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Segundo levantamento feito pelo Imea e Indea, 37% dos abates registrados no Estado no último ano foram de animais de até dois anos – aumento de 54% ante o registrado em 2020.
Responsável por mais de um quinto do volume de carne bovina exportada para a China em 2021, o Mato Grosso registrou aumento da participação de animais mais jovens, de até dois anos, sobre o total de abates de bovinos no Estado em 2021 – ano em que exportou 154,8 mil toneladas para o país asiático. Segundo levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) junto ao Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea) e apresentado pelo Instituto Mato-Grossense da Carne nesta quarta-feira (09/02), 37% dos abates registrados no Estado no último ano foram de animais de até dois anos – aumento de 54% ante o registrado em 2020.
“De fato, a participação a China no mercado comprando bastante o nosso produto estimula que a gente tenha mais animais abatidos até 30 meses de idade. É isso que eles exigem e existe uma premiação por esse tipo de animal” observa o diretor de operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade, ao ressaltar que a presença da China como principal comprador da carne bovina mato-grossense faz com que os produtores do Estado abatam animais cada vez mais jovens. A participação desses animais sobre o total de abates do Estado era de apenas 5% há dez anos. “É o cliente demandando produto de qualidade, remunerando o produtor e a indústria e isso acaba estimulando o desenvolvimento de um mercado que não estava tão desenvolvido assim”, completa Andrade.
Embora o volume total de carne bovina exportado pelo Mato Grosso para a China tenha registrado queda em 2021, refletindo um embargo de cem dias mantido pelo país entre setembro e dezembro, a participação do Estado no total das exportações brasileiras ao mercado chinês cresceu 1,7 ponto percentual na comparação com 2020, respondendo por 21,4% do volume embarcado no último ano. Em relação ao total exportado pelo Estado de Mato Grosso, a China respondeu por 42,1% no ano passado.
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A redução da idade de abate dos animais, explica o diretor de operações do Imac, também faz parte da estratégia do Instituto para responder às cobranças do mercado internacional em relação à sustentabilidade de carne bovina brasileira. Signatário de um acordo para uma redução global de 30% nas emissões de metano, o país tem na pecuária a principal ferramenta para contribuir com a meta firmada durante a COP26 em Glasgow. Nesse sentido, o Imac estima que a redução da idade de abate dos animais já tenha levado a uma redução de 10,4% no total de metano emitido por animal no Estado de Mato Grosso na última década.
“Esses números mostram que a intensificação faz com que a gente produza animais de melhor qualidade e positivos ao meio ambiente. E a gente entende, por conta isso, que estimular cada vez mais o consumo de produtos de maior qualidade pode melhorar toda a cadeia”, observa Andrade.
Fonte: Globo Rural