
Produção de energia e fertilizantes para agricultura agora poderão ser feitos com o uso de dejetos humanos em uma estação na Austrália.
Buscando reduzir as emissões de carbono e economizar dinheiro, a Austrália abriu uma fábrica que tem a capacidade de converter dejetos humanos em fertilizantes para a agricultura e energia limpa. Toda a estrutura de gaseificação de biossólidos está localizada na Estação de Tratamento de Águas Residuais de Loganholme, em Logan City, Queensland, na Austrália.
O projeto custou um total de U$ 20 milhões, cerca de R$ 100 milhões na cotação atual. De acordo com o conselho da empresa, a estação tem a capacidade de “explodir” os dejetos humanos com um calor extremamente elevado. O produto final de todo esse processo é o biocarvão inodoro. O produto poderá ser usado para a fabricação de fertilizantes na agricultura e produção de energia.
“O processo de gaseificação envolve biossólidos (lodo de esgoto) sendo desaguados, secos e tratados em altas temperaturas. O calor gerado a partir do processo é então capturado e usado na fase de secagem.” destaca a empresa.
Antes do processo de reaproveitamento dos dejetos ser instalado, os caminhões levavam os dejetos para outro local para serem reaproveitados como fertilizante de baixo teor. Com o novo projeto, a cidade australiana acredita que terá um retorno de cerca de U$ 1 milhão.
“A economia de custos operacionais e os créditos de carbono devolverão quase US$ 1 milhão anualmente à cidade de Logan, enquanto um novo fluxo de receita será criado a partir das vendas de biocarvão”, declarou o conselho da empresa. Além disso, é esperado que a operação deve resultar na redução de até 6.000 toneladas de carbono por ano.
Uso matéria organica para produzir energia não é novo
A ideia de reaproveitar matéria orgânica ou resíduos em processos industriais e outras iniciativas não é uma novidade. Em fevereiro do ano passado, por exemplo, foi anunciado que uma instalação de biogás na costa sul da Inglaterra. A instalação tem a capacidade de fornecer eletricidade a uma fábrica operada pela fabricante dinamarquesa de turbinas eólicas Vestas.
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Boa parte dos países, principalmente os países de primeiro mundo, estão trabalhando para zerar as emissões de carbono. Porém, nem todo mundo está confiante que o mundo está preparado para abandonar de vez os combustíveis fósseis.
Nesta semana, Bill Winters, CEO da Standard Chartered, afirmou que é ridículo e ingênuo acreditar que conseguiremos zerar as emissões de carbono. “Bem, em primeiro lugar, isso não vai acontecer e, em segundo lugar, seria muito perturbador. A ideia de que podemos fechar as torneiras e acabar com os combustíveis fósseis amanhã é obviamente ridícula e ingênua”, destacou.
O CEO foi ainda mais polêmico ao afirmar que todas essas mudanças, como o investimento em energia limpa, seriam boas para o meio ambiente, mas ruim em outros pontos. “Ruim para guerras, revoluções e vida humana, porque você teria… estragos”. Destacou.
Fonte: Click Petróleo e Gás