Esse é o maior produtor de café do mundo com 3 milhões de toneladas

Em 2022, o Brasil – maior produtor de café do mundo – com produção significativa, representou cerca de 33% da produção mundial de café. Além disso, suas exportações de café totalizaram US$ 5,1 bilhões nesse ano.

Você gosta de um café, sabe quem é o maior produtor de café do mundo? O Brasil é amplamente reconhecido como o maior produtor de café do mundo. A história do café no país passa por uma longa tradição – tendo sido plantado o primeiro pé de café em 1729 – e uma indústria cafeeira robusta, exercendo um papel fundamental no mercado global de café. Anualmente, o Brasil produz cerca de três milhões de toneladas de café, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essa quantidade representa uma parcela significativa da produção global do grão.

O Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, segundo dados oficiais, o país tem uma área destinada à cafeicultura (arábica e conilon) totalizando 2,26 milhões de hectares em 2023, a produção brasileira de café pode atingir 54,94 milhões de sacas do grão beneficiado, segundo a Conab. O estado do Brasil reconhecido como o maior produtor de café é Minas Gerais. Se Minas Gerais fosse um país, o estado seria o maior produtor de café do mundo: 451 municípios de MG possuem lavouras acima de 10 hectares); US$ 4,4 bilhões em exportação em 2021; Café mineiro é destinado a 93 países; Aproximadamente 45 mil cafeicultores no estado.

O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, atrás apenas da água. Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), o mundo produziu, entre outubro de 2021 e setembro de 2022, 170,83 milhões de sacas de 60 quilos e consumiu 164,9 milhões de sacas. 

O Brasil é o segundo maior consumidor de café no mundo, atrás somente dos Estados Unidos.

Maior produtor mundial do grão, o Brasil exportou cerca de 2,2 milhões de toneladas, o equivalente a 39,4 milhões de sacas de café, em 2022, com embarques para 145 países, com destaques os destinos dos Estados Unidos e Alemanha, seguidos por Itália, Bélgica e Japão. O preço elevado do café no exterior permitiu que a exportação do produto (café verde, solúvel e extratos) alcançasse US$ 9,2 bilhões, no ano passado. 

Essa cultura tem um forte apelo social, tendo em vista a grande concentração de produção em propriedades familiares onde as lavouras são cultivadas. Segundo o diretor de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura e Pecuária, Silvio Farnese, a cultura representa uma importante receita para as famílias, com grande emprego de mão-de-obra não só na produção como em todo o processo industrial e comercial. 

O café também é celebrado em outras datas como o Dia Internacional do Café, em 1º de outubro, data escolhida, em 2015, para uma comemoração internacional pela OIC. No Brasil, o dia nacional do café é celebrado em 24 de maio. 

“São muitas as datas e muitas as celebrações, pois esta é a bebida mais consumida no mundo depois da água e é tão prazerosa, que vale a pena celebrar nestas datas. A Organização Internacional do Café deseja a todos um excelente Dia Mundial desta que é a nossa bebida”, ressalta Vanúsia Nogueira, diretora executiva da Organização Internacional do Café (OIC).

As regiões brasileiras de destaque na produção de café são Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná, que oferecem condições climáticas e de temperatura ideais para o cultivo do café. No entanto, outras localidades como Rondônia e Bahia também têm chamado a atenção pela produção de qualidade.  Essas áreas possuem uma combinação favorável de solo, altitude e clima que contribuem para o desenvolvimento ideal do cafezal.

Ciclo do café no Brasil

O café está presente na história do Brasil desde o século XIX, na época do Império. Após os ciclos econômicos do pau-brasil, da cana-de-açúcar e do ouro, o ciclo do café, que vai até o século XX, representou a maior fonte de riqueza do país e o principal produto de exportação.

O café chegou ao Brasil em 1727, entrando pelo Pará e cultivado na cidade de Belém. Nos anos seguintes, foi levado para o Maranhão e para o Rio de Janeiro, onde foi cultivado para consumo doméstico. Levado para terras da Serra do Mar, chegou ao Vale do Paraíba por volta de 1820, onde encontrou a “terra roxa”, solo rico para os cafezais. De São Paulo foi para Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná.

De acordo com o professor e historiador Diogo Dionizio, o ciclo do café foi muito importante para o desenvolvimento da região Sudeste, pois até então o Norte e Nordeste eram as regiões mais importantes do Brasil. “O ciclo do café surge no contexto do Brasil Império, então a partir do século 19 que vamos passar a ter esse ciclo e o café foi um produto muito importante principalmente para as regiões de São Paulo e do Paraná”, explica. 

No final do XIX e começo do século XX, os barões de café passaram a ter uma grande influência na política nacional, sobretudo, na política do “café com leite”, que dividiu o poder no Brasil. “Nós vamos ter num ano, cafeicultores paulistas com o poder no Brasil e com poder central da presidência, e no outro ano nós vamos ter os produtores de Minas, que são os grandes produtores de leite”, diz. 

O café passou a ser uma bebida bem comercializada no mundo todo e o Brasil se tornou um dos principais exportadores de café do mundo até a crise de 1929, quando o grão deixou de ser um dos principais produtos de exportação e o Brasil perde essa “soberania” no setor.

O historiador também lembra que o café fez parte da bandeira do Império brasileiro e atualmente integra o Brasão da República. “No período do Império, a bandeira vai apresentar os ramos de café, mostrando ali como essa cultura se transformou numa planta tão importante para economia brasileira, e até hoje o café é um dos principais produtos de exportação brasileiro. Até hoje o café movimenta a economia global e também a economia brasileira”, diz Dionizio, atualmente formador de professores de História na Divisão Pedagógica da Diretoria Regional de Educação de Guaianases, na Zona Leste de São Paulo.

Ranking dos 5 maiores produtores de café do mundo

Vários países têm uma indústria de café significativa, mas existem cinco países em destaque como os maiores produtores do mundo. Aqui está o ranking dos cinco maiores produtores de café, de acordo com a Organização Internacional do Café.

  1. Brasil: O maior produtor de café do mundo. Com uma longa tradição no cultivo e exportação de café, o país tem condições climáticas e geográficas ideais para o cultivo em larga escala. Em 2022, o Brasil foi responsável por uma produção significativa, representando cerca de 33% da produção mundial de café. Além disso, suas exportações de café totalizaram US$ 5,1 bilhões nesse ano.
  2. Vietnã: O país é conhecido por sua produção em grande escala, especialmente de café robusta. Em 2022, suas exportações de café alcançaram US$ 3,4 bilhões, o que destaca a do Vietnã no mercado global de café.
  3. Colômbia: Famoso por sua produção de café arábica de alta qualidade, o país da América do Sul possui condições geográficas únicas, incluindo altitudes elevadas e climas favoráveis, que contribuem para o cultivo de café de alta qualidade. Em 2022, suas exportações de café atingiram a marca de US$ 2 bilhões.
  4. Indonésia: O país é conhecido por seu café robusta, amplamente utilizado para a produção de café solúvel, para consumo instantâneo. A Indonésia tem uma longa tradição no cultivo de café e suas exportações em 2022 alcançaram US$ 1,6 bilhão.
  5. Etiópia: Considerada o berço do café, foi na Etiópia que o grão foi descoberto. O país tem uma rica herança e uma diversificada variedade de cafés. Em 2022, suas exportações totalizaram US$ 889 milhões.
Foto: Marcelo Camargo/ABr)

Cafés especiais no Brasil

A posição do Brasil como maior produtor e exportador mundial leva, cada vez mais, uma bebida de qualidade das fazendas de café aos consumidores brasileiros, nosso maior mercado e àqueles dos 145 países importadores.  “Hoje o Brasil já é o maior fornecedor mundial de cafés a partir de 80 pontos, produzidos com responsabilidade social e ambiental e também um consumidor respeitável de cafés de alta qualidade”, explica Vanúsia Nogueira. 

Estima-se que cerca de 5% a 10% do consumo brasileiro de cafés já seja de cafés especiais, sejam eles vendidos em cafeterias, restaurantes, hotéis, em canais de internet e em supermercados. 

Foi um crescimento rápido, que veio com a curiosidade na descoberta de diferentes sabores  e diferentes experiências. Em números absolutos, já é um volume maior que muitos países e que tende a evoluir cada vez mais, com o engajamento de mais produtores e o conhecimento e valorização dos clientes.

“É o café deixando de ser apenas algo essencial para o estado de alerta, para a energia do treino, mas sendo também a indulgência, o prazer que todos merecemos”, assegura Vanúsia. 

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