Nestes casos, o uso de tecnologias só acontece quando o professor leva o seu próprio dispositivo e usa sua rede de dados. Absurdo que vive ainda o campo!
Uma pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) apontou dados preocupantes sobre o uso de tecnologias e internet nas escolas localizadas em áreas rurais do país.
Boa parte delas não tem nenhum computador para uso dos alunos e professores e as que têm, poucas possuem acesso à internet.
Inicialmente a pesquisa TIC Educação 2018 perguntou para as escolas se elas possuem computadores, sejam de mesa, portáteis ou tablets.
O resultado é que 57% diz não ter nenhum computador de mesa, 68% não têm nenhum notebook e 92% não têm tablets. Sendo que os casos mais críticos se encontram no Norte e Nordeste do país. Nas escolas urbanas, 99% dizem ter computadores.
Das que possuem computadores de mesa, 28% diz ter de 1 a no máximo 5 aparelhos em funcionamento. Para uso exclusivo dos alunos este índice de computadores em funcionamento cai para apenas 11%.
“Descobrimos que nas escolas rurais só 43% possui um computador para uso administrativo. Eles estão com problemas mais básicos do nas urbanas, com falta de estrutura tanto para alunos, professores, quanto para a parte administrativa”, ressalta a coordenadora da pesquisa TIC Educação, Daniela Costa.
Sem internet
A falta de infraestrutura também é o motivo óbvio relatado para que 43% das escolas rurais respondessem que não tem ao menos um computador com acesso a internet. Se comparar com os colégios nas áreas urbanas, dá para perceber esta discrepância, já que 98% dizem ter pelo menos um aparelho conectado à rede.
“O uso de tecnologias em escolas só acontece, em muitos casos, por o professor levar o seu próprio dispositivo até a escola, seja ele telefone, tablet ou computador (52%). Sem falar que eles precisam usar a própria rede de dados também. Até para se comunicar com os pais dos alunos ou mesmo a secretaria de ensino”, diz a coordenadora do estudo.
Nem mesmo as escolas que possuem computadores e acesso à internet estão livres de problemas, já que a grande maioria tem no máximo 2 mbps. “Dá para perceber que o problema não é só na escola, mas do lugar, que também não tem acesso à tecnologias”, comenta Daniela.
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Expansão do estudo
Até 2016 a pesquisa da CGI.br não englobava as escolas das áreas rurais, mas a coordenadora garantiu que o estudo pretende ampliar a atuação nestas áreas. Nas escolas urbanas o histórico vem desde 2010.
“A pesquisa é amostral e realizada em grande parte por telefone nessas áreas rurais, devido a dificuldade de acesso. Nas urbanas a pesquisa é feita quase em um todo, via presencial. Nossa ideia, a partir de agora, é aumentar o número de visitas presenciais nessas áreas rurais”, afirma.
Fonte: Canal Rural