise” como o de 2020. A CNA, Confederação Nacional da Agricultura, aponta um mercado estável e se mostra um excelente mercado para o pecuarista da cria e recria.