
Medida chamada de vazio sanitário ocorre por conta contra ferrugem asiática, doença que atinge o grão, e inicia no dia 19 de dezembro e permanece por 90 dias – até 18 de março.
Durante os próximos 90 dias produtores de soja estão proibidos de cultivar o grão em Roraima. A restrição na produção, chamada de vazio sanitário, é uma medida da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) que busca conter o avanço da ferrugem asiática, uma doença de rápida propagação e altamente nociva à cultura da soja.
O vazio sanitário estabelecido pela portaria inicia nesta segunda-feira (19) e encerra no dia 19 de março de 2023, período da entressafra. Esta é a primeira vez que a medida é aplicada em Roraima.
A ideia de suspender o cultivo do grão é uma estratégia para quebrar o ciclo de reprodução do fungo Phakopsora pachyrhyzi que atinge as plantas causando desfolha, impedindo a formação e enchimento dos grãos e consequentemente a perda da produtividade, conforme explica o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Daniel Schurt.
“O fungo precisa de plantas vivas para se reproduzir. Por isso, ele não sobrevive mais de 60 dias após a colheita da soja. Então, o vazio sanitário é um período suficiente para reduzir a quantidade de fungo na lavoura”, explica Schurt.
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Nesses meses me que há restrição no plantio, os produtores poderão trabalhar com outras culturas que não são afetadas pela ferrugem asiática, como milho, milheto e pastagens. Os que decidirem não fazer semeadura precisam manter o monitoramento regular da área, uma vez que é possível o aparecimento de plantas hospedeiras do fungo e elas precisam ser eliminadas.
Casos excepcionais
Apesar da proibição, o documento que determina o vazio sanitário prevê alguns plantios de soja em casos excepcionais. Segundo o fiscal agropecuário Hugo Bandeira, para esse tipo de cultivo é necessária a autorização da Aderr.
“A portaria permite o plantio para pesquisa e produção de sementes, mas tudo será acompanhado pela Aderr.”
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Durante o vazio sanitário, a Agência de Defesa Agropecuária deve visitar as propriedades para garantir o cumprimento da medida.
Conforme a portaria, os produtores que deixarem de seguir a restrição poderão sofrer penalidades.
A ferrugem asiática já causou prejuízos bilionários no Brasil. Em Roraima, a doença foi identificada inicialmente em propriedades de Alto Alegre e Iracema em 2021, e logo chegou a todos os municípios que produzem o grão.
Apesar da incidência da doença, o estado bateu um recorde de produção em 2022. Cerca de 160 propriedades cultivaram juntas 340 mil toneladas de soja segundo estimativa da Secretaria Estadual de Agricultura.
Fonte: G1
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