O Brasil, segundo relatou um novo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui um rebanho bovino – 224,6 milhões de bovinos – maior do que a própria população – 203,1 milhões de brasileiros.
O rebanho bovino cresceu pelo terceiro ano consecutivo, dados de 2021, e alcançou o número recorde da série histórica, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo IBGE. O crescimento de 3,1% na comparação com 2020 fez o número de cabeças chegar a 224,6 milhões, ultrapassando o recorde anterior, de 2016 (218,2 milhões). Enquanto isso, segundo o Censo Demográfico do IBGE, a população do país chegou a 203,1 milhões em 2022, com aumento de 6,5% frente ao censo demográfico anterior, realizado em 2010. Isso representa um acréscimo de 12,3 milhões de pessoas no período. Sendo assim, o Brasil tem mais boi que gente.
O Brasil tem mais gado do que pessoas, isso é fato. Apesar de o número de pessoas ter crescido, o número de bovinos é mais que 10% superior ao de brasileiros. Os dados sobre o número de habitantes do Brasil é do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa da população de bovinos também é fruto de dados compilados pelo IBGE.
Brasil tem mais boi que gente
Essa diferença é notada em 11 unidades da Federação: Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Acre, Goiás e Distrito Federal, Pará, Roraima, Maranhão, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A pecuária, por ser uma atividade geralmente mais distante de grandes centros urbanos, leva a curioso fato de alguns estados terem quase dez vezes mais cabeças de gado que pessoas. Veja onde no Brasil tem mais boi que gente:
- Rondônia tem uma grande diferença entre a população de pessoas e gado: são 1,5 milhão de pessoas e 15,1 milhões de bois, uma relação de quase 9,5 vezes mais gado.
- Em Mato Grosso, a diferença é de 8,9 vezes. São 2,7 milhões de pessoas e 18,6 milhões de cabeças de gado.
- Em terceiro lugar vem Tocantins, com 6,7 vezes mais gado que pessoas. Em quarto lugar, o Acre tem uma população de bovinos 4,9 vezes maior do que a de pessoas.
- Já a cidade que tem a maior diferença entre o número de gado e pessoas é São Félix do Xingu, no Pará: são 65,4 mil pessoas e 2,5 milhões de cabeças de gado.
Rebanho bovino bate recorde em 2021 e chega a 224,6 milhões de cabeças
De acordo com Mariana Oliveira, analista da pesquisa, o ano de 2021 foi marcado pela retenção de fêmeas para produção de bezerros, assim como já havia sido em 2020, em contraponto à queda no abate de bovinos, devido à falta de animais prontos para o abate.
Mato Grosso, como em 2020, foi líder no ranking estadual, com 32,4 milhões de cabeças, ou 14,4% do efetivo nacional. A seguir vinha Goiás (10,8%). No ranking municipal, a liderança segue com São Félix do Xingu (PA), como em 2020, alcançando 2,5 milhões de cabeças.
Mato Grosso lidera ranking de rebanho bovino
Assim como no levantamento de 2020, Mato Grosso seguiu na primeira posição da lista dos maiores rebanhos bovinos do País. Segundo o mapeamento, o estado do Centro-Oeste tinha 32.424.958 cabeças de gado em 2021.
A proporção de boi e vaca versus gente em terras mato-grossenses chama a atenção. No ranking de população, Mato Grosso ocupa apenas a 16ª colocação, com estimativa de 3.567.234 pessoas. Em resumo, o rebanho bovino local é mais de 900 vezes superior ao número de seres humanos.
Além de Mato Grosso, o top five de rebanho bovino no Brasil é composto por:
- Mato Grosso do Sul — 18.608.503;
- Minas Gerais — 22.856.413;
- Pará — 23.921.005, e
- Goiás — 24.293.954.
Cinco cidades com mais boi e vaca no Brasil
Apesar de Mato Grosso liderar com sobras o quesito rebanho bovino no Brasil, a cidade com mais boi e vaca está em outro estado. Na disputa entre municípios, a campeã é São Félix do Xingu, no Pará. Por lá, o ano de 2021 fechou com 2.468.764 cabeças. As cinco primeiras posições se completam com Corumbá (MS), Marabá (PA), Porto Velho (RO) e Cáceres (MT).
Valor da produção pecuária chega a R$ 91,4 bilhões
O valor de produção dos principais produtos pecuários chegou a R$ 91,4 bilhões. A produção de leite concentrou 74,5% deste valor, seguida pela produção de ovos de galinha (23,9%). No ranking municipal, mesma lista de 2020: Santa Maria de Jetibá (ES) apresentou o maior valor da produção, com R$ 1,4 bilhão, dos quais 94,1% da venda de ovos de galinha, produto no qual lidera o ranking.
Bastos (SP) vem na sequência, com R$ 1,0 bilhão, 95,7% proveniente da mesma atividade que o anterior. Castro (PR) fecha o TOP3, como maior produtor nacional de leite de vaca, com 97,3% do valor de produção de R$ 901,9 milhões proveniente desse produto.
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