Esporte olímpico mais antigo, origem do Hipismo tem guerra, caça esportiva e grandes cavaleiros

Uma das modalidades mais antigas das Olimpíadas – a primeira disputa nos Jogos ocorreu em Paris, em 1900 – o hipismo coleciona feitos memoráveis e atletas de peso. Conheça um pouco a história dos cavaleiros.

Desde a Grécia antiga com competições no esporte que eram realizadas em Olímpia, com direito a corridas de bigas, passando pelos cavalos adestrados por fins militares até a caça a raposa em planícies inglesas. Sabem qual o laço que une todas essas características? Todos foram fatores curiosos que influenciaram e formaram a riqueza do hipismo que é visto nos dias atuais.

DESDE A GRÉCIA ANTIGA

Se os jogos se chamam Olímpicos, o embrião do nome tem a ver com a cidade grega de Olímpia. Como se tratou de época de lendas afloradas, em que Hércules e Zeus eram reverenciados nas disputas e as guerras davam tréguas para os campeões, não há uma certeza de data exata do início das competições. As primeiras referências se dão a 776 a.C, quando as corridas de bigas já colocavam homens e cavalos juntos em comuns disputas em circuitos ovais.

O primeiro método de adestramento surgiu com o intuito de preparar os cavalos para batalhas. Gregos foram justamente os precursores dessa técnica pois acreditavam que era necessário a boa relação entre o cavaleiro e o cavalo para encarar uma batalha.

Bigas - O Grande Prêmio dos Romanos
Bigas – O Grande Prêmio dos Romanos

Na era do Renascimento, o adestramento foi revitalizado depois de ficar um período esquecido. Em 1729, a técnica ganhou mais corpo com a criação da Escola Espanhola de Adestramento, em Viena. Foi lá onde foram criadas as bases modernas da modalidade.

A modalidade passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos de Estocolmo, na Suécia, em 1912. No Brasil, o adestramento chegou em 1922 com a vinda da Missão Militar Francesa. Quando a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) foi fundada, a modalidade foi inserida.

Na Olimpíada, o adestramento é dividido em três etapas. Na primeira e na segunda, chamadas de Grand Prix e Grand Prix Special, respectivamente, os movimentos são pré-determinados. A última, que recebe o nome de Grand Prix Freestyle, os conjuntos têm liberdade para fazer os movimentos e as apresentações são feitas ao som de uma música.

CAÇA A RAPOSA

As origens dos saltos tiveram um tom inglês de “sangue azul”. Talvez ali, no século XIX, nascia a ideia de um esporte de elite. Acompanhados por cães, nobres perseguiam raposas sob seus cavalos. Nessa missão de captura, o conjunto saltava distintos tipos de obstáculos naturais: troncos, pequenos riachos, cercas vivas ou o que viesse pela frente.

cacando raposas

Na segunda metade do século XIX, a “brincadeira” ganhava as primeiras regras e contornos de seriedade. Esse nobres praticantes resolveram criar um circuito que reproduzisse as caçadas, e com obstáculos que seriam recriados com base naquelas buscas.

Em 1868, a Real Sociedade de Dublin promoveu provas de salto em altura e em distância. Como desafio, o conjunto tentava provar força, destreza, técnica, coragem (para ultrapassar barreiras), além de harmonia para cavalo e cavaleiro.

OBJETIVOS MILITARES

O Concurso Completo de Equitação (CCE) também começou a ser disputado por volta de 1902, pela cavalaria francesa. O objetivo dos militares da França era mostrar que suas montarias, utilizadas em batalhas por territórios, por exemplo, eram boas em todas as atividades: adestramento (disciplina e força), salto (obediência e força) e o cross country, que é um circuito longo com diversos obstáculos – na época, comparado a um campo de batalha.

Hussars were a light type of cavalry between the 15th and 19th century. Here, French hussars during the Napoleonic Wars.
Hussars were a light type of cavalry between the 15th and 19th century. Here, French hussars during the Napoleonic Wars.

No início, apenas homens militares podiam disputar as provas de CCE, inclusive quando ela passou a fazer parte da Olimpíada, também em 1912, em Estocolmo, na Suécia. Essa também foi a primeira vez que a modalidade foi vista como uma competição, não mais como uma prova de capacidade das montarias para batalhas nas guerras.

MEDALHAS BRASILEIRAS

O Brasil tem medalhas no Hipismo, os bronzes foram conquistadas nas Olimpíadas de Atlanta (1996) e Sidney (2000) nos saltos por equipe e nas duas oportunidades Rodrigo Pessoa esteve presente. Em Atlanta a equipe era formada por Luiz Felipe de Azevedo montando Cassiana, Álvaro Miranda Neto montando Aspen, André Johannpeter montando Calei e Rodrigo Pessoa montando Tomboy. Já em Sidney tivemos a seguinte equipe: Rodrigo Pessoa montando Baloubet du Rouet, Luiz Felipe de Azevedo montando Ralph, Álvaro Miranda Neto montando Aspen, André Johannpeter montando Calei. Confira todos os medalhistas aqui.

HISTÓRIAS, RECORDES E GRANDES CAVALEIROS

Coronel Harry Llewellyn no seu cavalo Foxhunter
Coronel Harry Llewellyn no seu cavalo Foxhunter

SIR HARRY LLEWELLYN (GRÃ-BRETANHA)
1911-1999 (Salto)
Filho do dono de uma mina de carvão no País de Gales, Llewellyn formou uma parceria lendária com Foxhunter, um cavalo que ele comprou em 1947, e com o qual apenas um ano mais tarde, ganhou a medalha de bronze por equipe nas Olimpíadas de Londres. Em 1952, Llewellyn e Foxhunter ganharam a medalha de ouro em Helsinki, que veio a ser a única medalha de ouro conquistada pela Grã-Bretanha nessas Olimpíadas. Llewellyn e Foxhunter venceram 78 competições internacionais, tendo sido erguido um monumento em memória do cavalo numa montanha galesa com vista para Abergavenny, onde a família Llewellyn morava.

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Hans Gunther Winkler

HANS GUNTHER WINKLER (ALEMANHA)
nascido em 1926 (Salto)
O único cavaleiro da modalidade de Salto a ganhar cinco medalhas de ouro Olímpicas – ele também ganhou uma de prata e uma de bronze – e o único cavaleiro em uma modalidade a ganhar medalhas em seis Olimpíadas diferentes. Ele ganhou o ouro individual em 1956, apesar de ter sofrido um ferimento durante uma das passagens iniciais da competição. Entre 1954 e 1957 ele colecionou títulos a nível Olímpico, Mundial

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Reiner Klimke (Alemanha)

REINER KLIMKE (ALEMANHA)
1936-1999 (Adestramento)
Faturou o recorde de seis medalhas de ouro e duas de bronze durante a sua brilhante carreira no Adestramento, em seis Jogos Olímpicos, de 1960 a 1988. Ele era também um atleta do CCE, competindo nos Jogos Olímpicos de 1960. Sua filha, Ingrid Klimke, fez parte da equipe vencedora alemã, ganhando a medalha de ouro em CCE nos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012.

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Sir Mark Todd

MARK TODD (NOVA ZELÂNDIA)
nascido em 1956 (CCE)
Ganhou a medalha de ouro individual na modalidade CCE nos Jogos Olímpicos de 1984 e 1988, montando o brilhante e pequeno Charisma. A sua quinta medalha Olímpica – conquistada por equipe em Londres em 2012 – representou o mais longo intervalo entre recordes Olímpicos, 28 anos entre vitórias. Ganhou o prestigioso Badminton Horse Trials quatro vezes – foi o vencedor mais velho em 2011, aos 55 anos – e foi indicado Cavaleiro do Século 20 pela FEI. Está competindo no Rio 2016.

Fonte: Conteúdo adaptado dos Portais Globoesporte e Terra

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