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Consumo de carne diminui e Brasil tem menor abate de bovinos desde 2011, diz Cepea; O isolamento social trouxe uma mudança no consumo.
O Brasil abateu o menor número de bovinos no primeiro trimestre desde 2011. Os dados preliminares do IBGE fazem parte de análise conjuntural divulgada nesta quinta-feira (4/6) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).
De acordo com o estudo, de janeiro a março foram abatidos 7,2 milhões de animais, 10,4% a menos que o trimestre anterior (de outubro a dezembro de 2019), quando a arroba bovina atingiu preço recorde real da série histórica iniciada em 1994.
Segundo o Cepea, o mercado externo aquecido e a oferta restrita de animais prontos para o abate neste período de entressafra sustentaram os preços da arroba do boi gordo em praticamente todo o mês de maio.
A média do indicador do boi gordo Cepea//B3 (Estado de São Paulo, à vista) foi de R$ 201,21, 0,83% acima da verificada em abril e 24,7% superior à registrada em maio do ano passado, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI).
Menor consumo
Por outro lado, os preços da carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo estiveram enfraquecidos, de acordo com o Cepea. Entre as causas, estão o avanço da pandemia de Covid-19 e a redução da demanda doméstica.
“A atual crise por causa da pandemia parece começar a reduzir o poder de compra de parte da população, que, por sua vez, pode estar migrando para proteínas mais competitivas, como frango, suínos e ovos”.
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O levantamento cita que a redução no preço da carne foi reforçada na segunda quinzena de maio. Assim, a média à vista da arroba da carcaça casada do boi negociada no atacado foi de R$ 205,05 (ou de R$ 13,67/quilo) no mês, queda de 2,63% em relação à de abril. Por outro lado, a média é 20,7% superior a maio do ano passado.
O Cepea ainda constatou que a diferença entre os preços da arroba do animal e da arroba da carcaça casada foi de R$ 3,84 por arroba, a menor desde setembro de 2019, quando esteve em R$ 2,77. Como comparação, em maio do ano passado, a diferença era de R$ 8,51.
Fonte: Globo Rural.