
A bovinocultura de corte é dividida em cria, recria e engorda, cada uma das etapas da produção de gado de corte têm suas particularidades, exigindo manejo específico para otimizar o resultado
A pecuária bovina é um dos pilares da agropecuária nacional e exerce um papel estratégico na sustentação da economia brasileira. Em 2024, conforme dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor movimentou R$ 819,2 bilhões, reforçando sua relevância para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Dentro da cadeia produtiva da bovinocultura de corte, é fundamental conhecer suas principais fases operacionais — desde o nascimento dos bezerros até a terminação dos animais para o abate.
Uma gestão eficiente dessas etapas – cria, recria e engorda – pode significar ganhos expressivos em produtividade, qualidade da carne e retorno financeiro.
Do nascimento ao desmame: a base de tudo
A primeira etapa da criação de gado de corte é conhecida como fase da cria. Nela, o foco está no bom manejo das matrizes gestantes e na saúde dos bezerros recém-nascidos. Uma nutrição balanceada durante a gestação influencia diretamente no vigor do filhote. Já no momento do parto, o acompanhamento cuidadoso pode evitar complicações e garantir que o recém-nascido tenha acesso imediato ao colostro, substância rica em anticorpos que fortalece sua imunidade.
Após o nascimento, os cuidados continuam com a cura do umbigo, identificação do animal e monitoramento da amamentação. A introdução gradual de alimentos sólidos prepara o bezerro para o desmame, que deve ocorrer de forma estratégica, minimizando o estresse e possíveis perdas de desempenho.

Recria: a fase do crescimento e da preparação
Após o desmame, os animais entram na fase da recria. Nesse período, que se estende até a puberdade ou o início da engorda, o principal objetivo é garantir um crescimento saudável e uniforme. A oferta de pastagens nutritivas, associada a uma suplementação bem planejada, é essencial para atender às necessidades dos novilhos em formação.
Outro ponto-chave é a sanidade. Um calendário rigoroso de vacinação, controle de verminoses e acompanhamento do peso e escore corporal são práticas que garantem a boa performance do rebanho. É nessa fase que se consolidam as bases para uma engorda eficiente e lucrativa.
Terminação: o último passo rumo ao mercado
A engorda, também chamada de fase de terminação, representa o estágio final da bovinocultura. O objetivo aqui é elevar o peso dos animais de forma eficiente, respeitando padrões de qualidade exigidos pelo mercado. Esse processo pode ser conduzido a pasto ou em sistemas de confinamento, dependendo da estrutura disponível e da estratégia do produtor.
Enquanto a engorda a pasto costuma demandar mais tempo e depender de boas condições climáticas, o confinamento oferece maior controle sobre a dieta e acelera o ganho de peso. Em ambos os casos, a alimentação deve ser energética, rica em proteínas e ajustada conforme o desenvolvimento dos animais.
O bem-estar animal não pode ser negligenciado. Ambientes limpos, acesso constante à água e manejo cuidadoso contribuem não apenas para a saúde dos bois, mas também para a qualidade final da carne.

O que interfere no desempenho das fases produtivas da bovinocultura?
Diversos fatores influenciam o sucesso da bovinocultura de corte. O clima, por exemplo, impacta diretamente a disponibilidade de pasto e o conforto térmico dos animais. Em regiões quentes, como o Centro-Oeste brasileiro, raças zebuínas como o Nelore se destacam por sua resistência natural ao calor e a parasitas.
A genética é outro ponto determinante. Animais com alto potencial genético apresentam melhor conversão alimentar, crescimento acelerado e carcaças de maior valor comercial. Investimentos em programas de melhoramento genético têm se mostrado cada vez mais vantajosos.
No quesito sanidade, a prevenção continua sendo a melhor estratégia em todas as fases da bovinocultura. Protocolos de vacinação, práticas de biossegurança e monitoramento constante ajudam a evitar surtos de doenças e perdas produtivas.

Por fim, capacitar quem trabalha no campo e utilizar tecnologias de apoio à gestão são diferenciais competitivos. Do uso de softwares para controle zootécnico à adoção de ferramentas para manejo de pastagens, o conhecimento técnico e a inovação são aliados indispensáveis na bovinocultura moderna.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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