
Retrospectiva de 2024 e as perspectivas para 2025 para a avicultura brasileira, segundo os analistas da Agrifatto
O ano de 2024 trouxe oscilações para a avicultura brasileira, marcada por desafios como custos elevados, enchentes no Rio Grande do Sul e o bloqueio sanitário no mesmo estado devido à doença de Newcastle, gerando momentos de incerteza e desequilíbrio entre oferta e demanda.
Nas nossas estimativas, 2024 deve encerrar com o abate de aves no Brasil em 6,45 bilhões de cabeças, 2,60% acima de 2023, marcando o maior volume da história. Com isso, a produção de carne de frango deve atingir 13,70 milhões de toneladas, um crescimento anual de 2,85% e também um recorde histórico.
O Brasil consolidou sua liderança nas exportações, com expectativa de 5,05 milhões de toneladas embarcadas em 2024, um aumento de 3,50% em relação ao ano anterior e um novo recorde anual. Recordes mensais foram registrados em fevereiro, abril, julho, setembro, outubro e novembro, embora o maior volume histórico siga sendo o de mar/23, com 488,91 mil toneladas. Avanços nos acordos internacionais, como a adoção de certificados digitais com a União Europeia (27/02), a isenção de tarifas pelo México (02/01), e a abertura de mercados no Panamá (19/08) e na Arábia Saudita (26/08), fortaleceram as exportações brasileiras. Um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, firmado em dezembro, trouxe perspectivas promissoras para o setor, com uma cota tarifária zerada para 180 mil toneladas a ser implementada gradualmente.
O preço do frango vivo enfrentou pressão negativa ao longo do primeiro semestre pela oferta elevada, mas se recuperou no segundo semestre. Na média anual, o preço do frango vivo no Brasil deve encerrar em R$ 4,82/kg, alta de 1% em relação a 2023. Já o frango resfriado no atacado paulista, que apresentou valorização a partir de agosto, provavelmente encerrará dezembro próximo de R$ 8,00/kg, patamar que não era visto desde out/21. A parcial de 2024 está em torno de R$ 7,26/kg, representando um aumento anual significativo de 10,95%.
O mercado de ovos também enfrentou dificuldades ao longo do ano, com preços pressionados pela elevada oferta. Porém, a partir de out/24, a alta nos preços das carnes aumentou a demanda interna por ovos, interrompendo o ciclo de quedas e trazendo alívio no final do ano para os produtores.
Por fim, 2024 foi um ano de desafios para a avicultura brasileira. Entretanto, o setor reforçou sua posição no mercado global e encerra o ano com marcos históricos importantes.
Perspectiva
Com o fim de 2024 se aproximando, surge a expectativa para o mercado da avicultura em 2025. A oferta de animais deverá continuar elevada, com um crescimento de 1,20% em relação a 2024, atingindo 6,52 bilhões de cabeças de frangos abatidos. Esse aumento é justificado pela necessidade de atender à expansão da demanda interna e externa. Com isso, estimamos que a produção de carne de frango chegue a 13,87 milhões de toneladas, superando o recorde de 2024, com um avanço de 1,20%.
Para o consumo interno, espera-se um aumento anual de 0,73%, totalizando 8,72 milhões de toneladas, o que corresponde a um consumo per capita de 42,31 kg/hab/ano.
No mercado internacional, o Brasil deve manter a liderança nas exportações de carne de frango em 2025, consolidando novos e antigos mercados. As exportações devem alcançar 5,15 milhões de toneladas, com um crescimento de 0,2% em relação a 2024, o que pode configurar um novo recorde.
Com a oferta elevada, espera-se que os preços do frango vivo apresentem variações entre R$ 4,65/kg e R$ 4,70/kg no primeiro semestre de 2025 e superem os R$ 4,70/kg no segundo semestre, com um aumento de até 0,98% na média anual em relação a 2024. Vale destacar que a elevação dos preços poderá ser mais expressiva caso outras proteínas animais (bovina e suína) sigam o mesmo ritmo de valorização observado no final de 2024. Isso ocorre porque, historicamente, a população brasileira tende a consumir mais carne de frango quando os preços de outras proteínas aumentam.
Esse cenário, somado ao aumento das taxas de juros em 2025, já anunciado pelo Banco Central, pode impulsionar o consumo de frango e ovos como alternativas mais acessíveis, diante de uma população que migra do consumo de carne bovina e suína.
Fonte: Agrifatto
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