Camarão exótico de grande porte intriga pescadores no Pará e acende alerta ambiental
A recente aparição do camarão-da-Malásia (Macrobrachium rosenbergii) em Barcarena, no Pará, tem gerado preocupações entre pescadores e especialistas devido aos riscos ambientais que sua presença pode representar. Com patas longas, corpo amarelado e cauda azulada, o crustáceo tem sido identificado com frequência na região e pode comprometer o equilíbrio ecológico local.
De acordo com o biólogo Victor Hugo Costa, esse camarão não faz parte da fauna nativa e se alimenta de crustáceos locais, peixes e ovos, além de apresentar hábitos canibalísticos. A ausência de predadores naturais na região pode levar a um crescimento populacional descontrolado, prejudicando a biodiversidade. Estudos apontam que a espécie foi introduzida no Brasil em 1977 para fins de aquicultura, mas escapou dos tanques e vem se espalhando por ecossistemas naturais, especialmente na Amazônia.
Relatos de pescadores indicam que os camarões capturados podem atingir até 32 centímetros de comprimento e pesar 1 quilo, um tamanho incomum para as espécies locais. Imagens e vídeos dos exemplares viralizaram nas redes sociais, chamando atenção para o fenômeno. Com o aumento das capturas, já há registros do crustáceo sendo comercializado em mercados locais, mesmo sem regulamentação específica.
A chegada dessa espécie à região reforça preocupações sobre a introdução de organismos exóticos, considerada a segunda maior causa de perda de biodiversidade em regiões tropicais. Além da competição por recursos com espécies nativas, há o risco de transmissão de doenças, como o White Spot Syndrome (WSS), um vírus que afeta camarões locais.
Até o momento, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade não se manifestaram oficialmente sobre a situação. Especialistas alertam para a necessidade de monitoramento contínuo, controle da criação da espécie e a implementação de políticas públicas eficazes para evitar impactos irreversíveis nos ecossistemas aquáticos amazônicos.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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