Conheça as cobras mais venenosas do Brasil e o prejuízo que causam no campo

Conheça as cobras mais venenosas do Brasil, que ameaçam trabalhadores rurais e rebanhos no Brasil.

Com o aumento do calor, surge o alerta para o aumento de acidentes com animais peçonhentos. No agronegócio, onde o contato direto com a natureza é constante, o risco de encontros com serpentes peçonhentas é uma realidade que exige atenção. Muitos trabalhadores rurais e produtores já se depararam com esses répteis, que, apesar de essenciais para o equilíbrio ambiental, podem representar uma ameaça tanto para as pessoas quanto para os animais de criação. Conheça as cobras mais venenosas do Brasil e o prejuízo que causam no campo!

O Brasil abriga diversas espécies de cobras venenosas, responsáveis por acidentes graves que podem comprometer a saúde de seres humanos e animais. Conheça as espécies mais perigosas, suas características e como agir em caso de picada para minimizar os impactos e evitar fatalidades.

As cobras são essenciais para o meio ambiente, pois:

  • Controlam a população de pragas, como roedores, que podem prejudicar as colheitas.
  • São mesopredadores, ou seja, servem de alimento para predadores de topo e ajudam a regular a população de presas menores.
  • São indicadores de equilíbrio ecológico, pois sua presença demonstra um ambiente saudável e biodiverso.

Jararaca (Bothrops jararaca)

A jararaca é responsável pela maioria dos acidentes ofídicos no Brasil. Vive em áreas abertas e florestas, principalmente no Sudeste.

Características:

  • Escamas amarronzadas a cinzas.
  • Cabeça triangular.
  • Olhos com pupilas fendidas.
  • Manchas escuras na lateral do corpo.
  • Pode medir até 1,50m e pesar cerca de 2kg.

Onde é encontrada:

  • Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, incluindo os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Jararaca Foto: Divulgação

Cascavel (Crotalus durissus)

A cascavel é facilmente reconhecida pelo seu chocalho característico na ponta da cauda. É encontrada em regiões secas e de vegetação rasteira.

Características:

  • Cobra terrícola, vive no solo.
  • Ativa durante o crepúsculo e à noite.
  • Coloração castanha com manchas em forma de losango.
  • Ventre mais claro.
  • Chocalho formado por anéis queratinizados.

Onde é encontrada:

  • Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, sendo comum no Cerrado e Caatinga.
Cascavel Foto: Divulgação

Surucucu-pico-de-jaca (Lachesis muta)

Maior serpente peçonhenta das Américas, pode ultrapassar 3 metros de comprimento.

Características:

  • Corpo alaranjado ou claro com manchas negras em forma de losango.
  • Escamas estriadas e brilhantes.
  • Escamas arrepiadas no final da cauda, semelhantes à casca de uma jaca.

Onde é encontrada:

  • Florestas tropicais da Amazônia e da Mata Atlântica, principalmente no Norte e Nordeste do Brasil.
Surucucu-pico-de-jaca Foto: Divulgação

Coral-verdadeira (Micrurus spp.)

Possui veneno neurotóxico extremamente potente, capaz de causar paralisia muscular e falha respiratória.

Características:

  • Anéis vermelhos, amarelos, laranjas e pretos.
  • Cabeça oval e olhos pequenos.
  • Cauda curta e roliça.

Onde é encontrada:

  • Amplamente distribuída pelo território brasileiro, incluindo Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado.
Coral-verdadeira Foto: Divulgação

Urutu-cruzeiro (Bothrops alternatus)

Conhecida pelo desenho de cruz na cabeça, sua picada pode causar necrose severa.

Características:

  • Coloração preta, cinza, marrom e branca.
  • Marcas corporais em forma de ganchos de telefone.

Onde é encontrada:

  • Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Urutu-cruzeiro Foto: Divulgação

Jararacuçu (Bothrops jararacussu)

Uma das maiores cobras do gênero Bothrops, podendo atingir mais de 2 metros.

Características:

  • Filhotes machos possuem dorso escuro com manchas amareladas.
  • Fêmeas maiores e de coloração bege-rosada.
  • Fosseta loreal para detectar calor.
  • Camuflagem eficiente.

Onde é encontrada:

  • Mata Atlântica, principalmente nos estados do Sudeste e Sul.
Jararacuçu Foto: Divulgação

A gravidade da picada de cobra pode variar conforme a espécie e a rapidez do atendimento. Em áreas rurais, onde o deslocamento para atendimento médico pode ser demorado, é essencial agir corretamente para minimizar os efeitos do veneno.

Diferenças entre picada em humanos e animais

Em humanos:

  • Sintomas: Dor intensa, inchaço, manchas arroxeadas, vômitos, tremores, hemorragias e, dependendo da cobra, sintomas neurológicos como visão dupla.
  • O que fazer:
    • Manter a calma e evitar movimentar a área afetada.
    • Retirar anéis, pulseiras ou outros acessórios que possam dificultar a circulação.
    • Levar a vítima ao hospital mais próximo.
    • Informar ao profissional de saúde sobre as características da cobra para facilitar a identificação do soro adequado.

Em animais de criação (bovinos, equinos, suínos, ovinos e cães de trabalho):

  • Sintomas: Apatia, inchaço no local da picada, dificuldade para se locomover, salivação excessiva, tremores e, em casos mais graves, hemorragias.
  • O que fazer:
    • Manter o animal em repouso.
    • Transportá-lo para atendimento veterinário o mais rápido possível.
    • Se disponível, aplicar soro antiofídico específico para o tipo de veneno.
    • Hidratar e oferecer suporte alimentar até que o animal se recupere.

O que não fazer:

  • Não ingerir álcool ou cortar a região da picada.
  • Não fazer torniquete.
  • Não sugar o veneno.

Prevenção

  • Usar equipamentos de proteção individual (EPIs).
  • Manter a calma e buscar atendimento adequado.
  • Encaminhar a vítima ao hospital mais próximo.

As cobras são essenciais para o meio ambiente, mas exigem precauções. Saber identifica-las e como agir em caso de acidente pode fazer toda a diferença. A melhor forma de evitar riscos é a prevenção e a informação correta sobre essas espécies fascinantes da fauna brasileira.

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