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Com base em estudos e dados recentes, este artigo oferece uma visão aprofundada sobre o perfil do consumidor de queijos no Brasil.
O mercado de queijos no Brasil é altamente dinâmico e oferece inúmeras oportunidades para queijarias e granjas leiteiras. Contudo, muitos desses produtores têm acesso limitado a dados precisos que poderiam direcionar suas ações de marketing, branding e desenvolvimento de produtos. A falta de informações sobre o comportamento e as preferências dos consumidores pode dificultar a construção de estratégias eficazes, especialmente quando se trata de atender a um público tão diverso e com tantas nuances.
Com base em estudos e dados recentes, este artigo oferece uma visão aprofundada sobre o perfil do consumidor de queijos no Brasil, fornecendo insights valiosos para que pequenos empreendimentos possam adaptar suas estratégias de negócio, atender às expectativas dos consumidores e se destacar em um mercado tão promissor. Vamos explorar os dados e as tendências que podem orientar as ações de marketing, logística, gestão e muito mais, permitindo que os pequenos produtores aproveitem ao máximo o potencial do mercado de queijos no Brasil.
O Consumo de Queijos no Brasil: Uma Análise da Pesquisa da Embrapa
O Brasil, com sua diversidade de sabores e culturas regionais, é um dos maiores consumidores de produtos lácteos da América Latina. Entre os derivados lácteos, o queijo ocupa um lugar de destaque, sendo uma escolha frequente nas mesas de todo o país. Segundo a última pesquisa da Embrapa sobre o consumo de queijos, realizada entre agosto de 2022 e agosto de 2023, o Brasil continua a expandir seu apetite por queijos, e a pesquisa revela dados surpreendentes sobre o comportamento do consumidor, suas preferências e o impacto das redes sociais nesse mercado.
O Crescimento do Consumo de Queijo
Os queijos são, sem dúvida, um dos derivados lácteos mais consumidos no Brasil, ficando apenas atrás do leite fluido. A pesquisa revelou que, entre os mais citados, o queijo minas e o requeijão se destacam, seguidos de perto por variedades como coalho, parmesão e ricota. No total, a pesquisa coletou 957.367 menções à categoria de queijos no Twitter/X, destacando o crescente interesse por esse alimento, especialmente nas plataformas digitais.
Padrões de Consumo: O Que os Brasileiros Preferem
De acordo com os dados, o requeijão lidera a lista dos queijos mais mencionados, seguido de queijo minas, coalho, parmesão e ricota. Esses cinco tipos representam 74% das menções em postagens. A pesquisa também destaca que o consumo de queijo no Brasil não é homogêneo: enquanto o Sudeste apresenta o maior consumo per capita, a região Norte continua com números bem abaixo da média nacional, refletindo as variações culturais e econômicas nas preferências alimentares.
Geração Z no Comando: O Impacto das Redes Sociais
Outro dado relevante da pesquisa é a predominância da Geração Z no consumo de queijos nas redes sociais. Com 80,7% das postagens realizadas por esse grupo, os jovens estão claramente moldando as tendências de consumo. Os homens também se destacam nesse cenário, representando 79,2% das postagens, o que indica um engajamento predominantemente masculino nas discussões sobre queijos. Esse comportamento revela a crescente influência das redes sociais na forma como os consumidores se conectam com os produtos e compartilham suas preferências.
O Que os Consumidores Buscam em um Queijo
Entre as principais características que atraem os consumidores, destacam-se a cor, a maturação, o sabor, a forma de produção, a textura, o preço e o tamanho do produto. Juntas, a cor e a maturação representam 31% das postagens, o que mostra como esses aspectos são decisivos para a escolha do produto. A pesquisa também identificou que os queijos mais populares são frequentemente acompanhados por panificados, alimentos preparados, verduras e hortaliças, produtos açucarados e carnes, sugerindo que o consumo de queijos é comum tanto em lanches rápidos quanto em refeições mais elaboradas.
Onde o Queijo é Mais Consumido?
Quando se trata de localização geográfica, o Sudeste (com exceção do Espírito Santo) lidera o ranking de menções sobre queijos nas redes sociais, seguido pelos estados da região Sul e, em menor medida, pelos estados do Nordeste, como Pernambuco, Paraíba e Bahia. Esse padrão de consumo regional reflete não só as diferenças econômicas e culturais, mas também as preferências gastronômicas específicas de cada área.
Queijo como Parte do Estilo de Vida
O consumo de queijos no Brasil não é apenas uma questão alimentar, mas também cultural e social. A pesquisa da Embrapa revela não só os tipos de queijos mais consumidos, mas também o comportamento do consumidor moderno, altamente influenciado pelas redes sociais e por fatores como sabor, textura e aparência do produto. O queijo se tornou, para muitos brasileiros, parte essencial do estilo de vida diário, seja no café da manhã, no lanche ou nas refeições principais. À medida que o mercado de queijos continua a evoluir, os produtores e marcas devem estar atentos às mudanças nas preferências dos consumidores, garantindo produtos que atendam às demandas de um público cada vez mais exigente e conectado.
Fatores Culturais e Econômicos Impactam o Consumo de Queijo no Brasil
Quando pensamos no consumo de queijo no Brasil, é difícil não o associar a produtos populares como o queijo muçarela e o prato, que estão sempre presentes nos balcões de frios de supermercados e padarias por todo o país. No entanto, o consumo nacional ainda está longe de alcançar os números observados em outros países. Enquanto no Brasil o consumo per capita gira em torno de 5,6 kg por ano, na Argentina esse número sobe para 12 kg, e na Grécia, considerada campeã mundial, chega a impressionantes 37,4 kg per capita, conforme dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
A redução do poder de compra da população é um dos obstáculos para o aumento desse consumo, mas não é o único. Segundo a professora Fabiana Cunha Viana Leonelli, do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, o consumo de queijo está intimamente ligado a questões culturais. Para ela, o queijo vai além da nutrição, sendo um elemento central na gastronomia de muitos países. Em lugares como França e Itália, por exemplo, o queijo é parte de um patrimônio cultural e gastronômico, o que contribui diretamente para a alta demanda por diversos tipos de queijo.
Em termos globais, França, Itália e Espanha respondem por cerca de metade dos mais de dois mil tipos de queijo existentes, o que reflete a profundidade cultural que o produto carrega nesses países. Essa forte ligação entre o consumo de queijo e a cultura local é um fator essencial que ajuda a explicar as diferenças de consumo entre países.
Por isso, para incentivar um aumento no consumo de queijo no Brasil, é necessário que a indústria não apenas busque aumentar a renda da população, mas também adote estratégias que envolvam a educação e a promoção do queijo como parte da identidade gastronômica brasileira. Transformar o queijo em uma experiência cultural tão significativa quanto nos países europeus pode ser a chave para um crescimento mais expressivo nesse mercado.
O desenvolvimento de selos que asseguram o uso responsável dos recursos naturais, o bem-estar animal, a segurança alimentar e a rastreabilidade fortalece a cultura queijeira, conferindo identidade à cadeia de produção genuinamente brasileira. Assim como outros selos, como o ARTE, que certifica o processo artesanal de fabricação, esses selos contribuem para garantir a autenticidade e a qualidade do produto. Um marco importante para consolidar essa identidade foi o reconhecimento do queijo minas como patrimônio cultural imaterial do Brasil, uma conquista que celebra a tradição e o valor da produção queijeira no país.
A Ascensão dos Queijos Finos no Brasil: Um Mercado em Expansão
O consumo de queijos finos no Brasil tem mostrado uma trajetória de crescimento constante, refletindo uma mudança significativa nos hábitos alimentares da população. Segundo um estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Gado de Leite e da Universidade Federal de Juiz de Fora, o consumo per capita de queijos finos aumentou 28% entre 2007 e 2018 (IBGE, 2020). Esse aumento, que ocorreu em um cenário de alta competitividade no mercado de queijos comuns, destaca um movimento mais amplo de diversificação e sofisticação nas preferências alimentares dos brasileiros.
O mercado de queijos finos é composto por produtos como queijos de massa dura e semidura, com uma umidade controlada, que conferem ao produto uma textura e sabor diferenciados. Esse tipo de queijo tem se consolidado como um símbolo de qualidade e exclusividade, voltado para um público que busca mais do que o simples consumo alimentar, mas também uma experiência gastronômica. De acordo com Rezende et al. (2019), a popularização dos queijos finos está intimamente ligada ao aumento da renda da população e ao desejo crescente por produtos gourmet, sofisticados e exóticos.
A análise dos dados revela que, embora a elasticidade da demanda de queijos seja sensível à variação de renda, a crescente demanda por queijos finos tem sido impulsionada por fatores culturais e sociais, como o status e a sofisticação associados ao consumo desses produtos (Carvalho e Chaves, 2020). Isso é corroborado por uma pesquisa de Pinto et al. (2013), que indicou que os consumidores de queijos especiais no Brasil são atraídos pela exclusividade e pelo poder aquisitivo, vendo o produto como um símbolo de requinte e ousadia.
Além disso, a questão do preço também desempenha um papel crucial neste cenário. Embora o aumento dos preços dos queijos finos tenha sido considerável nos últimos anos, a pesquisa revela que esse fator não impediu o crescimento no consumo. Em vez disso, os consumidores parecem encarar o preço elevado como um atrativo, associando-o ainda mais ao prestígio do produto. No entanto, para que o mercado continue a se expandir, a manutenção de uma relação acessível entre preço e qualidade será fundamental para atrair uma gama maior de consumidores (Siqueira, 2019).
O crescimento do consumo de queijos finos no Brasil também se reflete em uma tendência mais ampla do mercado alimentício, que valoriza produtos de alta qualidade e diferenciados. Esse movimento, aliás, é considerado uma resposta à crise econômica, já que, apesar de um cenário de incertezas, o mercado de queijos finos não apenas se manteve estável, mas também apresentou crescimento. Esse cenário sugere que os queijos finos se consolidaram como um segmento de mercado resiliente, capaz de se destacar mesmo em tempos de adversidade econômica.
Em suma, o mercado de queijos finos no Brasil está em ascensão, impulsionado por um crescente apetite por produtos sofisticados e de qualidade, que atendem a um público que associa o consumo à sofisticação e ao status. O cenário é promissor, e o Brasil, cada vez mais, se estabelece como um grande consumidor desse tipo de produto, com potencial para expandir ainda mais nos próximos anos, se os produtores conseguirem atender à crescente demanda por qualidade e exclusividade.
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