Os custos subiram, tanto a reposição como a nutrição do gado, caso do milho ou do farelo de soja, fazendo com que o pecuarista deixasse de lado o confinamento.
O confinamento de bovinos pode diminuir mais de 10% neste ano, segundo a Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), sediada em São Paulo. O cenário dependerá dos efeitos da pandemia de Covid-19 na economia brasileira e mundial.
Os dados da Assocon resultam de levantamento feito em 1.400 unidades de engorda espalhadas por todo o país. A queda será sobre os 3,57 milhões de animais confinados no ano passado.
Segundo Bruno Andrade, zootecnista e gerente executivo da Assocon, vários fatores estão influenciando a decisão do pecuarista. “Os custos subiram, tanto a reposição como a nutrição do gado, caso do milho ou do farelo de soja”, afirma.
Outro fator que tem esparramado cautela nos confinamentos são os efeitos colaterais do coronavírus. Andrade diz que o consumo interno estagnou. Por outro lado, observa, as exportações de carne, principalmente para a China, estão indo muito bem e devem acelerar ainda mais no segundo semestre.
Queda em Mato Grosso
Na semana passada, o primeiro levantamento das intenções dos pecuaristas em Mato Grosso, que abriga o maior rebanho bovino do Brasil, indicava que apenas 53,6% dos entrevistados planejavam fechar animais em confinamento neste ano.
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O estudo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontou um rebanho de 577.550 animais a ser fechado, número 29,93% inferior ao que foi para os cochos em 2019, quando o total chegou a 824.225 cabeças.
Bruno Andrade reitera que o panorama costuma mudar, como ocorreu em anos anteriores. “O mercado interno pode melhorar um pouco”, diz. O zootecnista lembra, ainda, que os animais são confinados até meados de julho próximo.
Com informações do Globo Rural.