Altas temperaturas comprometem fertilidade do rebanho e por isso, pesquisadores estudam como tornar gado mais resistente ao calor. Veja na matéria abaixo!
Docilidade, rusticidade, precocidade e boa produção de carne. Tudo isso é importante em um rebanho de qualidade. Mas há outro ponto que os pecuaristas levam em conta: o índice de fertilidade. Essa característica pode ser maior ou menor dependendo de alguns fatores. Um deles tem a ver com o nosso clima.
Um único touro é capaz de emprenhar até 25 fêmeas de forma natural, que é aquela com touro e vaca no pasto, mas essa capacidade de reprodução pode ser afetada em função do chamado ‘estresse térmico’.
Isso significa que quanto mais exposição ao calor, menor é a capacidade de reprodução do animal, principalmente do europeu, acostumado a regiões com temperaturas bem mais baixas.
Pesquisadores do Brasil e do Canadá estão estudando uma forma de diminuir esse impacto e tornar a genética do sangue taurino mais resistente ao calor.
O pesquisador João Carlos Pinheiro Ferreira explica que o objetivo é descobrir a origem do problema chamado de degeneração testicular, que é um quadro que se instala quando a temperatura do testículo aumenta. O resultado é um sêmen de péssima qualidade.
John Kastelic, da University of Calgary (Canadá), estuda o assunto há mais de 30 anos. Considerado um dos grandes especialistas internacionais em reprodução de bovinos, ele visitou a Unesp de Botucatu, onde está sendo desenvolvida a parte prática da pesquisa.
Kastelic diz que, com frequência, a infertilidade no touro é mais importante do que na vaca. Isso porque os machos são utilizados com mais frequência na reprodução artificial (sêmen serve para reprodução em centenas e até milhares de fêmeas).
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24 animais foram separados, sendo 12 da raça nelore e 12 da raça angus. O estudo visa encontrar na genética da raça indiana, adaptada a regiões mais quentes, uma resposta celular que ajude a melhorar a resistência do gado europeu e, assim, aumentar a margem de reprodução das futuras gerações da raça.
O pesquisador Guilherme Rizzot explica que um dos principais pontos é observar genes que possam estar associados a maior sensibilidade à temperatura e a maior resistência. Uma vez identificados, podem ser utilizados na seleção.
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Fonte: G1