Segundo o Imea, com a falta de chuvas “o risco está aumentando” no estado. Não só em relação ao plantio, mas também a colheita e para a segunda safra.
A safra de soja 2020/2021 de Mato Grosso ainda promete ser uma das maiores de toda a história. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a área com o grão deve crescer e puxar a produção para um patamar nunca visto. Entretanto, o atraso nas chuvas e, consequentemente, no plantio acende um sinal de alerta.
“As estimativas de área, produtividade e produção de soja da safra 2020/2021 foram revisadas. Apesar de a semeadura ter iniciado agora, os trabalhos a campo de preparo de solo e adubação e correção pré-plantio já são visíveis e começam a gerar um melhor direcionamento da safra que está por vir”, diz a entidade.
Em relação à área, a expectativa é de que sejam cultivados 10,30 milhões de hectares nesta safra, valor 3,18% superior à temporada 2019/2020 e quase 1%% acima da última estimativa do Imea, realizada em setembro.
“A capitalização do produtor rural na última safra, assim como a comercialização adiantada de soja futura e relações de troca favoráveis no último ano, justificam o aumento do otimismo do cultivo da oleaginosa no estado. Vale lembrar também da perspectiva de redução de área de algodão primeira safra e do aumento constante dos preços futuros, que auxiliam a embasar esta projeção”, garante o Imea.
A produtividade também recebeu um ajuste e agora deve ficar em 58,03 sacas por hectare, 1,01% a mais em relação à última estimativa de setembro. Mas ela é menor que as 59,09 sacas da média de 2019/2020.
“É válido pontuar que menos de 2% da soja foi semeada até final de setembro, acumulado inferior ao percebido nos últimos anos. Além disso, alguns produtores que semearam a soja no pó, devido a necessidade de escalonamento de semeadura para cultivo de algodão segunda safra, podem ter redução de estande de plantas, caso a previsão de pouca chuva para o estado nos próximos dias seja comprovada”, afirma o Imea.
Por último, com estas atualizações de área e produtividade, a produção esperada para o estado passa a ser de 35,87 milhões de toneladas, volume 1,95% superior à última estimativa e 1,31% maior que a produção da safra 2019/2020, tornando-se um novo recorde para Mato Grosso.
Clima pode atrapalhar
Como já comentado pela entidade, durante justificativa para apontar uma produtividade menor nesta safra, o atraso na semeadura por falta de chuvas é um limitante não só para a produção de soja, mas também para as culturas subsequentes: o algodão e o milho.
Segundo o Imea, nos dados históricos desde que começou seu levantamento de semeadura (na safra 2008/2009), apenas em quatro safras o atraso no plantio foi semelhante ou maior que o atual (1,7% da área plantada até dia 2 de outubro). Ou seja, o risco está aumentando.
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A entidade também destaca outros fatores que podem trazer problemas para a produtividade da soja, como a semeadura concentrada.
“Os produtores estão aguardando as chuvas firmarem para iniciar os trabalhos. Caso isto ocorra, a maturação da soja em grandes áreas de Mato Grosso pode coincidir com as chuvas intensas de verão, que geralmente ocorrem em janeiro e fevereiro, trazendo riscos para a qualidade do grão se não puder ser retirado da lavoura no ponto de colheita. Isto sem falar na previsão das condições climáticas durante o ciclo produtivo, que ainda são muito incertas”, diz.
Fonte: Projeto Soja Brasil