A raça bovina Ankole é nativa da África e se destaca por seus chifres podem ser longos e diferentes, que chegam a ter comprimentos de até 2,4 metros. Essa é uma das raças mais lindas da pecuária; Fotos e vídeos
O continente africano é uma tapeçaria rica e diversificada de culturas, paisagens e vida selvagem. Entre suas muitas joias está o Ankole, uma raça bovina distintiva conhecida por seus chifres longos e elegantes. Elegante e resistente, o Ankole é mais do que apenas um animal de fazenda; é um símbolo da herança e resistência do continente africano. Ele é uma espécie Bos taurus, em algumas literaturas é possível encontrar como Ankole-Watusi, isso porque seu nome em espanhol é Ankole.
O Ankole Watusi é um gado africano conhecido pelo tamanho exagerado de seus chifres, que, inclusive, são considerados sagrados e símbolo de status por alguns povos africanos, mas essa raça tem outros aspectos inerentes, que também serão abordados aqui neste artigo.
O gado da raça Ankole é uma testemunha viva da rica biodiversidade e herança cultural de África. A preservação e promoção desta raça é vital não apenas para manter a diversidade genética, mas também para preservar a herança cultural das comunidades que são criadas por gerações.
Como supracitado, o Ankole é de origem africana e, segundo os dados históricos, essa raça é muito antiga, já que é possível identificá-la em hieróglifos nas pirâmides egípcias. Ela se estabeleceu no vale do Rio Nilo por volta de 4000 a.C., mas migrou com os povos rumo às regiões do sul da África através do tempo. Hoje, essa raça é conhecida pelo nome Ankole Watusi, por ter se difundido entre a tribo Nkole, de Uganda, que a chama de Ankole, e entre a tribo Tutsi, de Ruanda e Burundi, que a chama de Watusi.
Os animais dessa raça tem muitas características únicas, como o seu enorme chifre, instinto para defender seus bezerros, reprodução, resistência à escassez de alimentos e produtividade. Vamos conhecer tudo isso?
Gado Ankole tem uma Beleza Distinta
Os chifres do Ankole, que podem se estender por impressionantes 2,4 metros, são suas características mais notáveis. Esses chifres espiralados não são apenas esteticamente desafiadores, mas também funcionais. A única estrutura permite que o sangue circule através deles, ajudando na termorregulação e na dissipação do calor em climas quentes.
Os chifres do Ankole são considerados sagrados, principalmente em Ruanda. Eles são mantidos no animal por motivos religiosos e por prestígio, em regiões onde a riqueza é contada pelo número de cabeças de gado vivo. Quanto maiores os chifres, maiores também são a devoção e o status do criador do animal.
Entre os povos que valorizam o Ankole devido aos chifres, esse gado tem sua elegância celebrada em canções e poemas, além de ser usado como presente, moeda de troca e para fortalecer as relações sociais.
Já a pelagem deste bovino varia em toneladas ricas de vermelho a marrom, passando por núcleos brancos e manchados. A combinação da pelagem reluzente com seus chifres majestosos torna o Ankole uma das raças bovinas mais fotogênicas do mundo.
Descrição física da raça
O Ankole é um gado de porte médio, com touros pesando entre 540 kg e 730 kg, enquanto as vacas pesam entre 430 kg e 540 kg. Ele geralmente tem pelagem avermelhada, branca, marrom ou preta, de cores uniformes ou com manchas, além de barbela pendular e giba que varia de tamanho.
Os chifres nos bezerros, eles desenvolvem-se por volta dos 2 meses de idade e chegam ao tamanho grande quando o animal tem um ano e meio de vida.
Adaptação e Resiliência
Originário da região do Leste Africano, o Ankole desenvolveu características que lhe permitem prosperar em ambientes adversos. Eles são notavelmente resistentes à seca e a várias doenças, incluindo aquelas transmitidas pela mosca tsé-tsé. Esta adaptabilidade é um testemunho da incrível capacidade da natureza de evoluir e sobreviver em condições desafiadoras.
Produtividade da raça
No leste africano não se come a carne do gado e nem se abate o animal, pois naquela região é comum usar o número de cabeças como critério para medir a riqueza do criador.
Já o leite e o sangue do gado são frequentemente usados para fazer uma bebida com alto teor de proteína, que é a base da dieta de muitas tribos africanas. No caso dos Inyambos, exemplares Ankoles considerados sagrados e os mais belos da raça, sua urina é usada em toaletes africanas e suas fezes são usadas como combustível quando elas já estão secas.
Reprodução do Ankole
A gestação de um Ankole é de cerca de nove meses, como em qualquer outro bovino. Ele nasce pesando entre 14 kg e 23 kg, ou seja, menos do que os bezerros das outras raças. Esse pouco peso ao nascer faz do touro Ankole uma boa escolha em cruzamentos ou para emprenhar novilhas de primeira cria: a intenção nesses dois casos é gerar um parto mais fácil.
Ao reproduzir a raça, os criadores dão preferência aos animais que apresentam as melhores qualidades, isto é, os que têm mais força; mais resistência; produção de leite maior, no caso das vacas; temperamento dócil; e beleza do animal.
Ankole no Brasil
No Brasil, não existe rebanho de gado Ankole. Essa raça é fácil de ser encontrada na África, principalmente em países como Tanzânia, Burundi, República Democrática do Congo e Ruanda.
Graças à sua aparência única, o Ankole foi exportado da África para os zoológicos europeus entre os séculos 19 e 20. De lá, muitos foram exportados para os zoológicos dos Estados Unidos entre as décadas de 1920 e 1930, mas depois foram vendidos para criadores particulares, quando os zoológicos americanos e europeus passaram a manter só animais selvagens. Embora não haja Ankoles no Brasil, atualmente eles estão em todos os continentes.
Aqui estão algumas informações adicionais e resumidas sobre a raça Ankole:
- Origem : A raça é originária da região do Leste Africano, especialmente em países como Uganda, Tanzânia, Ruanda e Burundi.
- Adaptação ao ambiente : Os Ankole são bem adaptados a climas quentes e secos e são resistentes a doenças como a mosca tsé-tsé, que podem transmitir a doença do sono.
- Chifres : Os chifres não servem apenas como defesa contra predadores, mas também desempenham um papel termorregulador, ajudando a dissipar o calor. A estrutura única do chifre permite que o sangue circule através deles e se refresque antes de retornar ao corpo.
- Utilização : Embora sejam criados principalmente como animais de exibição ou status em algumas culturas africanas, eles também são usados para carne e leite. No entanto, a sua produção de leite é geralmente menor em comparação com raças de gado leiteiro comerciais.
- Preservação : A modernização e a introdução de raças bovinas mais produtivas em termos de leite e carne ameaçam a existência dos Ankole. Em algumas regiões, há esforços para preservar a raça devido à sua resistência a doenças e adaptabilidade a ambientes desafiadores.
- Características físicas : Além dos chifres impressionantes, os Ankole têm uma pelagem que varia de vermelho a marrom, branco ou até mesmo manchado. Eles têm uma constituição robusta, mas não são tão musculosos quanto algumas raças bovinas comerciais.
- Importância cultural : Em muitas comunidades africanas, o Ankole desempenha um papel importante na cultura e tradições. Eles são frequentemente vistos como símbolos de riqueza e status. Em algumas culturas, o número de Ankole que alguém possui pode ser um indicador de sua riqueza ou posição social.
Conclusão
O Ankole não é apenas um animal; é um emblema da diversidade e riqueza de África. Sua disseminação pelo mundo ressalta a importância da conservação e avaliação de raças únicas. Em um mundo que muitas vezes prioriza a eficiência e a produtividade, o Ankole nos lembra da beleza intrínseca da natureza e da importância da preservação da diversidade biológica e cultural.
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