Conheça os melhores tipos de capim para o pastejo rotacionado

A escolha do capim adequado para o pastejo rotacionado é uma decisão estratégica que impacta diretamente a produtividade e a sustentabilidade das pastagens

O pastejo rotacionado é uma estratégia essencial para a pecuária moderna, permitindo maior produtividade, recuperação do solo e um fornecimento mais nutritivo de alimento ao gado. No entanto, o sucesso desse sistema depende diretamente da escolha do capim ideal. Cada espécie apresenta particularidades que influenciam seu desempenho, como resistência ao pisoteio, capacidade de rebrota e adaptação a diferentes tipos de solo e clima. Enquanto algumas variedades prosperam em regiões úmidas, outras são mais indicadas para áreas secas, tornando fundamental uma escolha criteriosa.

Além de garantir uma pastagem mais vigorosa e nutritiva, optar pela forrageira correta impacta diretamente na rentabilidade da propriedade, reduzindo custos com suplementação e aumentando o ganho de peso dos animais. Mas, afinal, qual é a melhor opção para o seu sistema de produção? Continue a leitura e descubra as forrageiras mais eficientes para o pastejo rotacionado.

Qual a Melhor Opção para o Pastejo Rotacionado?

A produtividade de uma pastagem está diretamente ligada à escolha da forrageira. No Brasil, onde mais de 160 milhões de hectares são destinados à pecuária, selecionar o capim adequado é essencial para garantir nutrição eficiente ao rebanho e manter a sustentabilidade do sistema. Entre as opções mais utilizadas, destaca-se a família das braquiárias, que oferece alto rendimento e resistência em diferentes condições climáticas.

Braquiárias

As braquiárias são responsáveis por aproximadamente 70% das pastagens cultivadas no país, sendo amplamente adotadas devido à sua adaptabilidade a solos variados, incluindo áreas de menor fertilidade. Seu sistema radicular profundo — que pode atingir mais de 1,5 metro de profundidade — permite maior resistência a períodos de estiagem, garantindo disponibilidade de forragem mesmo em climas mais secos.

Além disso, essas gramíneas apresentam bom valor nutricional, com teor de proteína bruta variando entre 8% e 14%, dependendo da cultivar e do manejo adotado. Outro benefício importante é a possibilidade de plantio consorciado com outras espécies forrageiras, o que melhora a diversidade nutricional da pastagem e reduz os impactos de pragas e doenças.

Entre as cultivares mais recomendadas dentro desse grupo, destacam-se:

  • BRS Paiaguás – Alta resistência à seca, com produção de 10 a 12 toneladas de matéria seca por hectare/ano.
  • BRS Ibyporã – Maior taxa de rebrota, garantindo recuperação rápida da pastagem após o pastejo.
  • BRS Piatã – Excelente digestibilidade, ideal para sistemas intensivos de engorda.

Diante dessas características, a escolha do capim deve considerar não apenas a produtividade da espécie, mas também fatores como tipo de solo, regime de chuvas e objetivo da pecuária (cria, recria ou engorda). Optar por cultivares adaptadas ao ambiente de criação pode resultar em um aumento de até 30% na taxa de lotação da fazenda, otimizando a produção sem comprometer a qualidade da pastagem.

A escolha do capim adequado para o pastejo rotacionado é uma decisão estratégica que impacta diretamente a produtividade e a sustentabilidade das pastagens

Capins Coloniões

Os capins coloniões são uma das melhores opções para quem busca uma forrageira com alto valor nutricional e excelente capacidade de suporte animal. Com um crescimento vigoroso e folhas abundantes, essas gramíneas podem sustentar até 5 cabeças de gado por hectare, tornando-se ideais para sistemas de pastejo intensivo. Seu teor de proteína bruta varia entre 10% e 16%, garantindo uma nutrição eficiente para bovinos de corte e leite.

As cultivares desse grupo são conhecidas por sua elevada produção de massa verde, podendo gerar entre 18 e 25 toneladas de matéria seca por hectare/ano, dependendo do manejo adotado. Entretanto, seu desempenho está diretamente ligado à fertilidade do solo. Para que essas forrageiras expressem todo o seu potencial produtivo, é essencial investir em correção e adubação adequada.

Outro ponto crítico é a sensibilidade à seca. Em regiões com índices pluviométricos abaixo de 800 mm/ano, a produtividade dessas gramíneas pode sofrer quedas significativas, reduzindo a disponibilidade de alimento para o rebanho. Portanto, são mais recomendadas para áreas com boas condições de umidade ou sistemas integrados de irrigação.

Principais variedades e suas Características

Dentre os capins coloniões mais utilizados no Brasil, algumas cultivares se destacam por produtividade e adaptação a diferentes condições:

  • Capim-Massai – Se desenvolve rapidamente e apresenta boa resistência a solos arenosos. Sua produção pode chegar a 20 toneladas de matéria seca por hectare/ano.
  • Capim-Tanzânia – Excelente digestibilidade e maior teor de folhas, o que melhora a conversão alimentar do gado.
  • Capim-Mombaça – Uma das variedades mais produtivas, com capacidade de gerar até 25 toneladas de matéria seca por hectare, sendo ideal para sistemas de engorda.
  • BRS Quênia – Boa adaptação a solos menos férteis e alta capacidade de rebrota, favorecendo o pastejo contínuo.
  • BRS Zuri – Porte mais alto e excelente taxa de lotação, aumentando a eficiência produtiva.

A escolha da variedade ideal deve levar em conta a qualidade do solo, o regime de chuvas da região e os objetivos da pecuária. Com um manejo adequado, os capins coloniões podem elevar a taxa de lotação da fazenda em até 30%, resultando em maior rentabilidade e eficiência na produção de carne e leite.

Capins Tifton

Os capins do grupo Tifton são conhecidos pela sua resistência ao calor intenso, à seca e até às geadas, características que os tornam ideais para regiões com climas mais extremos. Estas forrageiras também se adaptam muito bem a diferentes tipos de solo, como arenosos, mistos e argilosos, o que amplia suas possibilidades de uso em diversas localidades. Devido à sua rusticidade, os capins Tifton são frequentemente utilizados em sistemas de produção de carne e leite em áreas com condições climáticas adversas.

Entre as principais qualidades das forrageiras Tifton, está a capacidade de resistir a climas quentes e secos, o que as torna ideais para regiões com escassez de água. Além disso, essas variedades se destacam pela alta produtividade, com algumas cultivares podendo gerar até 20 toneladas de matéria seca por hectare/ano. Contudo, seu desempenho pode ser comprometido em solos encharcados ou áreas sombreadas, onde as plantas não se desenvolvem adequadamente. Portanto, é fundamental que os produtores conheçam bem as características do solo e as condições climáticas antes de optar por esse tipo de capim.

Em 2024, um estudo realizado no Rio Grande do Sul mostrou que o Tifton 85, uma das variedades mais cultivadas no Brasil, apresentou 16% de proteína bruta e uma excelente digestibilidade, com índices superiores a 65%. A irrigação, quando utilizada de maneira eficiente, pode aumentar a produção de matéria seca em até 30%, o que torna essa forrageira ainda mais vantajosa em regiões com períodos secos.

Em áreas irrigadas, a produção de forragem do Tifton 85 pode ultrapassar 20 toneladas de matéria seca por hectare, enquanto em condições de secas prolongadas a produção tende a cair, variando entre 10 e 15 toneladas por hectare.

Principais Cultivares de Capim Tifton

Entre as opções mais utilizadas no Brasil, algumas cultivares se destacam por sua adaptabilidade e desempenho superior:

  • Cynodon dactylon (grama bermuda) – Ideal para solos arenosos, esta variedade é amplamente utilizada no pastejo rotacionado devido à sua alta capacidade de regeneração e tolerância ao calor.
  • Cynodon plectostachyus – Caracteriza-se pela alta resistência à seca, sendo ideal para regiões com pouca precipitação.
  • Cynodon nlemfuensis – Produz alta quantidade de forragem e possui até 18% de proteína bruta, o que a torna excelente para sistemas de engorda.
  • Tifton 68 – Apresenta boa resistência a pragas e doenças, sendo uma excelente opção para áreas de maior pressão sanitária.
  • Tifton 85 – A variedade mais cultivada no Brasil, com alta produtividade e elevada qualidade nutritiva, alcançando até 20 toneladas de matéria seca por hectare em condições ideais.
A escolha do capim adequado para o pastejo rotacionado é uma decisão estratégica que impacta diretamente a produtividade e a sustentabilidade das pastagens

Seleção do Capim Ideal para Pastejo Rotacionado

A escolha do capim adequado para o pastejo rotacionado é uma decisão estratégica que impacta diretamente a produtividade e a sustentabilidade das pastagens. Em 2025, especialistas destacam a importância de considerar fatores como características do solo, clima local e necessidades nutricionais do rebanho. A seguir, apresentamos uma análise atualizada sobre o tema, incorporando insights de profissionais da área.

  1. Fundamento para a Escolha Adequada

Antes de selecionar a forrageira, é imprescindível realizar uma análise detalhada do solo. Essa avaliação permite identificar deficiências nutricionais e ajustar o manejo conforme as necessidades específicas da pastagem. De acordo com a Sementes Santa Fé, “coletar uma amostra e analisar as condições do solo é essencial para identificar possíveis deficiências e assim, corrigi-las”.

  1. Adaptação às Condições Regionais

O clima exerce influência significativa na escolha do capim. Especialistas enfatizam que é vital selecionar forrageiras adaptadas às condições climáticas locais para garantir o sucesso do pastejo rotacionado. A Embrapa destaca que “o pastejo rotacionado favorece o pastejo uniforme e o melhor aproveitamento da forragem produzida, podendo ser utilizado na pecuária de corte e/ou de leite“.

  1. Alinhamento com a Fase Produtiva

A fase produtiva do gado determina as exigências nutricionais específicas. Especialistas recomendam ajustar a escolha do capim conforme as necessidades do rebanho, garantindo uma alimentação balanceada e eficiente. O Sebrae ressalta que “o pastejo rotacionado é uma técnica que envolve dividir a pastagem em áreas menores e mover o gado de uma área para outra, permitindo que o capim se recupere entre os períodos de pastejo, aumentando a produtividade“.

  1. Capim Tanzânia:

O Capim Tanzânia é reconhecido por sua alta produtividade e qualidade nutricional. Especialistas sugerem práticas de manejo adequadas, como o pastejo rotacionado, para maximizar seus benefícios. O Jornal Campo Soberano recomenda “dividir o pasto em piquetes e controlar o tempo de pastejo dos animais, realizando a adubação de forma estratégica e mantendo um calendário de manejo para garantir a renovação e o desenvolvimento saudável da pastagem”.

  1. Capim Mombaça vs. Braquiarão:

A escolha entre capim Mombaça e Braquiarão depende de fatores como clima, solo e objetivos produtivos. Especialistas sugerem avaliar as características específicas de cada variedade para determinar a mais adequada ao sistema de pastejo rotacionado. O Giro do Boi destaca que “o capim Mombaça é uma variedade de Panicum maximum que apresenta alta produtividade e qualidade nutricional, sendo indicada para pastejo rotacionado”.

  1. Capim Elefante:

O Capim Elefante, especialmente variedades como o BRS Capiaçu, é amplamente utilizado em sistemas de pastejo rotacionado. Especialistas recomendam práticas de manejo específicas para otimizar seu desempenho. Em entrevista, Edmar Peluso esclareceu que “o BRS Capiaçu é uma variedade de capim-elefante que apresenta alta produtividade e qualidade nutricional, sendo indicada para pastejo rotacionado”.

A seleção do capim ideal para o pastejo rotacionado em 2025 requer uma abordagem integrada, considerando fatores como análise do solo, clima local, necessidades nutricionais do rebanho e recomendações de especialistas. Adotar práticas de manejo adequadas e selecionar forrageiras adaptadas às condições específicas da propriedade são passos essenciais para garantir a eficiência e sustentabilidade do sistema de pastejo rotacionado.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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