China reduz preço da carne brasileira em 31,10%, pagando R$ 3.613,75/t

Queda nas exportações de carne bovina em MT foi provocado pela China, que diminuiu as importações em 24,79% nesse período, cabe ressaltar que o país é responsável pela compra de mais de 50% da carne exportada pelo estado.

Segundo os dados da Secex, as exportações de Mato Grosso reduziram 9,97% no comparativo mensal, assim, em jul/23 foram negociadas 51,23 mil toneladas em equivalente carcaça. Nesse período, o valor médio da tonelada exportada de proteína bovina retraiu de forma mais intensa, e fechou o mês em US$ 3.563,27/t, sendo 16,58% inferior à média de jun/23. Esse cenário foi provocado pela China, que diminuiu as importações em 24,79% nesse período, cabe ressaltar que o país é responsável pela compra de mais de 50% da carne exportada pelo estado.

Além disso, os chineses também reduziram o valor pago pela tonelada em 31,10% no mesmo comparativo, de modo que em jul/23 o preço médio da tonelada enviada ao país asiático fechou em US$ 3.613,75/t. Por fim, esse cenário de redução na demanda externa, em conjunto com o consumo interno que ainda patina, reflete na pressão vista nos preços da pecuária.

Brasil exporta 4% a menos em volume de carne bovina em Julho

As exportações de carne bovina in natura brasileira totalizaram 160,6 mil toneladas em julho/23, o que significou queda de 16,7% em relação ao resultado de junho/23, de 192,7 mil toneladas, e baixa de 3,9% sobre o desempenho de julho/22, de 167,3 mil toneladas, segundo dados compilados pela HN Agro, com base nos números oficiais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Em receita, os embarques de julho/23 somaram US$ 762,2 milhões, com queda de 21,7% sobre o mês anterior (US$ 974,1 milhões) e redução de 30,4% na comparação com julho/22 (US$ 1.095,6 bilhão).

Em julho/23, o preço médio mensal da proteína atingiu o menor patamar desde abril/2021, sendo negociada por US$ 4.740/tonelada, com queda de 6,2% em relação ao valor médio de junho/23 e recuo de 27,6% sobre a cotação de julho/22 (US$ 6.549/tonelada).

No período de janeiro a julho de 2023, os embarques da proteína in natura somaram 1,043 milhão de toneladas, com queda de 4,9% sobre o volume computado em igual período de 2022, de 1,097 milhão de toneladas, de acordo com a HN Agro. Em faturamento, as vendas externas atingiram US$ 4,899 bilhões no acumulado dos sete meses do ano, com retração de 20% em relação ao resultado obtido no mesmo intervalo do ano passado, de US$ 6,121 bilhões.

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Foto Divulgação. Fonte: Iepec.

Conab estima que a produção de carne bovina em 2023 seja a maior desde 2018

De acordo com os dados divulgados pela Conab em jul/23, a produção de carne bovina pelo Brasil em 2023 está estimada em 9,06 milhões de toneladas em equivalente carcaça, volume 4,51% maior que em 2022. Desse modo, a disponibilidade per capita da proteína seguiu o mesmo ritmo, com aumento de 2,28 kg/hab/ano quando comparado com o ano passado, e ficou em 30,53 kg/hab/ano em 2023.

Essa maior disponibilidade de carne no mercado interno foi proporcionada pela atual fase de baixa do ciclo pecuário, no qual o aumento no envio de fêmeas para abate resulta na maior oferta da proteína vermelha no mercado. No entanto, apesar da maior disponibilidade de carne, o consumo doméstico ainda tem patinado, resultando no “encharcamento” dos estoques de carne, o que justifica parte da atual pressão baixista sobre os preços pecuários.

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