No semiárido, a preparação das fazendas para enfrentar condições climáticas adversas depende de estratégias eficazes, e a silagem de capim se destaca como uma das mais importantes.
Você já refletiu sobre como a silagem pode ser uma solução vital para as fazendas no semiárido brasileiro? A região enfrenta desafios climáticos severos e recorrentes. Desde 1905, as evidências mostram que o semiárido mineiro experimenta períodos de seca intensa a cada sete anos e, em média, secas extremas a cada 21 anos.
Esses ciclos de seca têm um impacto devastador no sistema de produção agrícola, especialmente se não forem adotadas medidas preventivas. Embora o intervalo de sete anos entre as secas intensas seja tempo suficiente para que se possa esquecer os estragos anteriores, é curto o bastante para causar danos significativos à estrutura das pastagens e à produção agrícola. Neste contexto, vamos explorar como a silagem pode desempenhar um papel crucial na proteção das propriedades rurais na região semiárida, oferecendo uma solução eficaz para mitigar os efeitos adversos das secas prolongadas.
Silagem como estratégia essencial
No semiárido, a preparação das fazendas para enfrentar condições climáticas adversas depende de estratégias eficazes, e a silagem de capim se destaca como uma das mais importantes. O maior desafio nessa região não é apenas a escassez de chuvas, mas o período crítico entre a chegada das primeiras precipitações e o estabelecimento da safra. É exatamente nesse ponto que a silagem se torna um recurso indispensável.
As reservas de silagem feitas no outono anterior, por exemplo, podem ser determinantes para a sobrevivência do gado. Se a quantidade de animais ultrapassar a capacidade da pastagem, o risco de degradação permanente é grande. As folhas iniciais da forrageira são fundamentais para a continuidade da produção, e o manejo cuidadoso dessa vegetação é crucial para assegurar a formação de uma massa de forragem robusta, essencial para o sucesso da safra futura.
Entendendo o momento crítico
O intervalo entre as primeiras chuvas e o desenvolvimento pleno da safra, que exige de 200 a 300 milímetros de precipitação, é uma fase delicada para o manejo das pastagens. Nesse período, é crucial que os animais só entrem na pastagem quando a forragem estiver em condições ideais para evitar danos.
Uma solução eficaz para enfrentar esse desafio é a silagem de andropogon, que, quando adequadamente armazenada e protegida, se destaca como uma alternativa viável. Essa forragem é resistente durante os períodos críticos e oferece uma vantagem econômica por seu custo acessível.
Gestão da transição e nutrição do gado
Planejar a transição do gado com o uso de silagem de capim é fundamental para assegurar uma dieta rica em proteínas e equilibrada. Esse método permite que o gado ganhe peso de maneira eficiente, sem gerar prejuízos financeiros. A estratégia vai além de apenas economizar; ela é crucial para garantir que a fazenda mantenha sua força durante períodos desafiadores, prevenindo perdas contínuas e assegurando a sustentabilidade a longo prazo.
Custos e ganhos na produção
A implementação de estratégias pecuárias alinhadas com essa filosofia tem demonstrado resultados notáveis na prática. O período de utilização da silagem pode variar significativamente, com alguns projetos adotando um intervalo de 45 a 90 dias, dependendo das necessidades específicas do rebanho e das condições climáticas. Em propriedades voltadas para a recria, onde o objetivo é obter um ganho anual de seis arrobas por animal, a gestão dos custos de produção é cuidadosamente planejada para alcançar a máxima eficiência.
Durante a seca, que costuma ser um dos períodos mais desafiadores para a pecuária, essa abordagem se mostra particularmente eficaz. Mesmo quando a oferta de pastagem é limitada, a produção de arrobas consegue manter-se estável, com custos que permanecem competitivos. Isso permite que a fazenda continue operando de forma lucrativa, mesmo nos meses em que a maioria das propriedades enfrenta dificuldades para sustentar a produção.
Em resumo, para alcançar altos níveis de eficiência, fazendas de pecuária de corte precisam otimizar o uso do gado nos períodos mais favoráveis, complementando a alimentação durante o fim da seca e as fases de transição com silagem de capim. Com um investimento que varia entre R$ 350 e R$ 450 por tonelada de matéria seca, essas fazendas conseguem não apenas garantir a sustentabilidade de suas operações, mas também assegurar uma produção mais estável e previsível. Essa abordagem é fundamental para enfrentar os desafios dos anos críticos no semiárido brasileiro, proporcionando maior resiliência e continuidade no negócio pecuário.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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