Camarão do Equador não tem qualidade para o Brasil, afirma o Mapa

O anúncio de que o Brasil encerrou importação de camarão do Equador, foi feito pelo Mapa e MPA, após auditoria identificar irregularidades na produção no país sul-americano.

O Brasil decidiu suspender as importações de camarão do Equador, anunciou o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, na última terça-feira (3). A medida, que passa a valer a partir de 9 de dezembro, foi motivada por irregularidades identificadas em auditoria internacional realizada no país sul-americano. O secretário de Defesa Agropecuária (SDA), Carlos Goulart, também participou do anúncio, reforçando o compromisso com a defesa agropecuária brasileira.

Auditoria internacional e irregularidades detectadas

Em novembro, uma missão brasileira avaliou o serviço veterinário equatoriano e sua conformidade com os requisitos zoossanitários do Brasil. A auditoria foi conduzida após meses de diálogo entre os ministérios e representantes do setor aquícola, que manifestaram preocupação com a qualidade e segurança do camarão importado.

Carlos Goulart enfatizou os resultados do trabalho: “A missão foi um sucesso e a partir de 9 de dezembro não será mais permitida a entrada de camarões do Equador no Brasil.” Segundo ele, a decisão foi embasada por evidências técnicas sólidas, demonstrando o comprometimento do país com a qualidade dos alimentos disponíveis no mercado nacional.

Rigor nas importações e fortalecimento da produção nacional

A decisão destaca a postura do Brasil em relação à segurança alimentar. Goulart explicou: “Se somos submetidos a exigências altíssimas para exportar, devemos adotar o mesmo rigor nas importações. Um setor organizado fortalece a defesa agropecuária.”

O ministro André de Paula também elogiou o trabalho conjunto entre governo e setor privado: “O ministro Fávaro, sempre solidário e correto, apoiou o envio da missão ao Equador, que trouxe os resultados aqui apresentados. Quanto às exportações de pescados, seguiremos ampliando nossa participação nos mercados internacionais, mantendo os altos padrões de sanidade exigidos pelos nossos parceiros comerciais.”

Impactos para o setor aquícola brasileiro

A suspensão das importações representa um marco para a cadeia produtiva de camarões no Brasil. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, celebrou a medida, afirmando que “a decisão mitiga os riscos sanitários e mantém o elevado nível de qualidade da produção brasileira”. Ele também destacou que o fechamento do mercado equatoriano amplia as oportunidades para os produtores nacionais.

O Equador, principal exportador mundial de camarão, foi responsável por mais de 40% das importações brasileiras de camarão congelado em 2024. Com a interrupção das compras, estima-se que a demanda interna seja suprida pela produção nacional, que em 2023 alcançou 127,4 mil toneladas, segundo o IBGE.

Produção brasileira em ascensão

A carcinicultura, prática de criação de camarões, está presente em várias regiões do país, com destaque para o Nordeste, onde o Ceará lidera como maior produtor. Desde 2019, o setor apresenta crescimento constante, consolidando o Brasil como um importante competidor no mercado internacional de pescados.

A decisão de interromper as importações do Equador é vista como um marco para o fortalecimento da cadeia produtiva brasileira. O governo federal reforça seu compromisso com a segurança sanitária e a valorização dos produtos nacionais, enquanto o setor privado vislumbra novas oportunidades para expandir sua participação no mercado.

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