
Entre os lançamentos, há uma nova série de variedades de cana, a CTC Advana, voltada ao aumento do potencial produtivo.
Piracicaba, 16 – O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) apresentou, na terça-feira (15), um conjunto de inovações que reforçam sua meta de dobrar a produtividade da cana-de-açúcar brasileira até 2040. Entre os lançamentos, há uma nova série de variedades de cana, a CTC Advana, voltada ao aumento do potencial produtivo. As novidades foram detalhadas durante o CTC Day, realizado na sua sede em Piracicaba (SP).
Para integrar a série CTC Advana, as variedades precisam entregar pelo menos 10% a mais de produtividade em relação às principais referências disponíveis. O primeiro produto da série, o CTC Advana1, foi apresentado durante a visita técnica ao campo experimental. Segundo o CTC, a cultivar é indicada para ambientes de alto potencial produtivo e se destaca pelo porte ereto, alto teor de açúcar e facilidade de colheita. “Nos ensaios comparativos que realizamos, a variedade teve 95% de vitória frente aos principais padrões do mercado”, destacou a diretora de P&D do CTC, Sabrina Chabregas.
Na área de biotecnologia, o CTC anunciou a plataforma VerdPro2, voltada ao controle da broca-da-cana – principal praga do setor -, responsável pela perda de até R$ 8 bilhões por ano, com tolerância a herbicidas. Segundo a companhia, são mais de dez variedades em desenvolvimento. O CTC também avança em pesquisas para desenvolver resistência ao bicudo-da-cana, outra praga de alto impacto para o setor.
Outro ponto central da apresentação foi o projeto de sementes sintéticas, o que inclui um novo sistema de plantio desenvolvido pela companhia. “Vamos transformar o modelo de plantio da cana em algo mais simples, mais rápido e mais escalável. Isso nos aproxima de uma nova lógica de produção agrícola no país”, afirmou o diretor de P&D de Sementes do CTC, Suleiman Hassuani Cassamo.
Segundo o CTC, a planta demonstrativa para produção das sementes está em construção, com previsão de início das operações ainda em 2025. Parcerias com empresas como John Deere, Marchesan, Double TT e Civemasa já estão em andamento para o desenvolvimento de equipamentos específicos. “A forma como é feito o plantio da cana-de-açúcar hoje atrasa a adoção de novas tecnologias”, disse o CEO do CTC, Cesar Barros.
Ele explicou que a multiplicação vegetativa atual é lenta e encarece a renovação dos canaviais, obrigando os produtores a alongar o ciclo produtivo e, com isso, freando ganhos de produtividade. “Estamos falando de um veículo 40 vezes mais leve e infinitamente mais simples do que o processo atual”, afirmou, referindo-se à tecnologia de plantio com sementes sintéticas que deve estar disponível aos produtores ainda nesta década.
Durante o evento, Barros, destacou que a visão estratégica da companhia está estruturada em quatro pilares – “mais potencial, mais proteção, mais rápido e mais adaptado” – com soluções já em estágio avançado de desenvolvimento e implantação no campo.
“Assumimos esse compromisso público em outubro de 2023”, disse Barros ao se referir à meta de dobrar a produtividade do canavial nacional até 2040. “Isso se tornou nosso mantra. Todos os funcionários do CTC sabem claramente por que estão aqui”, completou.
*O jornalista viajou a convite do CTC