
ADM, Bunge, Cargill e a francesa Louis Dreyfus formam o quarteto de corporações que domina o comércio internacional de produtos agrícolas básicos e estão em disputa acirrada!
A Bunge, uma das maiores empresas de agronegócio do mundo, anunciou ontem um acordo de fusão com a canadense Viterra, empresa que tem a suíça Glencore como principal acionista. A transação criará uma gigante do comércio agrícola de valor de mercado de US$ 30 bilhões.
A união reforça a musculatura da Bunge na disputa que três gigantes norteamericanas travam pela liderança do mercado internacional de alimentos e commodities agrícolas. No ano passado, a Cargill, a maior empresa do segmento no mundo, faturou US$ 165 bilhões, quase o dobro da receita da segunda colocada, a Archer Daniels Midland (ADM), que foi de US$ 85,2 bilhões. Bunge e Viterra faturaram US$ 65 bilhões e US$ 58 bilhões, respectivamente.
Pelo acordo, os acionistas da Viterra receberão 65,6 milhões de ações da Bunge, com valor total de US$ 6,2 bilhões, e US$ 2 bilhões em dinheiro. O acerto representará um pagamento de 75% em ações da Bunge e 25% em dinheiro. Como parte da transação, a Bunge assumirá US$ 9,8 bilhões em dívida da Viterra, que está associada a US$ 9 bilhões em estoques altamente líquidos e prontamente negociáveis.
A Bunge também anunciou que pretende recomprar US$ 2 bilhões de suas próprias ações, o mais rapidamente possível, em até 18 meses. Isso deverá aumentar o lucro líquido ajustado da empresa.
“A combinação da Bunge e da Viterra acelera significativamente nossa estratégia (…) de conectar agricultores a consumidores e fornecer alimentos, rações e combustível essenciais para o mundo”, afirmou, em comunicado, Greg Heckman, o principal executivo da Bunge.
David Mattiske, o principal executivo da Viterra, disse que, ao combinarem suas redes de originação, processamento e distribuição de commodities, as duas empresas estarão “mais bem-posicionadas para atender à crescente demanda por produtos alimentícios, rações e combustíveis que oferecemos. Juntos, desempenharemos um papel de liderança no futuro da indústria agrícola, desenvolvendo cadeias de suprimentos totalmente rastreáveis e sustentáveis e avançando em direção a operações neutras em carbono, ao mesmo tempo em que criamos uma forte plataforma de crescimento para nossos negócios combinados”.
A Bunge tem forte presença no Brasil – a companhia é uma das maiores exportadoras do agronegócio no país e também a maior compradora e esmagadora de soja, o principal item de exportação do agro nacional. Com a fusão, a Bunge se expande em mercados como Canadá, país de origem da Viterra, e Austrália, país que funcionou com um dos elementos centrais da expansão internacional do grupo canadense.
ADM, Bunge, Cargill e a francesa Louis Dreyfus formam o quarteto de corporações que domina o comércio internacional de produtos agrícolas básicos, como grãos e açúcar, ainda que elas não necessariamente sejam concorrentes diretas em todos os segmentos em que atuam. Dada a coincidência de suas letras iniciais, as quatro são conhecidas como “ABCD”.
Fundada na Holanda em 1818, a Bunge é a mais antiga delas. Ao longo desses mais de 200 anos de existência, o grupo, que mudou sua sede para os Estados Unidos em 1994 e, sete anos depois, abriu capital na bolsa de Nova York, conseguiu evitar o assédio de potenciais compradores.
Dois desses episódios são relativamente recentes. Em 2017, a suíça Glencore chegou a estruturar uma aquisição hostil (operação em que um grande investidor toma o controle de uma companhia que não está à venda) da Bunge, mas a tentativa não prosperou. A união entre Bunge e Viterra acabou sendo a porta de entrada dos suíços no capital da empresa americana: como parte do acordo de fusão, a Glencore e as gestoras CPP Investments e BCI, atuais acionistas da companhia canadense, passarão a ser acionistas da Bunge.
Meses depois, ainda em 2017, circulou a notícia de que a ADM também preparava uma proposta para comprar a concorrente, abrindo uma “guerra de ofertas” com a Glencore. Mas, no início de 2018, Juan Luciano, o principal executivo da ADM, disse que o momento não era propício a operações dessa magnitude – ou “aquisiçõesmonstro”, como ele descreveu na ocasião à agência Reuters.
Ontem, o mercado parece ter avaliado a fusão como positiva para as duas empresas. As ações da Bunge encerraram o dia em alta de 2,44% na bolsa de Nova York, a US$ 96,08. Além disso, a agência de classificação de risco S&P elevou a nota de crédito da companhia, que passou de “BBB” para “BBB ” – em ambos os casos, a nota está na faixa “grau de investimento”, quando, na avaliação da S&P, o risco de a empresa não cumprir seus compromissos com credores é pequeno. Outra agência, a Fitch, colocou a Viterra em perspectiva positiva, o que significa que o efetivo aumento da nota de crédito da empresa pode ocorrer em breve.
Fonte: Valor Econômico
Estudo desvenda detalhes da genética do cavalo Quarto de Milha
Pesquisa traz descobertas importantes sobre como o componente genético influencia o desempenho de cavalos da raça Quarto de Milha no Brasil
Continue Reading Estudo desvenda detalhes da genética do cavalo Quarto de Milha
Preço do etanol cai em 13 Estados, sobe em 8 e no DF e fica estável em 5, diz ANP
Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média caiu 0,24%, de R$ 4,12 para R$ 4,11 o litro.
Continue Reading Preço do etanol cai em 13 Estados, sobe em 8 e no DF e fica estável em 5, diz ANP
Governo prepara aumento de 1,5% nos juros do Plano Safra 2025/26
Alta nas taxas nos juros do Plano Safra 2025/26 pressiona produtores, expõe fragilidades na política agrícola e reacende debate sobre a eficácia do crédito rural no Brasil
Continue Reading Governo prepara aumento de 1,5% nos juros do Plano Safra 2025/26
90ª ExpoZebu: confira a programação da feira nesta terça-feira (29)
A 90ª ExpoZebu continua nesta terça (29) com uma programação extensa em todo o Parque Fernando Costa, com destaque para julgamentos das raças zebuínas, ordenhas do Concurso Leiteiro e outras atividades
Continue Reading 90ª ExpoZebu: confira a programação da feira nesta terça-feira (29)
IPPA avança 1,3% em março e 20,4% no trimestre
Segundo o Centro de Pesquisas, esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelos desempenhos positivos do IPPA-Grãos e do IPPA-Hortifrutícolas.
Continue Reading IPPA avança 1,3% em março e 20,4% no trimestre
Índice que reajusta aluguel acumula inflação de 8,50% em 12 meses
A alta da taxa de março para abril deste ano foi puxada principalmente pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo.
Continue Reading Índice que reajusta aluguel acumula inflação de 8,50% em 12 meses